Stratovarius, considerados os “deuses do metal melódico”, estarão novamente no Brasil, dessa vez para abrir a edição especial de 30 anos do Monsters of Rock. A banda, que está na estrada há quase 40 anos, manteve-se no topo do metal melódico graças a suas constantes evoluções. Em 2022, lançou seu álbum mais recente, Survive, uma obra poderosa e épica que trouxe inovações positivas ao som do grupo.
Formada em Helsinque, na Finlândia, a banda passou por diversas mudanças de formação. Hoje, conta com Timo Kotipelto (vocais), Jens Johansson (teclados), Matias Kupiainen (guitarra), Lauri Porra (baixo) e Rolf Pilve (bateria).
Timo e Jens, simpaticíssimos, concederam uma entrevista ao Wikimetal para falar sobre seus planos, o novo álbum e, é claro, a participação no oitavo Monsters of Rock, que acontecerá no dia 19 de abril de 2025.
O festival também contará com as lendas do hard rock e do heavy metal Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Quensrÿche, Opeth e lógico, o Stratovarius, que vão se revezar no palco do Allianz Parque, em São Paulo, para celebrar os 30 anos do Monsters of Rock no Brasil. Uma edição histórica, com produção da Mercury Concerts.
Confira a entrevista com o Stratovarius na íntegra:
Timo Kotipelto e Jens Johansson falam sobre o pós lockdown
WIKIMETAL: Olá!
STRATOVARIUS (Timo Kotipelto e Jens Johansson): Olá! Bom ver você.
WM: É uma honra entrevistar vocês.
STRATOVARIUS: Oh, obrigado!
WM: Depois da pandemia e com a volta dos grandes festivais, vocês têm sido constantemente escalados como principais headliners. O lockdown teve alguma influência nessa nova demanda e energia que a banda vem mostrando ao vivo?
ST: Sim, percebemos isso nos últimos anos, especialmente depois da COVID. Não sei se “demanda” é a palavra certa, mas temos recebido cada vez mais convites e mais pessoas indo aos nossos shows. Talvez seja porque lançamos um álbum do qual gostamos muito, o Survive. Mas, sinceramente, é só diversão tocar ao vivo. Temos tantas músicas para escolher e sempre podemos mudar um pouco o setlist. Os últimos anos de shows têm sido muito agradáveis.
Stratovarius e Brasil: Uma parceria antiga
WM: O Stratovarius é uma das bandas que mais veio ao Brasil desde o início de carreira. Inclusive, o público brasileiro lotou o último show de vocês em São Paulo em 2023, no palco Sunset, do atual Bangers Open Air. Como vocês se sentem voltando para um grande festival como o Monsters Of Rock no Brasil?
TK: É fantástico! Quer dizer, ouço falar desse festival desde que me entendo por gente. É uma honra e deve ser muito divertido. Sim, sempre viemos ao Brasil, e acho que tem aquele meme em que as pessoas comentam nas redes sociais “Come to Brazil!”. Mas o Stratovarius realmente vem! O Monsters of Rock deve ser muito legal. Tocamos no Summer Breeze* (Agora com o nome de Bangers Open Air) no ano passado, e o pessoal diz que o Monsters of Rock é ainda mais metal do que o anterior, que é um festival mais geral. Então, vai ser incrível.
JJ: Concordo totalmente! Quando as pessoas falam de bandas como Iron Maiden tocando no Brasil no Monsters of Rock, e a gente assiste àqueles vídeos lendários, é como “Nossa, eu adoraria viver isso pelo menos uma vez na vida.” E agora, está acontecendo para vocês!
TK: Exatamente! Vai ser ótimo.
Evolução e shows
WM: Acompanhando a banda desde 1999, tive a honra de assistir a vários shows ao longo dessas três décadas. Além disso, a percepção clara da evolução e entrosamento da banda. Por exemplo, o show de vocês em 2000, bem no auge do sucesso da banda aqui no Brasil, e depois em 2011, quando tocaram com o Helloween — divulgando o álbum Elysium! E depois, veio o festival de 2023 em São Paulo. Importante não notar, como o público de vocês só cresce, é incrível, cada vez mais dedicado ao longo dos anos, e é emocionante ver isto acontecer com uma banda como o Stratovarius.
ST: Que ótimo! Obrigado pelo seu apoio. A gente realmente agradece.
WM: A partir desse ponto, qual é a relação de vocês com o Brasil e o público brasileiro, tendo em vista que vocês estão alcançando cada vez mais fãs por aqui?
ST: É, fomos uma das primeiras bandas europeias de metal a fazer turnê no Brasil, acho que por volta de 1997. Naquela época, poucas bandas faziam turnê aqui, e tocamos em cinco shows nessa primeira visita. Talvez isso tenha ajudado a criar um vínculo forte com os fãs brasileiros desde cedo, e continuamos voltando desde então. O Brasil é um país importante para nós, não só pela quantidade de shows, mas também porque temos grandes amigos aqui. É sempre um prazer voltar.
A estrada até agora
WM: Qual é o segredo para se manter no topo por tanto tempo, e ainda entregando performances impressionantes?
ST: Bom, acho que parte disso vem das mudanças de formação; os integrantes mais novos trazem bastante energia. Mas ainda tocamos as músicas antigas com paixão. Tentamos ser honestos com o que fazemos — compomos o tipo de música que amamos e esperamos que as pessoas gostem. Pessoalmente, cantar ao vivo é muito mais divertido do que gravar em estúdio, porque você vê a reação do público, ouve todo mundo cantando junto, sente aquela energia. É uma troca mútua, e isso faz com que tocar ao vivo seja algo muito especial.
Ainda é muito divertido. Na verdade, eu diria que é até mais divertido agora do que há 10 anos. Quando deixar de ser divertido, é sinal de que estarei pronto para parar. Mas, por enquanto, estou curtindo bastante.
Lançamentos e Planos para o futuro
WM: O álbum Survive, de 2022, foi muito bem recebido no Brasil. Por que vocês decidiram lançar dois EPs em 2024 ao invés de um álbum completo? Tem a ver com a agenda de shows de vocês?
ST: Não exatamente. O intervalo entre o Survive e o álbum anterior foi de sete anos. Escrever e finalizar um álbum completo leva tempo, principalmente porque cada um de nós mora em um país diferente e temos agendas cheias. Os EPs foram mais uma forma de manter as coisas em movimento. A gravadora juntou alguns singles digitais de material inédito e outras faixas antigas de que eles gostavam. Basicamente, dissemos a eles: “Surpreendam-nos!” É só uma maneira de manter o público engajado.
WM: Como vocês lidam com a pressão de lançar material novo constantemente, considerando o ritmo acelerado da indústria musical hoje em dia?
ST: A gente não sente muito essa pressão. Se há alguma pressão, é mais em relação a planejar turnês e apresentações ao vivo. Só lançamos material novo quando nos sentimos prontos. A gravadora, claro, adoraria um álbum por ano, mas decidimos que não vamos lançar nada a menos que acreditamos realmente na qualidade. Foi por isso que Survive levou sete anos — passamos meses compondo e garantindo que ficaria do nosso agrado. O mesmo acontecerá com nosso próximo álbum. Não vai sair este ano e, talvez, nem no próximo, mas tem que ser ótimo. Do contrário, não vale a pena.
Kotipelto e Jens: Sobre a nova geração de fãs
WM: No último show de vocês em São Paulo, ficou bem visível, a junção de uma nova geração de fãs — jovens, famílias, até crianças acompanhando os pais. Como é ver esse crescimento de público, atravessando gerações?
ST: É incrível! Nem sempre percebemos por causa das luzes do palco, mas às vezes ficamos surpresos com a quantidade de gente na plateia. É ótimo ver fãs mais jovens curtindo nossa música, e esperamos que isso continue acontecendo.
WM: Vocês preferem tocar em grandes festivais ou em locais menores e mais intimistas?
ST: Cada um tem suas vantagens. Festivais são ótimos para alcançar novos públicos e dividir o palco com outras bandas. Mas em casas de shows pequenas, a energia é muito intensa — você fica bem perto dos fãs, e isso é bem divertido. Honestamente, eu adoro as duas experiências.
Recado para o público do Monster of Rock
WM: Você pode dar uma dica de como será o setlist para o show de abril no ‘Mosnters Of Rock’ no Brasil?
ST: Para ser sincero, ainda não decidimos. Temos mais dois shows na Finlândia como parte da nossa turnê com o Sonata Arctica e, depois, um show na Dinamarca antes de voar direto para o Brasil. Nem sabemos quanto tempo vamos tocar no Monsters of Rock — se serão 30 ou 45 minutos — isso vai afetar o setlist. Mas quem sabe? Talvez Black Diamond esteja lá, se o Jens topar tocar! (risos)
WM: Vocês têm alguma mensagem para os fãs brasileiros antes do Monsters of Rock?
ST: Sim! Nós vamos abrir o dia, então cheguem cedo! Vamos fazer uma grande festa de power metal juntos!
WM: Muito obrigada! Foi uma honra entrevistar você. Vejo vocês no show!
ST: Obrigado! Vejo vocês no Brasil!
Enquanto isto, confira aqui o videoclipe da clássica “Hunting High And Low” do Youtube oficial da banda;
Serviço – Monsters of Rock 30 anos
Atrações Confirmadas: Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Queensryche, Opeth e Stratovarius
Cidade: São Paulo
Data: 19 de abril de 2025 (sábado)
Local: Allianz Parque – Avenida Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca – SP
Portas: 10h – Início dos Shows: 11h45
Ingressos: Eventim
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