Veja aqui as novidades do Epica no Wikimetal

Acima de tudo, eu gostaria de inspirar outras pessoas a serem elas mesmas, encontrarem suas identidades”

Wikimetal (Daniel Dystyler): Oi, posso falar com a Simone Simons, por favor?

Simone Simons: Sim, aqui é ela falando.

W (DD): Oi, Simone, como você está? Aqui é o Daniel, do Wikimetal no Brasil, como vai?

SS: Muito bem, “obrigada”, obrigada. Como está você?

W (DD): Muito bem, obrigado. É uma honra e um prazer ter você aqui no nosso programa. Muito obrigado por passar esse tempo conosco.

SS: Eu também agradeço.

W (DD): Para começar, você poderia falar um pouco sobre o último álbum do Epica, “Requiem for the Indifferent”? Como tem sido a repercussão e a recepção do álbum pelos fãs? É um álbum excelente, então você poderia falar um pouco sobre ele?

SS: Sim, é o quinto álbum de estúdio, e “Requiem for the Indifferent” tinha um conceito por trás do CD, é sobre pessoas que são indiferentes aos problemas atuais da nossa sociedade… Os que não ligam devem mudar seu pensamento, todo mundo vai se juntar para trabalhar para um futuro melhor. E a música em geral, quando eu ouço o CD, eu acho que é um dos mais pesados, mas também um dos mais melancólicos álbuns que nós escrevemos. Por exemplo, “Design your Universe” é muito bombástico e épico. “Requiem for the Indifferent” é um pouco mais sombrio, de certa forma. Tem partes muito melancólicas, sombrias, e algumas músicas têm… Especialmente a última do álbum, “Serenade of Self Destruction” tem uma mensagem triste, e além disso, eu acho que uma das melhores músicas que nós já escrevemos está lá, “Storm the Sorrow”. É um grande hit, e nós gravamos um vídeo para ela, e os fãs amaram. Durante os nossos shows ao vivo, nós tocamos “Storm the Sorrow”, nós sempre abrimos com “Monopoly on Truth”. “Delirium” é quase acústica e acapella, é muito íntima. Então, sim, nós já estamos trabalhando no sexto álbum. Para mim, “Requiem” já é um álbum antigo.

W (DD): É sim, é sim, então vocês já estão trabalhando em um álbum novo… Alguma coisa que você poderia nos falar sobre isso?

SS: Bom, são músicas mais básicas, e nós temos uma música nova que nós vamos tocar durante o nosso show em Eindhoven, no dia 23 de março, então nós escrevemos uma música nova especialmente para essa ocasião, então essa é uma grande novidade. E assim que nós tocarmos esse show, nós poderemos nos concentrar mais em trabalhar nas músicas e detalhar mais elas, e fazer alguns demos no estúdio. Agora nós estamos muito ocupados, nós estamos nos preparando para um grande show, então as músicas que nós escrevemos antes estão meio que guardadas em uma gaveta, e nós vamos retomá-las mais tarde, para que nós possamos continuar a trabalhar nelas. Mas até agora, o Isaac escreveu um monte de músicas, e o Mark. Eles são os principais compositores no álbum novo. O nosso novo baixista também começou a escrever músicas, ele tem um estilo muito legal, muito diferente, então nós vamos ver quais músicas nós podemos usar de que compositor, então nós vamos tentar fazer um álbum incrível.

W (DD): Excelente, eu tenho certeza que vocês farão isso. Vamos falar um pouco sobre o início da sua carreira, o que veio primeiro, o seu interesse pelo canto mais clássico, ou rock N’ roll?  E quais eram suas principais influências na época?

SS: As minhas principais influências quando eu comecei… Quando eu era pequena, eu gostava de Whitney Houston, porque quando eu tinha doze anos, eu cantei em um musical da escola, e o meu professor de música me disse que eu tinha uma voz boa, e que eu deveria começar a fazer aulas de canto, e fazer mais com a minha voz, então eu comecei a fazer aula de pop e jazz. Eu não gostei muito, eu fiz só durante um ano, eu toquei flauta, e aí eu comecei lentamente a me envolver com o rock, punk, música alternativa, e aí eu cheguei no Metal, porque o meu primeiro namorado era um Metalhead, e foi assim que eu conheci bandas de Metal como Lacuna Coil, Nightwish… Nightwish em particular, eu amo os vocais clássicos femininos combinados com o Metal. Então eu entrei em contato com o Mark, e ele começou a banda Epica, e eu me juntei ao Epica, e foi assim que tudo começou. Então no começo do Epica, eu cantava mais clássico, e através dos anos, eu desenvolvi um estilo mais entre o pop clássico e o rock, para ser mais versátil, e nem todas essas músicas precisam do canto clássico, eu acho que se nós fizermos demais, fica um pouco saturado. Nem sempre é preciso. O canto lírico é, de certa forma, sempre bonito, e às vezes você precisa de algo mais cru… Isso é melhor.

Gravar um álbum solo definitivamente faz parte da minha agenda. Metal, mas eu também vou gravar um CD de Jazz, talvez até clássico.”

W (DD): E quando você se juntou ao Epica, você era muito, muito jovem. E já que você mencionou o Nightwish, a Tarja Turunen deve ter sido uma grande influência. Como você se sente hoje em dia, agora que você é uma das grandes influências para as adolescentes que estão aprendendo a cantar por sua causa?

SS: Eu acho incrível. Eu amo ouvir outras bandas, elas são uma fonte de inspiração, elas te motivam a buscar o que você consegue fazer com o seu talento. Pensar que eu sou um exemplo para elas é uma grande honra, mas é também muito surreal para mim, porque eu não acho que sou perfeita, e se outras pessoas acham que você é muito legal e querem ser como você… Eu não me vejo como um modelo, eu só faço o que eu gosto, e nós estamos compondo letras para outras pessoas, mas acima de tudo, eu gostaria de inspirar outras pessoas a serem elas mesmas, encontrarem suas identidades, ao invés de…

W (DD): Excelente, bom, todo mundo tem falhas, e eu tenho certeza que você é um ótimo modelo para todas essas adolescentes que estão começando as suas carreiras. Nós temos uma pergunta clássica no nosso programa, que nós fazemos a todos os convidados, que é, imagine que você está ouvindo o seu iPod no shuffle, e há um monte de músicas de Heavy Metal, ou você está ouvindo uma estação de Rock enquanto dirige o seu carro, e de repente começa a tocar uma música que faz você perder a cabeça, e você sente vontade headbangear imediatamente, independente de onde você estiver, você não pode para, não pode se conter. Que música seria essa, para que nós possamos ouvi-la no programa agora?

SS: Eu recentemente estava ouvindo Rammstein de novo, eu amava Rammstein quando eu era mais jovem, e eu ainda amo eles agora, eles me passam uma sensação boa, de me mexer de uma maneira descontrolada. É fácil ir à loucura com eles. Talvez do álbum novo deles, eu gosto muito da “Haifisch”, é do “Liebe ist für alle da”.

W (DD): Você sempre é convidada a fazer contribuições em álbuns de outras bandas, como Kamelot ou Primal Fear. Como é participar dessas gravações, e nós podemos esperar algum dia ouvir um álbum solo da Simone Simons?

SS: Todas as contribuições trazem um grande enriquecimento para a minha voz, para eu como artista. Com o Kamelot eu tenho uma relação especial, porque quando o Epica ainda de chamava Sahara Dust, nós fomos para o estúdio gravar o “The Phantom Agony”, e nós estávamos procurando um nome de banda, e o Kamelot estava no mesmo estúdio, e eles estavam gravando o álbum chamado “Epica”. E nós adoramos o nome, nós adoramos o Kamelot como banda, e também o significado do nome. Então foi aí que nós começamos. E nós queríamos que o Roy cantasse em um dos nossos álbuns, e eles queriam uma vocalista mulher, então eu cantei na “The Haunting”, no “The Black Halo”, e o Roy cantou conosco. E desde então, nós fizemos turnês juntos, e no total, eu acho que eu cantei em cinco músicas do Kamelot, em três álbuns diferentes. Eu fiz turnê com eles muitas vezes, e eu estou com o tecladista do Kamelot há sete anos, e toda vez que eu ouço a “The Haunting” eu fico nervosa. Com as coisas do Epica, eu nunca fico nervosa, mas não sei porque, com a “The Haunting”… Eu tenho uma conexão especial com ela, eu amo essa música, eu amei quando nós gravamos o vídeo, e o Kamelot é como a minha segunda banda, minha família. E a segunda pergunta era…? Você pode repetir?

W (DD): Se nós podemos esperar um álbum solo da Simone Simons no futuro.

SS: Sim, definitivamente. Quando eu tiver tempo livre, eu vou escrever como louca. Como o Epica está fazendo muitas turnês, eu provavelmente vou gravar meu álbum solo e fazer alguns shows, mas eu não vou fazer uma turnê completa, porque o Epica é a minha prioridade, e nós já estamos fazendo muitas turnês. Mas isso definitivamente vai fazer parte da minha agenda: gravar um álbum solo. Metal, mas eu também vou gravar um CD de jazz, talvez até clássico, eu não sei. Um álbum solo leva anos de preparação, e até agora o Epica tem sido o meu emprego integral, então eu não tenho muito tempo livre.

W (DD): Excelente, eu estou ansioso para os seus projetos futuros, projetos solo. Há algum artista específico com o qual você gostaria de trabalhar no futuro?

SS: Eu amo Opeth, eu sempre amei, e eu ainda os amo muito. Fora do Metal, seria a Imogen Heap, ela é uma artista solo, cantora/compositora, que toca todos os instrumentos, e é muito diferente. Eu não sei se ela escreve a própria música, mas eu amo a voz dela, me dá arrepios, então cantar com ela seria incrível. O Rammstein às vezes tem vocais femininos nos seus álbuns, então já que eu estou morando na Alemanha agora, talvez eu devesse fazer alguns contatos, mas isso provavelmente nunca vai acontecer, mas nunca se sabe. Antigamente, eu nunca poderia imaginar que eu iria gravar com o Kamelot, e agora eu cantei em três dos seus álbuns. Então essa é outra coisa que eu gostaria de falar para todos: nunca pensem que os seus sonhos não vão se realizar, sempre acredite neles, e quando você tiver a chance, vá com tudo, não pense muito, só faça.

W (DD): Excelente, vai ser muito legal ver você cantar com o Rammstein, vai ser ótimo.

SS: Sim… Isso vai ser legal.

W (DD): Você poderia escolher uma música que você tem muito orgulho de ter participado ou gravado, para que nós possamos ouvi-la no Wikimetal agora?

SS: Sim, vamos ouvir “The Haunting”, do Kamelot.

Antigamente, eu nunca poderia imaginar que eu iria gravar com o Kamelot, e agora eu cantei em três dos seus álbuns”

W (DD): Como é trabalhar de novo com o Sascha Paeth, e qual é a sua importância na música do Epica?

SS: O Sascha é como o sétimo membro da banda, ele está envolvido com o Epica desde o primeiro dia. Ele está trabalhado comigo nos meus vocais, e ele está reajustando algumas músicas, trazendo mais estrutura para elas, fazendo uma seleção de quais têm potencial, e quais precisam de mais trabalho… Então ele é um cara maravilhoso, ele tem um ótimo senso de humor, energia, ele é muito criativo, talentoso, e nós consideramos ele um membro da banda. Nós trabalhamos com ele de novo e de novo, ele nos conhece muito bem, ele é como família quando nós vamos trabalhar com ele. Ele é realmente um cara incrível, com um coração de ouro.

W (DD): Ele produziu grandes bandas brasileiras de heavy metal também.

SS: Sim, como o André Mattos. Eles são grandes amigos.

W (DD): Eu acho que você cantou no “Consign to Oblivion” com o André, certo?

SS: Ele cantou no coral, sim. Ele é um cara muito engraçado também. Ele tem aqueles grandes cílios, e olhos enormes. Ele fala alemão perfeitamente.

W (DD): Ele é um grande amigo meu. Ele é um cara muito legal.

SS: Mande um “oi” para ele.

W (DD): Sim, nós crescemos juntos. Ele é muito legal, eu darei um “oi” para ele.

SS: OK, legal.

W (DD): Como é a cena de Heavy Metal na Holanda comparada a outros países do norte da Europa, como a Suécia e a Alemanha? O heavy metal ainda é popular aí?

SS: Sim, nós definitivamente temos muitos festivais também. Mas eu diria que quando você anda pelas ruas, você vê muitos Metalheads, e nos Países Baixos, ainda é uma cena underground.

W (DD): Parece ótimo. Como está a sua saúde após o tratamento em 2008? Você está completamente curada?

SS: Sim, obrigada por perguntar. Eu estou muito melhor agora, tudo isso ficou para trás. Eu estou, por sorte, totalmente livre daquela doença.

W (DD): Eu fico feliz em ouvir isso. Antes de terminar a entrevista, você poderia escolher agora uma música do Epica para ouvirmos no programa?

SS: “Storm the Sorrow”.

W (DD): Você poderia por favor deixar uma mensagem final para todos os headbangers brasileiros que estão te ouvindo?

SS: Obrigada, meus queridos fãs brasileiros. O Epica ama vocês, eu amo vocês, eu mal posso esperar para que vocês confiram nossas novidades. Eu espero que nós possamos fazer turnê aí novamente, algum dia. Vivam o estilo de vida heavy metal.

W (DD): Simone Simons no Wikimetal, muito obrigado pelo seu tempo, foi muito bom falar com você, e conte com o Wikimetal sempre que vocês precisarem promover qualquer coisa das suas carreiras solo, projetos com outras bandas, ou com o Epica.

SS: Muito obrigada.

W (DD): Obrigado, tchau, Simone.

SS: Tchau.

Ouça o episódio completo aqui:

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Categorias: Entrevistas

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