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Entrevista com Zakk Wylde (Black Label Society)

A vida é difícil, então roa as unhas e ouça Black Label.”

Zakk Wylde: Olá!

Wikimetal (Daniel Dystyler): Oi, posso falar com o Sr. Zakk Wylde, por favor?

ZW: Aqui é o Zakk.

W (DD): Oi, Zakk, como vai? Aqui é o Daniel do Wikimetal no Brasil, como você está?

ZW: Ei! Como vai, cara?

W (DD): Muito bem. É muito bom ter você de volta no programa, nós estamos honrados. E eu gostaria de agradecê-lo por tudo o que você tem feito pelo rock e pelo heavy metal nesses últimos anos. É uma grande honra ter você no nosso programa, então em nome de todos os headbangers brasileiros, bem vindo ao Wikimetal.

ZW: Ah, eu agradeço, cara. Obrigado por me receber.

W (DD): Excelente. Vamos começar com isso… Eu sempre senti que o Black Label é não só uma banda, mas uma família de verdade. E isso em relação não só ao comportamento dos fãs, mas também, todo mundo que trabalha para o Black Label tem esse relação muito próxima. Você pode falar um pouco sobre isso?

ZW: Sim, é como… É como se fosse o The Grateful Dead tomando anabolizantes.  Sabe, é uma família gigante, nós realmente nos apoiamos, e todo mundo se gosta de cara, sabe. Você pode estar andando com um cara que você acabou de conhecer, e sabe, anos depois ele é o seu padrinho de casamento, sabe? Porque ele é seu amigo. Então sim, é definitivamente maior do que uma banda, sabe? É uma mentalidade, é como o “SDMF”, Strength, Determination, Merciless Forever. A vida é difícil, então roa as unhas e ouça Black Label. Então, sabe, toda a questão do Black Label, a mentalidade disso é: você tem que ter fibra, e a vida é uma montanha, e você precisa contorná-la, passar por cima, por baixo, atravessa-la ou explodi-la. Mas você tem que chegar do outro lado, não pode desistir. Não existe desistência no Black Label, e é isso.

Para fazer parte do Black Label você precisa saber tocar um instrumento, e você não pode ser um babaca”

W (DD): Isso é ótimo, isso é ótimo. E falando sobre esse relacionamento que vocês têm, você se lembra da primeira vez que você falou com o Nick Catanese e como vocês se conheceram?

ZW: Ah, sim, nós nos conhecemos através da internet. Nós estávamos fazendo o “Book of Shadows”, e eu precisava de alguém que tocasse guitarra comigo. E eu entrei em contato com o Nick, e viajei para conhecê-lo, e sabe, ele tinha as duas qualidades que você precisa ter para fazer parte do Black Label: você precisa saber tocar um instrumento, e você não pode ser um babaca. E ele é um babaca, mas eu ainda gosto dele.

W (DD): Isso é ótimo, isso é ótimo, Zakk. E falando sobre a “Book of Shadows Tour” você poderia compartilhar algumas lembranças desse trabalho? Você tocando com o Nick… Você acha que nós podemos sonhar em ver isso no Brasil algum dia?

ZW: Quer dizer, é tipo… Eu fiz o album entre… Quando nós estávamos fazendo o “Ozzmosis”, e grande parte do grupo estava de bobeira, então foi assim que surgiu, mas… Sabe, nós estamos falando de fazer o DVD do “Un-Blackened” alguma hora em janeiro, então isso é o que nós estamos falando em fazer a seguir. E é isso por agora com… Mas sim, nós estamos falando de fazer o “Un-Blackened”, que eu não gosto tanto quanto fazer as coisas mais pesadas, ouvir Sabbath, Ministry ou o que seja… o Dimebag, sabe… Eu amo ouvir Neil Young, Elton John, The Eagles, Crowded House… Todas essas coisas, sabe?

W (DD): Sim, isso é ótimo. E já que você mencionou tantas grandes bandas e muitas bandas de heavy metal, nós temos uma pergunta clássica no nosso programa, que nós fazemos a todos os convidados, que é, imagine que você está ouvindo o seu iPod no modo aleatório, ou você está ouvindo uma estação de rock enquanto você dirige o seu carro, ou o que seja. E de repente, começa a tocar uma música que faz com que você perca a cabeça e comece a headbangear imediatamente, independente de onde você esteja, você não consegue parar, não consegue se conter. Que música seria essa, para que nós possamos ouvi-la agora no programa?

ZW: Ah, que faria você dirigir com o carro em um penhasco? É, toque “The Rover”, do Led Zeppelin. Eu vi o filme ontem a noite, toque Zeppelin.

Eu não sei o que nós vamos fazer hoje. Que montanha nós vamos escalar? O que nós vamos conquistar hoje? Essa é a mentalidade do Black Label”

W (DD): Muito bem, e o que você acha do filme?

ZW: Eu achei ótimo! Quer dizer, tudo é… Sabe, os Beatles, Sabbath, Zeppelin, os Stones, Pink Floyd, todas essas grandes bandas… É incrível o que eles alcançaram, porque eles são os arquitetos da música boa, sabe? Para mim, ver Zeppelin, ou qualquer coisa do Zeppelin é demais, sabe?

W (DD): Eu acho que eu ouvi o Nick Catanese dizer que, antigamente, quando vocês estavam começando… Não antigamente, mas alguns anos atrás, quando vocês ensaiavam, vocês começavam no meio da tarde e não queriam parar, vocês iam até, tipo, três, quatro, cinco da manhã. Isso ainda acontece?

ZW: Quer dizer, é assim… Na verdade, eu não bebo mais, então eu durmo antes disso. Eu estou até acordando às 3 da manhã! Mas sim, antigamente eu ia para cama às cinco da manhã, e agora eu acordo às cinco da manhã. Mas outro dia mesmo… Quando nós nos reunimos para ensaiar, nós vamos até quando conseguimos, então é sempre muito divertido.

W (DD): Muito bom, muito bom. E olhando para trás, durante esses quase 15 anos na estrada com o Black Label, quais você consideraria suas maiores conquistas ou os pontos altos que você nunca vai se esquecer? O que vem à mente, quando você pensa na sua carreira…

ZW: Ah, a coisa mais legal é que a nossa família do Black Label cresce cada vez mais, então é… Sabe, toda vez que nós lançamos um álbum novo, isso traz otimismo, como quando você acorda de manhã, e é um dia novo, é tipo “Eu não sei o que nós vamos fazer hoje. Que montanha nós vamos escalar? O que nós vamos conquistar hoje?”, então sabe… Essa é a mentalidade do Black Label, é a coisa toda… Nas turnês, como eu disse, é a nossa segunda família, então você vê as pessoas que você conhece, é muito bom ver todo mundo. Então, sabe, hoje nós vamos para Halifax, aqui no Canadá, vamos curtir, e nós estávamos em St. John’s na noite anterior, então eu acho que o barato do presente é o que o amanhã vai trazer, sabe? E sim, é definitivamente incrível… Sabe, o Black Label está junto há 14 anos, e agora fazer o décimo quinto aniversário é… Sabe, você olha para trás, para tudo o que nós passamos, toda a diversão, então eu fico ansioso para ter um pouco mais disso, sabe?

W (DD): Zakk, você poderia escolher uma música que vocês compuseram ou gravaram, que você se orgulha muito, para que nós possamos ouvi-la agora?

ZW: Ah, se nós vamos falar do álbum novo, obviamente, eu curto muito a “Overlord”.

Trate isso como o seu emprego porque é o seu emprego, é o seu bebê e é a sua banda”

W (DD): Nós estamos quase chegando no fim da nossa conversa aqui, mas antes de te liberar, você poderia falar um pouco sobre o lançamento do seu livro? Eu sei que você lançou um livro esse ano, estou certo?

ZW: Ah, sim, sim, “Bringing Metal to the Children”!

W (DD): Ainda não está disponível no Brasil, mas eu li que é muito… Muitas histórias engraçadas da sua carreira, certo?

ZW: Ah, sim, de quando eu estava começando, de antes do Ozzy até agora, um monte de bobagens. Sabe, só eu e você sentados em um bar, dando um tempo, sabe, rindo pra caramba, e você diria “Zakk, você vai escrever um livro um dia”, sabe isso? Foi assim que surgiu.

W (DD): Isso é ótimo. Espero que ele seja traduzido para o português logo. Antes de acabarmos, que tipo de conselho você daria para um garoto que está pensando em montar uma banda ou começar a tocar guitarra agora?

ZW: Ah, qualquer jovem que está começando uma banda, ou qualquer coisa, sabe, obviamente, número um: toque a música que você ama, e não a música que as outras pessoas acham que você deveria tocar. Toque o que te interessa, e se você gosta disso, e a banda também curte, e é isso que você quer fazer para o resto da sua vida, então trate isso como o seu emprego, sabe? Porque é o seu emprego, é o seu bebê e é a sua banda, sabe? E aprenda sobre o lado dos negócios também, porque isso é igualmente importante. A música é o mais importante… E se você gosta do que você faz, incorpore isso, torne isso seu, sabe? Porque tem a ver com a banda dar certo, então desse jeito você pode criar música e ganhar a vida fazendo isso. Então, sabe, trate a sua banda como se fosse o seu emprego e ame isso.

W (DD): Muito bom, muito bom. Isso é ótimo, Zakk. Eu tenho certeza de que nós vamos ter shows esgotados em novembro aqui no Brasil. Você é sempre bem vindo para voltar para o Brasil, e espero que possamos nos conhecer. Você poderia só deixar uma última mensagem para os fãs do Wikimetal e do Black Label que estão ouvindo, e convidá-los para os shows?

ZW: E aí, como vai pessoal? Aqui é o Zakk Wylde, e eu estou falando com os fãs brasileiros do Black Label. Mal posso esperar para ver vocês, então guardem um espaço pra mim, continuem respirando Black Label, e Deus abençoe vocês.

W (DD): Isso é ótimo. Muito obrigado, Zakk, foi uma honra falar com você.

ZW: A gente se vê daqui a pouco, cara.

W (DD): Claro. Tchau.

ZW: Tchau.

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