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Get The Shot

Get The Shot. Crédito: Divulgação

Entrevista: Get the Shot fala sobre fazer música extrema nos dias de hoje e o que esperar do novo álbum

“A música extrema, especialmente o hardcore, deve ser sempre uma contracultura ameaçadora e não uma versão edulcorada que atrai as massas”, disse o baixista

A banda canadense de hardcore Get The Shot está se preparando para o próximo álbum de estúdio, que marcará o quarto da carreira, com os singles “Deathbound”, que traz uma participação especial de Rob Watson, do Lionheart, e “Survival Denied”. Enquanto isso, o grupo prepara também uma turnê.

Em meio a isso tudo, Dan Fisher, baixista e membro fundador do grupo, conversou com o Wikimetal sobre ser uma banda de hardcore atualmente, o último álbum do grupo Infinite Punishment, de 2017, e o que esperar do próximo lançamento, ainda sem data de lançamento e nome divulgados.

Confira a entrevista na íntegra logo abaixo:

Wikimetal: Olá, como vai? Primeiro gostaria de agradecer por dedicar seu tempo para a entrevista! Para quem está conhecendo a banda agora, você pode falar um pouco sobre a banda, seu som e como vocês chegaram até aqui?

Dan Fisher: Obrigado pelo seu interesse, é um prazer conversar com o Wikimetal. O Get the Shot foi formado em 2009 com nenhuma intenção além de tocar uma música hardcore punk rápida e agressiva. A primeira demo “In Fear We Stand” (2009) e o LP Perdition (2012) foram criados rápida e instintivamente em um sentimento de urgência. Até então, a banda encontrou sua formação definitiva e real. Neste momento decidimos aprofundar a nossa formação musical e incorporar diversas influências.

A maioria de nós cresceu ouvindo clássicos do thrash metal dos anos 80 como Slayer, Anthrax, Metallica e Sepultura. Nos encontramos confortáveis ​​nesse nicho de crossover e o exploramos ao máximo em No Peace in Hell (2014) e Infinite Punishment (2017). Com mais de 500 shows, digamos que passamos muitas horas ouvindo música na van. Acho que exploramos e nos movemos em direção a diferentes espectros de música extrema juntos, e isso reflete de alguma forma em nossa escrita.

WM: Quão diferente é Infinite Punishment (2017) de No Peace in Hell (2014) e Perdition (2012) na sua opinião? Existem diferenças no processo de escrita, som e assim por diante?

DF: Perdition foi a forma definitiva do que pretendíamos fazer com este projeto no início, um disco de hardcore punk rápido, direto na cara e sem compromisso. Então NPIH [No Peach in Hell] veio principalmente da mente de JP [Lagacé, vocalista] querendo trazer as músicas para um próximo nível. Ele tinha uma ideia distinta de qual seria o som futuro do GTS. Acho que esse disco representa um novo capítulo em nosso projeto. Portanto, Infinite Punishment é, de certa forma, o seguimento lógico do NPIH. Queríamos levar este conceito de crossover ao máximo. Foi mais um esforço colaborativo. Acho que mais de 40 ideias de músicas foram criadas para chegar à forma definitiva do álbum. “Blackened Sun” [quarta faixa do Infinite Punishment] foi realmente um ponto de virada em nossa sessão de escrita e nos guiou até o final do processo de escrita. Trabalhar com Chris Donaldson, do CRYPTOPSY, certamente trouxe um toque mais metal para a produção final.

WM: Quando você olha para trás em sua carreira, como você vê o hardcore e a cena da música extrema agora?

DF: Do nosso ponto de vista, acho que está mais vivo do que há 10 anos. Não é raro ver bandas locais lotando casas de shows de capacidade para 300 pessoas sozinhas. Tentamos criar um espaço seguro para todos dentro das paredes de nossos shows. Um porto seguro para os párias, os desajustados e os indesejáveis. Acho que podemos ver agora mais diversidade na multidão. Pessoas de todos os horizontes se esmurrando em respeito mútuo.

WM: Como você vê o papel da música, e especialmente do hardcore, nos temas políticos atuais? Como podemos usar a música para trazer luz a alguns desses tópicos?

DF: Get The Shot nunca se considerou uma banda política. No entanto, ser uma banda de hardcore é, de certa forma, uma declaração política. Sempre estaremos do lado dos oprimidos e rejeitamos o fanatismo de todas as formas. Sempre expressaremos nossa voz contra a homofobia, o machismo, o racismo, o fascismo e todo tipo de opressão. A música extrema, especialmente o hardcore, deve ser sempre uma contracultura ameaçadora e não uma versão edulcorada que atrai as massas.

WM: Infinite Punishment é um álbum hardcore realmente forte e muitos críticos e fãs underground o consideram um dos mais fortes do gênero – inclusive eu. Com isso dito, o que podemos esperar do próximo álbum?

DF: Como artistas, nunca queremos fazer o mesmo álbum duas vezes. Dito isto, fomos mais fundo em nossas coleções de discos para encontrar inspiração nos artistas mais estupidamente pesados. Passamos muitas horas na van ouvindo death metal clássico como Obituary, Cannibal Corpse e Deicide. Também dividimos o palco com muitas bandas de beatdown e slam. Isso grudou um pouco na parte de trás de nossas cabeças. Você pode então esperar nosso registro mais pesado e agressivo até hoje.

WM: Nesse álbum, Infinite Punishment, você fez algo realmente inesperado e divertido no final de “Evil Rites”, finalizando com uma música country. Como isso aconteceu? Você pode esperar algo louco assim no novo álbum?

DF: Todos na banda são grandes amantes da música. Nosso gosto é tão amplo quanto folk, country, R&B, hip hop e clássico. Muitos dos sentimentos expressos em nossa música também foram expressos em várias músicas ao longo da história. É sempre interessante confrontar esses diferentes estilos compartilhando sentimentos comuns. Um sinal respeitoso para os artistas musicais que amamos.

WM: Obrigado pela entrevista! Você tem alguma última palavra ou algo para acrescentar aos nossos leitores?

DF: Obrigado por nos apoiar, isso significa o mundo. Infinite Punishment está caindo sobre você no próximo outono. Prepare-se para o novo capítulo, nos vemos no pit em breve.

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