Em outubro, o Asking Alexandria lançou seu sétimo álbum de estúdio, See What’s On The Inside. Após serem duramente criticados pela direção sonora tomada no disco anterior, Like A House On Fire (2020), o quinteto inglês se desvencilhou das grandes produções eletrônicas e decidiu voltar às origens, apostando em um som totalmente orgânico e prestando homenagem a seus grandes heróis do rock e do metal.
Seus esforços foram recompensados. Enquanto a Kerrang! considerou o disco uma prova de que o Asking Alexandria “tem o potencial de ser muito mais que uma roupagem polida da rádio rock”, a Louder classificou o See What’s On The Inside como “escandalosamente infeccioso” e concedeu a ele o lugar do meio no ranking de álbuns da banda, perdendo apenas para favoritos como o Reckless And Relentless (2011), o From Death To Destiny (2013) e o álbum autointitulado.
Em entrevista ao Wikimetal, o fundador e guitarrista do Asking Alexandria, Ben Bruce, conta que o ponto de virada foi notar que as músicas de rock na rádio ou em playlists soavam “todas iguais” ou “produzidas demais”, com muitos elementos sonoros – característica que ele admite que a banda também é culpada de ter adotado no Like a House On Fire. “Eu amo esse disco, acho que as músicas são ótimas, mas tem tanta produção, tem tantas coisas acontecendo, que meio que tira o foco das guitarras e da bateria,” reflete.
Com o See What’s On The Inside, a intenção era prestar tributo às bandas que os integrantes do Asking Alexandria cresceram ouvindo, como Metallica, Pantera, Queen, Led Zeppelin e Nirvana, fazendo assim um álbum explosivo que lembrasse um pouco de todos esses nomes. “Nós despimos o som,” conta Bruce. “Era importante para nós mostrar a banda, só nós cinco – vocais, guitarras, baixo e bateria. Então não tem sintetizadores nesse álbum, não tem nenhuma produção absurda, não contamos com computadores ou plug-ins ou programas eletrônicos. São só cinco caras numa banda.”
Falando sobre as críticas que sua banda recebe dentro da comunidade do metal, especialmente por seus experimentos com linhas sonoras diversas, Ben Bruce relembra a repercussão negativa que o próprio Metallica recebeu com o lançamento do Black Album, que hoje é considerado um de seus maiores feitos e ganhou até uma releitura com 53 novos artistas. Para o guitarrista, arriscar fazer algo novo é o mais importante, assim como tentar colocar o rock e o metal novamente em evidência no mainstream.
“As pessoas tendem a ficar chateadas quando a banda favorita delas cresce,” reflete. “E isso é uma coisa boa porque você pode fazer amigos nos shows, pode conhecer pessoas novas que têm interesses semelhantes ao seu. Vocês não querem que o rock e o metal cresçam? Rock e metal costumavam ser os maiores gêneros no mundo inteiro, o que era incrível, e eles não são mais. Nós deveríamos querer crescer e expandir e alcançar novos fãs. Existem mais de nós lá fora ouvindo nossas bandas favoritas.”
Os fãs brasileiros de Asking Alexandria que chegaram recentemente, porém, podem estar esperando por uma chance de ver a banda ao vivo e fazer novos amigos há algum tempo. A última visita do quinteto ao Brasil foi em 2015, com a turnê The Word Alive. Ben Bruce garante, entretanto, que as visitas às terras brasileiras deixaram memórias inesquecíveis e que a banda questiona sua equipe “todos os dias” sobre uma possível passagem em turnê em breve.
“Muito obrigado pela paciência de vocês, faz muito tempo desde que estivemos no Brasil,” diz com carinho em mensagem aos fãs brasileiros. “Eu juro com a mão sobre o meu coração, quero que os fãs brasileiros saibam que o Brasil é mencionado com muita frequência nas nossas conversas. Sempre que estamos lembrando de shows insanos e momentos em que nos divertimos, nós falamos do Brasil. Sempre que quero irritar o James [Cassells] eu conto a história em que assumi a bateria e recebi mais aplausos que ele.”
Falando sobre suas coisas favoritas em território brasileiro, Ben Bruce ressalta a qualidade da comida, mas também fala com entusiasmo sobre a energia das multidões brasileiras, especialmente quando comparadas às do Hemisfério Norte. Depois de quase sete anos sem tocar no Brasil, o guitarrista se mostra tão ansioso pelo retorno quanto sua fã base.
“Eu sempre como muito quando vou aí,” admite. “A comida é tão boa, eu sempre acho que vou ter um ataque cardíaco e morrer [risos]. Mas, principalmente, os fãs. Eles são tão apaixonados por rock! É insano! A maior parte dos países ficam meio cansados depois de um tempo, às vezes parece que eles são frios demais para se divertirem, ou então estão filmando para aparecer nas redes sociais e não estão ali completamente conosco, mas toda vez que estivemos no Brasil houve tanta paixão que eles cantam até as guitarras! Isso é legal pra caralho! Mal posso esperar para voltar. Também faz tanto tempo desde que estivemos aí que eu meio que espero que seja um pandemônio quando voltarmos.”
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