Um dos mais importantes festivais de metal extremo no país, o Setembro Negro, volta com uma edição especial entre os dias 02 e 04 de setembro no Carioca Club, em São Paulo.
O evento, que chega em sua 14ª edição, trará mais de 30 bandas de metal extremo para a capital paulista e o Wikimetal teve a oportunidade de entrevistar o grupo brasileiro Facada. Formado em 2004, o grupo logo se destacou graças ao seu som agressivo e direto, misturando grind, crust e death metal. Suas letras falam sobre problemas sociais, e os conflitos da humanidade. Confira a entrevista na íntegra logo abaixo.
Facada se apresentará na sexta, dia 02, com set marcado para 14:35 às 15:15. Os ingressos do Setembro Negro 2022 já estão à venda no site do Clube do Ingresso. Os valores vão de R$250 a R$1.400 – sendo o último um combo dos três dias no camarote.
Wikimetal: Oi pessoal, obrigada por tirarem um tempinho pra responder essas perguntas! Primeiro, eu gostaria, por favor, que vocês contassem um pouco pros nossos leitores que não conhecem vocês ainda da história de vocês, do som, e como vocês chegaram até aqui.
Facada: A gente toca grindcore desde 2004. Temos 1 demo, 2 splits e 6 full albums. Simples. Rápido, pesado, cru, sem experimentalismos, sem frescura, sem viagens sonoras, sem hypes ou modas, sem alegria, sem cultuar ninguém, sem dar satisfação a ninguém, sem falsa amizade nem falso discurso. A gente gosta de quem não gosta da gente. Pode escutar pra ficar com raiva mesmo. É isso.
WM: Vocês estão há um tempo na cena, gravando e saindo pra shows… Como tem sido essa jornada pra vocês? Vocês sentem alguma dificuldade ou facilidade em navegar por isso, especialmente aqui no Brasil?
Facada: Não tem nada que a gente possa destacar como fator determinante de dificuldade ou facilidade. Tem épocas boas, outras ruins, outras piores, afinal estamos no Brasil. Isso acontece com a maioria das bandas do nosso estilo e do underground em geral, a não ser as que são ricas e tem dinheiro pra investir nesse propósito.
WM:Vocês já saíram em turnê por praticamente todo o Brasil. Vocês sentem que a aceitação do público muda conforme o estado, ou não?
Facada: É difícil fazer uma comparação entre estados e regiões, porque existem muitas cenas em cada lugar. Já tocamos em cenas e públicos muito diferentes no mesmo estado e a recepção obviamente muda. Aceita quem quer e geralmente a gente não se preocupa em agradar quem tá vendo, a gente toca…se curtirem, legal…se não, mais legal ainda.
WM: O som de vocês é bem político. Qual, vocês acham, que é o papel do grindcore e da música no geral em discutir assuntos políticos e cotidianos?
Facada: Cada estilo tem seu modus operandi e isso pode ser trabalhado de todas as formas. O grindcore e o hardcore por virem de uma base mais punk de quebra de padrões e de ter algumas bandas nesse nicho que eram mais politizadas apenas continuaram o caminho. Mas existem muitas bandas de outros estilos que abraçam causas que são importantes para que uma mensagem seja passada. Uma letra que seja uma poesia, que trate de um assunto pessoal, de uma angústia, de uma insatisfação, de um desejo, pode provocar uma mudança nas pessoas, que não necessariamente possa ser descrita restritamente como “política”.
WM: Vocês vão se apresentar no Setembro Negro. Qual é a relação de vocês com esse e outros festivais do gênero?
Facada: É ótima! São pessoas responsáveis, dedicadas e que trabalham para que tudo dê certo e corra da melhor forma possível e isso é preponderante para que o underground deixe de ser somente algo amador e que tanto as bandas como os produtores evoluam e ganhem com isso.
WM: Se vocês pudessem definir o som da banda em uma única palavra para aqueles que ainda não ouviram sua música, qual seria?
Facada: Detestável.
WM: Obrigada pelo seu tempo! Tem algo mais que você queira dizer ao público do Wikimetal?
Facada: Valeu, disponha…grande abraço a todos e se cuidem!
O Facada é formado por James (vocal e baixo), Ari Almeida (guitarra), Danyel (guitarra) e Wilker D’Angelo (bateria).
LEIA TAMBÉM: 10 bandas de metal extremo para conhecer e assistir no Setembro Negro