No final do mês de setembro o mundo recebeu a triste notícia da morte do baixista e membro fundador do VIPER, Pit Passarell.

Internado após passar mal durante um show da banda, o músico sofria de um câncer no pâncreas.

Dani Matos, irmão de Andre Matos, foi o responsável por assumir a difícil tarefa de baixista na banda.

Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, ele comenta sobre essa nova fase de sua carreira, em uma conversa bastante emocionante. Confira a entrevista na íntegra.

Wikimetal: Como surgiu o convite por parte do VIPER para que você passasse a integrar a banda?

Dani Matos: Cara, veio de uma situação triste, né? Sempre foram muito amigos, parceiros, a minha vida inteira. Desde que eu tenho, sei lá, sete anos de idade. E com o disco Timeless (2023), eles me convidaram pra gravar duas músicas. E aí eu vinha fazendo algumas participações nos shows, tocando as músicas que eu gravei, algumas outras. Cada hora eu ia lá fazer alguma música com eles. Eu fiz “Cry From The Edge”, fiz “Spreading Soul”. E no dia que o Pit passou mal, eu inclusive fui lá tocar “Moonlight” com eles. E tinha até levado meu filho pra ver um show do VIPER que ele nunca tinha visto. E aí, como o Pit foi hospitalizado, o Felipe [Machado] me chamou pra falar, “cara, eu preciso cumprir com alguns shows. E tudo bem você segurar pra gente aí?”

Eu falei, “claro, meu”. Nunca, jamais negaria esse convite de uma galera tão irmã que me ajudou tanto também, sempre foi muito parceira. Infelizmente, o pior aconteceu e o Pit veio a falecer. Como eu já tava com o repertório, já tinha feito, acabei fazendo tanto o show em Catanduva quanto o show lá na Colômbia, e aí eles resolveram me convidar pra ficar na banda. A gente sempre teve um ótimo relacionamento e surgiu dessa, infelizmente, do Pit ter passado mal eu ter segurado pra eles, né? Eu acho que eles sabem responder isso melhor do que eu, como é que surgiu a ideia deles, porque eles vieram pra mim, me convidaram ali, eu nem tava esperando no momento. E eu aceitei com o maior prazer do mundo, eu sou muito grato ao VIPER, devo muito ao VIPER.

WM: Qual foi a sensação quando eles te chamaram?

DM: Foi muito emocionante, eu acho que pra todos. Eles falaram palavras lindas de confiança, de família, de amizade. E depois eles me deram um abraço coletivo e cantaram “olê, olê, olê, Dani, Dani”. Foi de se emocionar mesmo. Fiquei muito emocionado e muito feliz por esse acolhimento impressionante. Eu não esperava tanto, sinceramente. Não esperava tanto, eu estava ali ajudando como um amigo ajuda outro. E eu sempre fiz muito sub pra muitos baixistas em várias bandas de diversos estilos diferentes, e ali era mais um trampo de sub. E, cara, eu fiquei muito feliz. Eu não esperava, foi muito bonito. Muito bonito.

WM: Eu imagino que também tenha sido muito emocionante quando você fez aquele primeiro show com o VIPER após a morte do Pit. Você pode descrever como foi, o que você sentiu?

DM: Foi muito difícil, porque primeiro que eu tive menos de uma semana pra pegar as músicas e a gente não teve nem tempo de fazer um ensaio direito. E, putz, estar ali, o Pit não estar ali, o coração ficou apertado, de todo mundo, ficou todo mundo segurando o choro, porque nesse primeiro show ele tava hospitalizado, a gente não tinha noção da gravidade da situação. Então a gente tava muito com a cabeça nele, preocupado com ele, entendeu? Tentando fazer o melhor para que ele voltasse e que estivesse tudo bem quando ele voltasse. Mas a gente estava muito… [com o] coração na boca ali, em todos os sentidos, não só pelo Pit, mas eu estava naquele palco, eu não via só o Pit, eu via o André [Matos] também ali com a gente, e emoção muito forte, muito forte mesmo, muito forte. Não sei nem o que te dizer com palavras para descrever isso, sabe?

WM: E uma grande apresentação já marcada pro ano que vem do VIPER é no Bangers Open Air. O que você espera desse show?

DM: Eu estive lá esse ano, quando ainda se chamava Summer Breeze, e eu fiquei impressionado com a estrutura, com a organização, com a galera, impressionante como a galera chegando junto mesmo, gente do Brasil inteiro indo pra lá. Eu fico muito ansioso de poder tocar lá, porque é uma energia única, né? É uma energia única. Eu gosto muito dos shows pequenos também, porque a gente tá mais próximo do público, não tem aquela distância enorme entre o palco e o público.

Mas, puxa, tocar com aquela galera toda, ver aquela massa jogando junto com a gente ali, vai ser demais, vai ser demais. Na Colômbia já foi incrível, porque foi um festival para mais de 5 mil pessoas, e eu entrei no palco, arrepiei inteiro de poder estar com eles, mas eles são pessoas muito bacanas, foram muito amigos e me ajudaram muito, estavam sempre do meu lado ali me ajudando, então me sinto muito acolhido por eles e espero dar o meu melhor, espero conseguir sempre estar o melhor preparado possível para cumprir com toda essa honra.

WM: E para a gente finalizar, quais são as expectativas para esse novo capítulo na sua vida?

DM: Olha, as expectativas são as melhores, porque eu nem sei direito o que vai acontecer, porque acabou de virar tudo isso, mas o que eu posso dizer é que não vai faltar o esforço pra eu estar sempre junto, jogando junto e dando o meu melhor pra todos. Eu ainda nem conversei sobre quais planos eles têm e nada disso. E eu tô aqui pra ser mais um irmão aí da família Viper, como sempre fui, mesmo não estando na banda. E agora, ter a chance de poder retribuir tudo isso, é um prazer inenarrável que eu tenho aqui. Então, podem ter certeza que eu vou fazer o meu máximo sempre. No mínimo, o  máximo.

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Fã de rock desde muito cedo, é estudante de jornalismo e trabalha, também, criando conteúdo para a internet. Já foi host de podcast e atualmente está completamente focada na área de jornalismo especializado. Apaixonada por música, é entusiasta, em especial, do hard rock e heavy metal.