Texto escrito pelo WikiBrother Gabriel Brandino, do @moshinhell
A música “Heal Me”, da banda Gamma Ray, é uma das baladinhas mais lindas já escritas por Kai Hansen.
Parte do álbum Insanity and Genius (1993), a faixa te coloca na visão de uma pessoa que começa a se questionar para entender seu propósito na vida.
“Quando eu acordo no fim do dia a lua aparece e o sol se vai
Eu me levanto da cama e choro […]
Não importa como, às vezes eu me sinto como
Um eco no vento, que não vai mais retornar.”
Nesse trecho, o vocalista e guitarrista percebe o quanto nossa vida é efêmera e que, com o passar dos anos, nós colecionamos apenas memórias.
“Eu olho dentro da minha cabeça e vejo os reflexos do mundo
E eu vejo genialidade e insanidade.”⠀
Hansen faz uma breve reflexão e compreende o mundo em que vivemos, onde muitas vezes essa genialidade e a própria insanidade estão na mesma pessoa, intrínsecas a uma mesma sociedade.
“Você pode ser forte se você souber quem é
Os sinais na parede dizem para você seguir em frente antes que seja tarde.”
Esses sinais na parede podem ser uma metáfora para a comunicação, desde seus primórdios com os hieróglifos, até a mídia de hoje em dia.
“Ajude-me – eu preciso de ajuda […]
Talvez eu esteja errado, eu não faço ideia
Não sei onde eu pertenço – Diga-me o que é verdade.”
Ele fala isso como uma súplica, talvez pedindo a ajuda para alguma entidade. Kai Hansen é cristão, então pode estar se referindo ao “personagem” orando e conversando com Jesus, mas a certeza é de que ele está perdido em seus próprios pensamentos e dúvidas.
E não saber onde pertencemos é um questionamento comum em muitos de nós, que vivem uma vida inteira sem saber qual é sua verdadeira essência.
“Pense não pense – o que você pode ver?
Nossa vida é apenas a fantasia de alguém que você nunca verá
Então eu caio na risada
Agora enquanto eu mudo o meu ponto de vista
Não há nada mais para me deixar triste – não de novo, nunca mais”⠀
Depois de um tempo, ele percebe que, assim como nas ideias filosóficas do relativismo, não existe uma verdade absoluta. Porém, ao dizer que muda seu ponto de vista e nada mais o deixará triste, ele sucumbe à própria ignorância, acreditando que para ser feliz, não pode mais se sentir daquela forma.
“Oh, você não veio para me curar – me escute
Cure-me! Cure-me! Cure-me!”
Mas essa ideia não dura muito e ele pede para que algo – ou alguém – o cure, não de uma doença, mas de seus próprios pensamentos, que o consomem e não o deixam entender qual seu propósito.
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