A voz poderosa e a poesia de Shawn James o tornaram um dos principais nomes em ascensão no blues rock. Com uma década de estrada, o estadunidense se tornou conhecido pela emocionante balada “Through the Valley”, parte da trilha sonora do jogo The Last of Us 2, mas há muito mais no universo sonoro dele do que violão e a pegada folk do sul de Chicago.
O músico acabou de passar pelo Brasil em uma turnê de sucesso por três cidades em abril: Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro receberam os primeiros shows com banda completa de James por aqui. A estreia do artista por aqui aconteceu um ano antes, mas em shows acústicos de voz e violão.
Em entrevista ao Wikimetal um pouco antes desses shows, Shawn James falou sobre o mais recente álbum, A Place In The Unknown. Esse projeto expande os horizontes de gêneros musicais explorados na sonoridade do artista, que usa com maestria elementos do sons mais pesados no dia, do rock ao grunge e heavy metal.
WM: Falando sobre o Brasil, você fez seu primeiro show aqui ano passado. Como foi?
SJ: Absolutamente incrível. Nunca recebi uma resposta tão calorosa de primeira. A energia e o envolvimento da plateia é a melhor que já vi. E foi apenas um show acústico!
Wikimetal: A capa do seu novo disco é encantadora. Como ela se relaciona com a sonoridade e a mensagem do disco?
Shawn James: Eu vi esse álbum como algo meio caótico, mas bonito – e a arte captura muito isso. [A artista) Eleonora Pulcini me surpreendeu absolutamente com a arte que ela criou a partir da minha ideia.
WM: Para os fãs que conheceram sua música por causa de The Last of Us, este álbum pode trazer surpresas. Quais são suas principais influências quando se trata de música mais pesada?
SJ: Minhas influências são muitas, na verdade! Led Zeppelin, Black Sabbath, Gojira, At The Gates, Meshuggah e muitas mais são algumas das minhas favoritas.
WM: Sua música “No Blood From a Stone” me fez pensar… Muitos dizem que o rock n’ roll está morto e a letra descreve algo que vai desaparecer por causa de sua ganância. Seria assim com rock n roll?
SJ: Eu não acho que seja assim. Acho que estilos e gêneros podem estar em tendências que vem e vão em quesito de popularidade. Mas na minha opinião, nada realmente desaparece, mesmo que se torne menor. Acredito que funciona como um pêndulo e vai voltar.
WM: Esse tópico de não se vender por ouro ou dinheiro volta mais adiante no álbum. Quão difícil é seguir a paixão pela música e não se perder nas promessas da fama?
SJ: Desde que você consiga se manter honesto, genuíno e autêntico, então isso não será um problema ao meu ver. Acho que o erro das pessoas é quando começam a mudar sua música e si mesmos para fazer mais sucesso e ganhar mais dinheiro. Isso nunca é bom para a arte.
WM: Outra mensagem forte desse álbum é sobre se manter forte e seguir em frente nas músicas “Not Alone” e “No One Knows”.
SJ: “Not Alone” é sobre se sentir sozinho. Eu queria dizer para todos que não importa o quão só você se sinta, isso não é verdade. Sempre há pessoas e conforto por perto se você se abrir. Não importa o quão difícil seja, você vai encontrar uma maneira de seguir desde que não desista.
No caso de “No One Knows”, estou falando sobre como tudo sempre pode mudar inesperadamente e te surpreender, independentemente do quão estável e seguro você acha que está. É sábio estar sempre pronto para o inesperado. Você nunca sabe o que acontecerá no final.