Baixista do Angra desde 2001, Felipe Andreoli gravou todos os álbuns da banda desde Rebirth e elegeu o mais difícil para tocar. Diferente de Rafael Bittencourt, que elegeu Temple of Shadows (2004) como o mais complicado da carreira pelo momento do grupo, Andreoli escolheu outro disco quando o assunto é complexidade técnica.
Durante entrevista ao canal de Thales Queiroz, o músico respondeu primeiro sobre os desafios em Temple of Shadows, conforme transcrito pelo Wikimetal. “Tem momentos muito desafiadores, todos os discos tem: o Aqua tem, Aurora Consurgens tem muito”, contou. “Mas tem momentos que são universalmente difíceis e para sempre vão ser, porque não é só de difícil execução, exige muita resistência e que você esteja em forma, entendeu? Que é uma coisa que agora, por exemplo, dois anos sem fazer shows, eu absolutamente não estou. Se eu tivesse que tocar ‘Temple of Hate’ hoje, teria que me preparar por uma semana para gravar o vídeo”.
Apesar dos desafios do quinto álbum da carreira, Andreoli apontou outro álbum como o mais difícil. “Tem muita coisa difícil em todos os lugares, os dois últimos discos do Angra são cheios de coisas extremamente desafiadoras (Secret Garden e Ømni). O Temple of Shadows é um conjunto, é aquele velho clichê: a soma das partes é maior do que o valor individual de cada música”, explicou. “Se você analisar a discografia do Angra, acho que o disco mais difícil de tocar, provavelmente, é o Aurora”.
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Segundo o baixista, essa dificuldade foi a mesma para todos os músicos e não apenas no baixo. “Porque é um disco que o Kiko Loureiro colocou muito a mão para compor e numa fase de compor sozinho em casa, deixando a mão voar, então tem muitas coisas extremamente desafiadoras (…), que é um pouco sintoma de quando um cara tomou mais a frente e não teve aquela colaboração, como teve no Temple of Shadows, por exemplo”, continuou. “O Aurora é muito mais direto ao ponto em muitos aspectos, e acabou ficando dependente dessas partes difíceis para completar as músicas”.
O motivo para tantos desafios técnicos é uma mentalidade compartilhada pelos músicos do Angra – e presente também em Ressonance, álbum de Andreoli. “Quando você está criando, a gente tem – eu tenho essa mania, meu disco foi exatamente a mesma coisa – de sempre criar acima do que pode fazer naquele momento. Não gosto de ficar na zona de conforto, tocando só o que é fácil para mim”, disse. “Quero me desafiar e usar o disco como trampolim para um Felipe melhor daqui a seis meses, quando eu estiver tocando esse show. E todo disco do Angra é assim”.
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