Living Colour, um dos nomes mais renomados do rock americano, vem ao Brasil durante o mês de outubro, para quatro performances em solo nacional.

A turnê se inicia no dia 10, no Rio de Janeiro, no Sacadura, e segue para Belo Horizonte, no dia 11, no Mister Rock, São Paulo, no dia 12, no Tokio Marine Hall, e encerra a sua passagem em Brasília, no dia 13, no Toinha Brazil.

A banda retorna ao país após dois anos de seu último show, que aconteceu no Rock In Rio. Formado pelo guitarrista Vernon Reid, o vocalista Corey Glover, o baterista Will Calhoun e o baixista Doug Wimbish, o grupo já lançou seis álbuns de estúdio.

Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, Reid comentou sobre a primeira vinda do Living Colour ao Brasil, o álbum Vivid (1988) e mais.

O Monsters Of Rock de 1992 ficou marcado como sendo a primeira vez em que o Living Colour se apesentou em nosso país, o que Reid relembra com nostalgia: “Sabe, eu lembro que eu era muito mais jovem. E, sabe, é emocionante. Foi emocionante. É tão interessante dizer que algumas das músicas que tocávamos naquela época, tocamos agora. E nossa abordagem sobre isso é, não sei, um pouco mais refinada. Não sei. Mas foi divertido.”

“Eu penso de volta sobre quem éramos, quem eu era naquela época e pensando onde estamos agora e todas as diferentes mudanças e o quanto as coisas não mudaram. Muitas coisas na sociedade não mudaram tanto quanto gostaríamos.”

Em 1988 eles lançaram o álbum Vivid, que verdadeiramente impactou sua carreira. O álbum de estreia os tornou bastante reconhecidos, sendo um destaque dentro da indústria da música.

“Bem, o que eu sinto sobre isso é que o primeiro aspecto é que nunca pedimos desculpas por sermos negros. Nós apenas somos quem somos. E eu nunca aceitei a ideia de que o rock deixou de ser algo que os negros pudessem expressar. Eu não aceitei isso. Eu nunca aceitei isso. Então nunca houve um conflito sobre tocar rock and roll.”

“Agora, para as pessoas que ficaram surpresas, as pessoas pensariam, ‘oh, bem, começou negro e depois se tornou branco, e é isso.’ E isso não é realmente verdade. Isso não é realmente verdade. E para mim, na minha juventude, lembro-me de ouvir bandas como Funkadelic, ouvir WAR, ouvir os Isley Brothers. E, [Jimmi] Hendrix estava na banda Isley Brothers. E então Ernie Isley, era o mais novo, ele se tornou o guitarrista. E eles tiveram sucessos no rádio com aquele som pós-Hendrix.”

“Então isso foi parte da minha trilha sonora de quando eu estava crescendo. Então, quando eu cheguei à idade de tocar guitarra uma noite, isso nunca foi uma coisa. E então eu descobri o jazz e estava seguindo o blues, e eu nunca parei de amar o funk. Foi isso que aconteceu. Então eu basicamente, nós trouxemos nossas vidas para o projeto. E essa é a questão. Nós fizemos algo muito improvável, e isso é parte da influência da banda.”

“Além da raça, só o fato de que fizemos algo que ninguém pensou que poderia acontecer, isso é parte do que é influente.”

Quando perguntado sobre a possibilidade da realização de novos álbuns, ele respondeu: “Estamos trabalhando em músicas e temos feito muitas turnês porque estamos com o Extreme há pouco mais de um ano e tem sido muito divertido. Mas começamos a gravar nos intervalos entre elas. E logo, acho que depois dessa corrida, não sei, acho que estamos quase terminando nossa corrida e então vamos nos concentrar no próximo disco.”

Em termos de setlist dos shows no Brasil, o guitarrista dá alguns detalhes: “Colocamos ‘Sacred Ground’ de volta no nosso set list e não tocamos ‘Sacred Ground’ há muito tempo, e estou ansioso por isso. E temos tocado ‘Bi’ recentemente e essa é uma música divertida para nós tocarmos. Há algumas coisas. Elas serão diferentes.”

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Fã de rock desde muito cedo, é estudante de jornalismo e trabalha, também, criando conteúdo para a internet. Já foi host de podcast e atualmente está completamente focada na área de jornalismo especializado. Apaixonada por música, é entusiasta, em especial, do hard rock e heavy metal.