Texto por Matheus Jacques
Com inspiração latente e reverberante do hard rock, pulsando emanações de bandas como AC/DC e Turbonegro, Insanidade traz ao mundo seu segundo trabalho. High Speed evoca o espírito festivo, descompromissado e voltaico do rock oitentista e nuances esparsas e pontuais de punk rock e garage rock.
Lançado em 11 de janeiro de 2021 e com a banda já adquirindo certa repercussão dentro e fora do país, atingindo rádios americanas e portais renomados nacionais, o álbum apresenta 11 faixas que se alicerçam na já referida mistura de elementos e ritmos, proporcionando quase 40 minutos de uma audição que caminha segura na linha do zelo pela diversão e da energia pueril, contando com uma produção afiada e muito bem feita.
Certeiro, sem projeções aparentes de ambição desgarrada ou de megalomania, High Speed demonstra ser uma audição na medida para fãs de hard rock oitentista e ouvintes de bandas como Hellacopters, Sex Pistols e as já citadas acima. É o tipo de material que você colocaria para rodar em uma boa noite de diversão com amigos, uma quantidade considerável de cervejas (ou de outra bebida de sua preferência) e muita conversa a se jogar na mesa.
A abertura com “Destroy Rock´n Roll”, mote do álbum, já puxa um refrão ganchudo e riffs “chiclete”, naquele tradicional galope do hard rock e rock ‘n’ roll, com direito à coro e tudo. Sendo Goiás uma terra de excelentes bandas de rock´n roll como MQN, Black Drawing Chalks e Desert Crows, é de se esperar uma energia assim de uma banda proveniente dessa terra. E a farra segue com faixas como a inspiradamente “motorheadiana” e ríspida “High Speed”, “Burn Burn Burn” e sua apresentação de eficientes riffs, cozinha alinhada e compassos bem diagramados; e a sólida e visceral “Dirt N’Nasty”, uma das faixas que talvez mais se assemelhe à linha “porra louca” e eletrizante de bandas como MQN e seu rock´n roll bruto, cru e sujo, sendo ponto alto do material.
Oriunda de uma terra que projeta além do senso comum a aura de uma verve roqueira, visceral e extremamente convincente, a banda Insanidade não revoluciona, mas demonstra conexão direta e convincente com as raízes mais “insanas” e rock´n roll de sua terra natal, estabelecendo um contato honesto com influências dentro e fora do país, e não fazendo feio na hora de entregar uma sonoridade que não nos desentranha um sentimento de falsas pretensões ou desejos. Padronizado, uniforme, sem grandes picos, mas sem notáveis altos e baixos. Pelo contrário: dá o play e aumenta o volume, que isso é rock ‘n’ roll, e dos bons.