Com um post contundente, porém necessário, a líder da banda Crypta, Fernanda Lira, se manifestou sobre o monstruoso assassinato cometido às vésperas do Dia da Consciência Negra.
João Alberto Silveira Freitas foi assassinado por seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre e gerou uma onda de protestos e manifestações contra o racismo estrutural que existe no Brasil.
Fernanda Lira abre seu texto, resumindo o sentimento:
“Eu tinha planejado fazer um post massa pro dia de hoje, mas o país racista de merda que a gente vive lembra a gente que ainda precisamos fazer o básico, que é lutar.”
“Pra quem não sabe, hoje, no Dia da Consciência Negra, acordamos com a notícia horripilante de que MAIS UM homem negro foi morto nas mãos de assassinos disfarçados de seguranças de supermercado (na bosta do carrefour que eu nunca mais passo nem na frente).”
Fernanda fala então sobre a clara existência de um racismo profundo instaurado nas entranhas do país:
“Ele existe, está vivo, forte e matando gente todo dia. (…) Não tem desculpa ainda se opor a idéia do racismo hoje em dia. Basta ter um mínimo de força de vontade pra ler os milhares de textos e relatos que enumeram com clareza o pq cota não é esmola, o pq de não ser possível existir ‘dia da consciência humana’ ou ‘toda vida importa’.”
A baixista prossegue: “Não tem desculpa. Não é vergonha nenhuma ter uma percepção errada sobre as coisas, eu já tive muitas. Errado é se fechar a mudá-la, não abrir os olhos. Não querer enxergar, não querer admitir que o racismo existe e é estrutural, sistemático e ASSASSINO, não anula o fato de ele existir e matar gente todo dia.”
As declarações de hoje, 20, do vice-presidente Hamilton Mourão, dizendo que “no Brasil não existe racismo” aumentaram ainda mais a revolta.
O post de Fernanda continua: “Pra mim, cada um que se recusa a fazer sua parte na luta antirracista, que começa por admitir que ele existe, é cumplice do assassinato desse cara, pq esse tipo de coisa só acontece ainda, pq tem uma sociedade que valida isso, a maioria de forma velada, é tão somente por isso que um absurdo desse ainda rola.”
Fernanda Lira conclui com uma pergunta e com uma proposta: “E aí de qual lado vc ta? Me dêem uma sociedade mais justa e eu prometo um discurso mais leve, esse é o trato.”
O Wikimetal se solidariza com a família Freitas, com o post de Fernanda Lira e registra seu total repudio em ver tanta violência sistemática contra pessoas negras.
E assim como a Fernanda, o Wikimetal acredita que todos têm a obrigação de ajudar a criar uma sociedade que abrace os negros com dignidade, respeito e direito à vida.
Confira o post de Fernanda Lira na íntegra:
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