Com a retomada gradual dos shows de grande porte na América do Norte, Kiss está atualmente na estrada com a The End of The Road Tour. O retorno aos palcos, porém, não foi sem riscos: Paul Stanley e Gene Simmons testaram positivo para COVID-19 e Fran Stueber, técnico de guitarra da banda por duas décadas, morreu aos 52 anos por complicações da doença.
Em matéria publicada pela Rolling Stone, roadies da banda culpam a falta de compromisso da organização da turnê em manter protocolos rígidos de segurança pela morte de Stueber, alegando que a banda e a produção dos shows não tomou providências suficientes para proteger a todos os funcionários.
Três roadies conversaram com a revista em caráter de anonimato para relatar as supostas más condições de trabalho desde o retorno dos shows do Kiss. De acordo com os relatos, a banda teria um departamento específico para cuidados contra COVID-19 na equipe, mas o projeto foi cancelado às vésperas dos shows e as responsabilidades de seguir as regras ficaram por conta de cada pessoa. “Não era seguro e eu não conseguia acreditar, mesmo assim seguimos em frente”, disse um.
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Os funcionários reclamam que não havia testagem diária obrigatória, nem todos os funcionários usavam máscaras corretamente e acusam a produção da turnê de falta de transparência ao isolar um integrante da equipe, supostamente sem avisar aos colegas com os quais a pessoa infectada trabalhava e sem testar as pessoas próximas.
Um dos produtores executivos da turnê negou as acusações. Segundo ele, “a banda exigiu que toda a equipe apresentasse cartões de vacinação e usasse máscaras nos bastidores. As refeições foram separadas entre os trabalhadores locais e a equipe de turnê. Aqueles que testassem positivo seriam enviados para hotéis para quarentena, e seus companheiros de ônibus também seriam testados”.
Apesar disso, ele não negou que os protocolos poderiam não ser suficientes. A política de testagem da banda tem sido a mesma aplicada por outras bandas atualmente: funcionários e integrantes apenas serão testados caso apresentem sintomas ou solicitem o teste. “Se você quiser um teste, nós o forneceremos. Se você quiser fazer o teste, se sentiu sintomas, se acha que alguém pode estar doente, levante a mão”, disse o gerente de turnê Robert Long sobre a política dos shows.
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“Nossa turnê mundial End of the Road absolutamente possui os protocolos de segurança da Covid que atendiam, mas na maioria das vezes ultrapassavam, as diretrizes federais, estaduais e locais. No fim das contas, esta ainda é uma pandemia global e simplesmente não existe uma maneira infalível de viajar sem algum elemento de risco”, declarou a banda em comunicado.
Ainda em resposta aos problemas de segurança apontados pelos funcionários, o Kiss informou ainda que é impossível acompanhar cada passo dos funcionários da turnê e declarou irregularidades por parte de alguns. “Estamos agora cientes de alguns membros da equipe tentaram esconder sinais de doença e, quando testaram positivo, recusaram atendimento médico. Além disso, recentemente fomos informados de que certos funcionários podem ter fornecido cartões de vacinação falsos. Se isso for verdade, consideramos moralmente repreensíveis (bem como ilegal), colocando toda a turnê em perigo”, declararam.
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