Sete anos após a última passagem pelo Brasil, Slipknot está prestes a desembarcar no país para inaugurar a primeira edição do Knotfest, festival de curadoria da própria banda, em São Paulo. Em entrevista ao Wikimetal, o baixista Alessandro Venturella, mais conhecido como Vman, falou sobre os shows em nosso país e o novo álbum da banda..
Como é de se esperar quando se trata de Slipknot, o sétimo álbum de estúdio não chegou sem repercussão exagerada entre fãs e haters, muitas vezes dedicados na mesma medida. A princípio, o nome do disco dava a entender o fim das atividades da banda, mas o frontman Corey Taylor não permitiu que essa ideia se espalhasse: The End… So Far é, na verdade, o fim de um ciclo para algo novo começar.
De acordo com Vman, a banda não tinha uma direção definida quando começou a gravação para o disco e as músicas surgiram naturalmente, no próprio ritmo. “Era literalmente, ‘isso soa bem, vamos manter. E essa parte flui bem com aquela, então vamos manter’”, contou. “E quando você escuta a música finalizada, isso também te inspira e talvez você comece a escrever outra daquele jeito, porque gostou do que ouviu. Acho que foi um efeito dominó de inspiração”.
Com uma sonoridade sombria e pesada, mas nem sempre violenta como os discos que tornaram o Slipknot um dos principais nomes do metal atual, uma parte do público reclamou do excesso de baladas no projeto, apesar da presença de faixas intensas como “The Chapeltown Rag”, “The Dying Song” e “Warranty”. “Ainda há faixas no disco [para quem gosta] de heavy metal e tem muita técnica”, observa o baixista.
As críticas, porém, não encontram eco no meio musical. Até mesmo Mike Portnoy ficou sem entender as reclamações dos ditos “fãs puristas” e aclamou o resultado do novo disco do Slipknot: para o baterista, o projeto mistura Pink Floyd e Radiohead na veia da banda e alcança um resultado ao nível de o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967), dos Beatles.
E na visão da própria banda, a longa estrada os tornou imunes às reclamações inevitáveis. Assim como em qualquer outro aspecto da vida, é impossível agradar a todos quando um novo álbum é lançado – e ninguém no Slipknot vai perder o sono por causa disso. “Eu não quero ouvir a mesma música 11 vezes, sabe? Com esse disco, acho que é uma boa jornada”, reflete Venturella. “Todo mundo tem a própria opinião, mas sabe como é… Algumas pessoas não gostam de Beethoven. E eu não acredito nelas”.
LEIA TAMBÉM: Resenha: Slipknot faz paz com passado e lança ‘The End, So Far’
Slipknot no Brasil em 2022
Na última passagem pelo Brasil, Slipknot realizou uma série de shows paralelos à apresentação da banda no Rock In Rio. Desta vez, a banda se prepara para trazer o próprio festival ao nosso país.
Com uma década de existência e um line-up de curadoria da própria banda, o Knotfest terá a primeira edição brasileira em São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, em 18 de novembro com um line-up grandioso. Além do próprio Slipknot, o evento traz Judas Priest, Motionless in White, Mr. Bungle, Sepultura e outros nomes do metal.
Questionado sobre a diferença de se apresentar em outros festivais e em território próprio, Vman explica que a relação mais pessoal do Slipknot com todas as bandas escaladas para o Knotfest cria um ambiente de mais conforto e irmandade. As atrações escolhidas são parte da trajetória da banda, amigos ou ídolos.
“Nesses festivais maiores, você não conhece todos que estão se apresentando, então todo mundo apenas sai por aí. São bons eventos, mas não existe essa camaradagem com outras pessoas”, disse. “[No Knotfest], há mais animação no ar e acredito que a performance das bandas será ótima por causa disso. Ver alguns amigos de volta ao mundo das turnês, tudo isso acrescenta e faz aquele dia especial para os fãs”.
Entre esses velhos amigos de volta à estrada, o Pantera certamente está na lista dos integrantes do Slipknot e dos fãs como um dos pontos altos do line-up do Knotfest pela América Latina, uma vez que Corey Taylor já afirmou anteriormente que está “muito empolgado” para ver Phil Anselmo e Rex Brown levando o legado adiante com a ajuda de Zakk Wylde e Charlie Benante.
Agora com sete álbuns na discografia, existe o desafio de criar uma setlist capaz de equilibrar os desejos do público mais antigo e dos novos fãs. “Sem dúvidas, é uma decisão difícil. Agora que o ano está chegando ao final, acredito que teremos muitas músicas queridas pelos fãs que adicionamos ao setlist recentemente”, adiantou. “Queria ser o responsável pelo setlist, mas apenas posso dar minha opinião e é isso”.
Do disco The End… So Far, existem algumas faixas ainda não apresentadas ao vivo que Vman adoraria ver na seleção final de músicas pros shows: “Adderall”, “Yen” e quem sabe a apropriadíssima “Finale” na reta final dos shows, como um momento de recuperar as energias antes de “People = Shit” e outras músicas explosivas.
Independente das músicas escolhidas para os shows no Brasil, Slipknot promete a maior e mais relevante passagem pelo Brasil para a próxima semana, trazendo sua caravana e mentalidade para uma experiência única aos fãs brasileiros.
LEIA TAMBÉM:Playlist: conheça as bandas que vão tocar no Knotfest Brasil 2022