Texto por Marcos Pereira
Na noite de quinta-feira, 9, via-se um público animado e ansioso para os shows que viriam a acontecer na Tokio Marine Hall, em São Paulo. A casa não chegou a estar completamente lotada, muito provavelmente por se tratar de um show em meio de semana. No entanto, os fãs ali presentes se encontravam em êxtase aguardando a entrada da banda sueca In Flames no palco, que retornou à capital paulista após seis anos e dentro de uma turnê que passou por outros países da América Latina..
Antes da atração principal, minutos antes do horário previsto, a banda Kryour entrou no palco do Tokio Marine Hall para fazer a abertura do show. O quarteto brasileiro é composto por Matheus Carrilho (bateria), Guba Oliveira (guitarra), Gustavo Iandoli (guitarra e vocal) e Gustavo Muniz (baixo). O grupo trouxe músicas de seu mais recente lançamento, o EP Creatures Dwell My Room, e do seu álbum, Where Treasures Are Nothing. Conhecido por seu som melódico e extremo, o Kryour fez um show bem animado, com os músicos se mostrando bem à vontade diante do público então presente. Com solos de guitarra e a mesclagem de gutural, tons melódicos e boas sequências de grooves e pedais duplos, a banda fez um show bem justo, conquistando então novos fãs presentes no momento da apresentação.
Com cerca de cinco minutos de atraso, as luzes do Tokio Marine Hall se apagaram e entraram no palco os suecos da banda In Flames que, após a introdução de “The Beginning of All Things That Will End”, que abre o álbum Foregone, começaram com a música “The Great Deciever”, do mesmo álbum, que inclusive, é o que a tour atual está promovendo. A banda mostrou para que veio, deixando o público em estado de êxtase, com o público fazendo muito barulho desde a primeira música.
A banda formada por Björn Gelotte (guitarra), Anders Fridén (vocal), Bryce Paul (baixo), Niclas Engelin (guitarra) e Joe Rickard (bateria) seguiu o show sem fazer muitas pausas, o que é bem impressionante, visto a quantidade de shows realizados durante essa turnê na América do Sul. O de São Paulo, assim como em outras cidades, foi um show muito profissional, visando não somente a técnica de cada músico, mas também o carisma com o público.
Na sequência a banda tocou “Pinball Map”, do álbum Clayman, de 2000, despertando mais ainda o ânimo dos presentes e, ao final, gerando os gritos que mais seriam ouvidos na noite: “Olê, Olê, Olê, In Flames, In Flames”.
A plateia fazia muito barulho, deixando a banda bem sorridente e à vontade, causando até um manifesto de “Calem a boca” por parte do vocalista Anders Fridén em um tom brincalhão, até então se render e dizer: “Vai, podem continuar”. O público, então, gritou ainda mais alto.
O In Flames variou seu repertório e selecionou músicas de 13 dos 14 álbuns até hoje lançados. O único que não teve um representante foi “Battles”, de 2016. Logo após o par das faixas do álbum mais recente e um dos clássicos de Clayman, vieram faixas como “Everything’s Gone”, “Ordinary Story”, “Deliver Us”, “Behind Space”, “Graveland” e “The Hive”.
Dando sequência ao show, a banda sueca trouxe diversos clássicos, como “Cloud Connected”, sucesso do álbum Reroute to Remain: Fourteen Songs of Conscious Insanity, de 2002. “Only For The Weak” e “I Am Above” foram outros dois grandes sucessos tocados na noite. Os fãs presentes no Tokio Marine Hall cantavam todas as músicas, fazendo a banda agradecer durante diversos momentos do show pelo acompanhamento fiel e pelas ovações a cada faixa. O In Flames, então, terminou com “Take This Life”, do renomado álbum Come Clarity, de 2006.
Por mais que a casa não estivesse com seus ingressos esgotados, o In Flames fez um show memorável, partindo de suas músicas novas até as de seus primeiros álbuns para os saudosistas fãs que estavam ali presentes. A ausência de um de seus maiores clássicos, o single “Trigger”, tocado apenas no Equador, não pareceu abalar ou mudar a opinião de um público que saiu satisfeito com o que recebeu tanto da banda de abertura, quanto da banda principal, no Tokio Marine Hall.
Confira as fotos do show do In Flames em São Paulo tiradas pelo nosso colaborador Wellington Penilha: