Texto por Patrícia C. Figueiredo

Glenn Hughes, o lendário baixista e vocalista do Deep Purple, Trapeze, Black Sabbath e diversos outros projetos, e ainda conhecido como “a voz do rock”, passou pelo Bar Opinião em Porto Alegre nesta terça-feira, 07, com a turnê que celebra os 50 anos do clássico álbum Burn do Deep Purple. A turnê ainda inclui grandes sucessos dos álbuns Stormbringer e Come Taste The Band, os quais gravou com a banda durante as formações MK II e MK III, entre 1973 e 1976. 

Glenn Hughes e banda subiram ao palco ao som de apenas palmas e gritos e cumprimentaram o público presente. Logo, “Stormbringer” abriu o show e atingiu os fãs como uma bela tempestade musical, mas já nos primeiros minutos apareceram os problemas técnicos:  o som distorcido e a microfonia fora de controle maltrataram os tímpanos principalmente daqueles que estavam mais perto do palco. Além disso, os amplificadores estouravam completamente os distintos agudos do cantor, causando até certa agonia. O músico chegou a expressar discretamente sua insatisfação no palco, uma vez que os problemas persistiram principalmente pelas três primeiras músicas.

Mas não há problema que segure um grande fã durante um show. O público não desanimou e não deixou de vibrar junto por um minuto. Entre acenos e beijos que Glenn Hughes mandava do palco, a longa jam das músicas “You Fool No One” e “High Ball Shooter” manteve o ânimo no alto, incluindo o longo solo de bateria de Ash Shehan, que contou com grande participação do público. 

No entanto, a performance de Glenn Hughes parecia um pouco diferente até aqui, com poucos momentos dele ao microfone. Ele então confessou que estava doente desde o dia anterior e não se sentia completamente bem para cantar. Ainda assim, explicou que não queria cancelar o show e declarou: “Eu amo vocês e vou provar!”

Soren Andersen brincou um pouco com alguns acordes de guitarra que emendaram na introdução de “Mistreated”, balada clássica e dramática da carreira de Glenn Hughes. Já de início os fãs colaboraram com gritos de “hey! hey! hey!” com as primeiras batidas da música e não deixaram de cantar uma palavra. Apesar da questão de saúde, o músico conseguiu manter seu vocal impecável até o fim da música, incluindo mais alguns bons agudos. 

A esta altura, o Opinião já estava a mais do que honrar o álbum comemorado da noite, não apenas pela animação do público, mas também porque o clima da cidade e a lotação total da casa contribuiu para a sensação de calor do local. Nada que impedisse os fãs de curtirem cada momento até o final e de cantar com todas as suas forças “Keep on Moving”. A música foi dedicada aos ex-colegas de banda, inclusive ao companheiro com quem dividiu os vocais do Deep Purple, David Coverdale, a quem Glenn Hughes disse desejar tudo de bom. 

Glenn Hughes parecia já ter dado tudo de si e durante o bis deixou a faixa-tema “Burn” para o playback e os fãs darem conta, quase nem se aproximando do microfone. O baixista seguiu interagindo e agitando os fãs sem deixá-los na mão, mas estava claro que ele havia atingido o seu limite vocal. Foi provavelmente por conta disso que Porto Alegre ficou sem “Highway Star” no setlist mas, no fim das contas, ninguém pareceu se importar muito. 

Mesmo com esta questão de saúde e os problemas técnicos do show, a experiência não deixou de ser memorável e fez a alegria dos grandes fãs. Com a casa lotada e o público em êxtase, Glenn Hughes declarou diversa vezes que ama seu público e agradeceu o apoio e compreensão de todos. Acima de tudo, o músico cumpriu com a proposta de fazer este show “pegar fogo”. 

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