Por Murilo Henrique

Este ano mesmo com tamanhas problemáticas entorno da pandemia mundial assolando e assombrando todo o mundo com severas mortes e atenção geral, o mundo da música (felizmente) não parou e nesse último mês tivemos o lançamento de ‘’Bustle and Flow’’ single da superbanda americana The Dead Daisies.

Com um time de dar inveja a muita banda nova por aí, a banda entrega o single que fará parte do próximo disco e pretende dar a todo o fã antigo de rock e hard rock aquela sensação de viver nos tempos áureos de WhitesnakeMötley Crüe e AC/DC, sempre trazendo muita qualidade nas composições e muita virtuosidade e experiência oriundas dos outros projetos sólidos e conhecidos por todos nós que vão desde Deep Purple, Guns N’ Roses, Thin Lizzy e muitas outras.

Trocamos uma ideia com o guitarrista Doug Aldrich sobre o disco da banda e ele enfatizou a união da banda e a sincronia adquiridas no processo de composição das linhas instrumentais e líricas. Essas que de acordo com o guitarrista, tiveram trabalhos de cada um mesmo que com suas experiências em projetos distintos souberam agregar pontos em comum e o mais importante de tudo: souberam maximizar todo o rock corrente dentro dos corações.  

WIKIMETAL: Eu ouvi o novo single ”Bustle And Flow” e particularmente eu adorei o jeito no qual ele é tocado com muito peso, fora toda a ambientação na qual nos recordamos daquele cenário ótimo dos anos 80. Quais são as inspirações que você leva ao estúdio para criar as linhas com os outros caras?

Doug Aldrich: Basicamente nós criamos os sons de uma maneira na qual as ideias possam sair com uma ótima qualidade e do jeito que achamos que ficaria bom. 

Particularmente o jeito no qual o som se expressa é bem parecido com as influências lá dos anos 70 muito por conta que todos nós crescemos na mesma época e temos muitas coisas em comum como Led Zeppellin e Deep Purple e justamente quando estamos em processo de composição e gravação compondo em estúdio, tentamos manter a maior naturalidade possível para que o som possa sair o melhor possível.

Nós tivemos bons e maravilhosos momentos enquanto estávamos gravando pois nós fizemos todo o trabalho no sul da França no ano passado, fazendo exatamente um ano agora, e quando já tínhamos tudo engatilhado a pandemia chegou e brecou fortemente os nossos planos até então. Tendo isso, nós começamos com ”Unspoken” que foi gravada entre abril e maio e gravamos esse single ”Bustle and Flow”, lançado em setembro, e agora temos o ”Holy Ground”.

WM: Aproveitando que falamos de pandemia, como tá a sua vida? Continua tocando em casa? Trocando ideia com os seus amigos e a galera da banda?

DA: (Risos) Sim! Atualmente continuo criando coisas nas redes sociais junto com a galera da banda e mesmo com o todo processo de quarentena que passamos aqui em Los Angeles e tudo mais conseguimos produzir alguns materiais em acústico para os nossos fãs e ainda por cima, eu e o Glenn [Hughes] fizemos algumas coisas aqui no verão. Mas de qualquer forma, eu sempre vou estar com a minha guitarra praticando e ao mesmo tempo trabalhando nas músicas da banda, seja experimentando também alguma outra coisa que possa se encaixar nas ideias futuras e olhando de fora do trampo musical, fico aqui com os meus filhos, os levo para o futebol três vezes por semana, é muito trabalho!

WM: Você é um verdadeiro rockstar pelo visto. Né? (risos)

DA: Sinceramente, eu não sei. Hoje só costumo ser o pai, tá ligado? (risos)

WM: Falando nisso, você é fã de futebol? 

DA: Sim, eu amo! Como passei muito tempo em casa no último ano, eu decidi ser o treinador do meu filho. Atualmente, ele tá jogando em duas equipes, e decidi pegar esse trabalho de treinar em uma dessas equipes e sério, nós ganhamos todos os jogos que podíamos e poxa, foi a minha primeira experiência sendo técnico e foi simplesmente inacreditável, sabe? Nós tivemos muita sorte e trabalhamos muito quando infelizmente nós caímos nas finais em uma partida na qual se decidiu nas cobranças de pênaltis. Fora quê viajamos praticamente pra todo o lugar, e isso de alguma maneira deve ter mexido com a equipe.

WM:  Falando um pouco mais do disco: quem ficou com a responsabilidade de escrever as letras do single ? Olhando criteriosamente, percebemos que se trata de uma letra bastante forte e muito engajada. Você teve algum papel mais centralizado ou a banda inteira teve a sua contribuição? Olhando a carreira individual de cada um, nota-se que há uma intensa e sólida bagagem de influências também. 

DA: Quando falamos das letras da banda, praticamente tudo fica a cargo do Glenn e quando falamos mais da parte musical, todo mundo tem a sua participação. Eu levo algumas coisas, Glenn leva as dele, algumas outras escrevemos juntos e praticamente quase lá no fechamento, nós fizemos praticamente todos juntos, entende? Todo mundo sempre colocou o seu melhor no projeto. Nos juntamos em agosto para tocar com o Glenn e já começamos a bolar algo dali em diante e de fato, isso foi muito bom e muito legal de se participar pois já nos primeiros sons que gravamos e nos períodos de pré-produção destes, passamos muito tempo elaborando os instrumentais, escrevendo letras, ensaiando e tudo mais e no mês seguinte, já estávamos muito afiados e ensaiados pra arrebentar tendo praticamente encerrado tudo próximo do natal, onde o Glenn precisou voltar ao estúdio para fazer alguma coisa ou outra com as vozes para que quando chegássemos em janeiro, tudo ficasse perfeitamente completo.

A questão é sempre estar muito bem ensaiado e muito bem preparado, isso vale muito pra gente.

WM: Depois dessa loucura que o mundo tá passando, a gente pode esperar uma turnê mundial? Talvez uma passadinha aqui no Brasil?

DA: Sim, Com Certeza. Eu tenho muitos amigos aí no Brasil, conheço gente de São Paulo, Curitiba. Teve uma vez que eu estava com o Whitesnake que foi sensacional, pois tocamos em Manaus pela primeira vez, além de Porto Alegre e muitos outros lugares. Amo muito o povo brasileiro, a comida e tudo mais, portanto, tô bem ansioso! 

WM: Alguma mensagem para os fãs aqui do Brasil? 

DA: Sim! Primeiramente queria muito agradecer por todo o apoio em todos esses anos e como disse anteriormente, tenho muitos amigos queridos por aí e os amo muito. Mal posso esperar para vê-los novamente e enquanto o nosso encontro não rola, continuem se cuidando e se mantenham seguros e usem máscara!

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