O show do Black Pantera no Lollapalooza Brasil no último domingo, 27, reuniu quantidade surpreendente de fãs apesar do horário desafiador. Além dos headbangers prontos para o mosh, a grade do palco do festival tinha jovens que aguardavam a banda de indie rock coreano The Rose – e se viram no meio de uma pancadaria inesperada.

Na cobertura do Wikimetal no evento, o isolamento das bandas mais pesadas foi citado muitas vezes, uma vez que um dos grandes méritos do Lollapalooza é proporcionar que o público conheça novas bandas ao vivo, em uma experiência única. Em menor proporção, isso aconteceu com a banda de metal. 

Ao final do show, conversamos com algumas pessoas perto da grade para entender como foi a experiência de ter o espaço de espera invadido por rodinhas punk, moshs e até um paredão da morte. “Deu um pouquinho de medinho de apanhar, né? Eu não queria me meter muito”, riu Paula Menas, de 29 anos. 

Apesar da surpresa inevitável em alguns momentos do show, como no momento em que Charles Gama vai para o meio da galera, o apelo político da banda chamou a atenção do público de fora da bolha do rock e metal. 

“Gostei muito. A banda tem um posicionamento muito forte, né? Eu não conhecia, porque não é um ritmo que eu ouço. Então, o posicionamento deles, as falas fazem a gente se interessar, pensar ‘Vamos tentar descobrir quem são eles’, sabe?”, disse Isabela, de 16 anos. “Geralmente essa movimentação toda dá um pouquinho de medo de tomar um tombo e de cair, se machucar, mas foram incríveis as falas, os posicionamentos, até mesmo as músicas deles mesmo, que eu não conhecia”. 

Vinda de Goiás para o evento, Laura Weiller, de 30 anos, já conhecia de um show de Uberaba e admirou o protesto feito no evento. “Eles são uma banda do underground do Brasil, do interior de Minas Gerais, e ainda são independentes. E eles estarem tocando em um festival desse nível, [quando] a gente sabe que o Lolla tá enfrentando toda essa questão do trabalho escravo, eles se posicionarem demonstra toda a coragem e o posicionamento que eles têm, que eles levam para fora do palco. Muito importante”, observou.

Curiosamente, o baixista Chaene da Gama também assistiu ao show do The Rose para acompanhar uma das filhas, fã da banda indie. Depois de se apresentar com o Black Pantera no palco Adidas, o músico foi aproveitar o festival no meio do público com a família. 

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