Apocalyptica é uma banda que chama bastante atenção por seu diferencial. O quarteto finlandês mistura música clássica e metal, criando músicas poderosas e completamente únicas.
A última performance do Apocalyptica no país aconteceu há menos de um ano, na primeira edição do Summer Breeze Brasil. Com uma curta distância de tempo entre as apresentações, a banda retorna para uma série de cinco shows em território nacional, sendo eles no dia 16 de janeiro em Porto Alegre (Teatro Bourbon Country), 17 de janeiro em Curitiba (Ópera de Arame), 19 de janeiro em São Paulo (Carioca Club), 20 de janeiro em Brasília (Toinha Brasil Show) e 21 de janeiro no Rio de Janeiro (Circo Voador).
Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, o violoncelista do Apocalyptica Eicca Toppinen relembrou suas últimas vindas ao Brasil, falou sobre a indústria fonográfica finlandesa, comentou sobre o próximo álbum da banda e mais.
“No início não tínhamos ideia do que estávamos fazendo”, o músico revelou. “Nós apenas tentamos tocar metal, nossa música favorita, com os instrumentos que podíamos tocar, por acaso era o violoncelo.”
“Ninguém foi capaz de nos dizer como fazer isso. Então tivemos que descobrir tudo sozinhos, o que foi uma das melhores partes desta jornada, que tem sido o tempo todo para descobrir algo novo e aprender novas habilidades e novas perspectivas.”
No final de 2022, a série Wandinha trouxe a versão do Apocalyptica de “Nothing Else Matters”, originalmente do Metallica, em sua trilha sonora, e o músico relembrou que “toda a série Wandinha, que também tinha a abordagem do violoncelo, era um estilo bastante Apocalyptica, de certa forma, que ela tocava músicas mais pesadas com o violoncelo. E eu acho isso legal, mas não quero dar nenhum significado mais profundo sobre coisas que são mais ‘one offs’”.
Sobre a questão de isso ser uma coisa boa para o gênero, ele diz: “Acho que é difícil dizer o que é bom para o metal e o que é ruim para o metal. Acho que o bom para o metal é sempre que as coisas não sejam tão fáceis. Então a atitude do metal vem de desafiar a si mesmo e tentar realmente criar algo que tenha muita emoção e sentimento. E não acho que o metal deva ser muito mainstream nesse sentido. As coisas seriam muito fáceis, o que levaria a que as coisas se tornassem chatas, porque metal é o oposto de chato, eu acho.”
A Finlândia é, reconhecidamente, um grande pólo de surgimento de diversas bandas de metal e Toppinen explica que não sabe como a indústria está hoje, mas que “existiam algumas gravadoras como a Spinefarm que tinham sua própria filosofia quando assinavam com bandas. Então eles assinaram com o máximo de bandas possíveis [mas] nem todas elas não precisavam fazer sucesso, ou fizeram sucesso com algumas pessoas.” Para ele, talvez seja esse um dos motivos de existirem tantas bandas no país.
“Mas eu acho que o mundo do metal é uma comunidade global de uma forma que há algo no metal que conecta as pessoas, não importa de onde elas venham. E então eu digo que isso é uma coisa mais global do que nacional.”
Aos fãs do Apocalyptica, uma boa notícia! O próximo álbum da banda já está pronto e o violoncelista disse que ele foi finalizado na semana em que esta entrevista aconteceu. “Estávamos trabalhando durante todo o ano passado” e é provável que o registro seja lançado em 2024.
Quando perguntado sobre o que os fãs poderiam esperar desse novo trabalho, Eicca Toppinen respondeu que “algo inesperado e muito emocionante”, mas não revelou o nome de nenhum vocalista que fará parte do álbum.
Ao falar sobre o Brasil, o músico descreveu o país como “emocionante e fascinante”: “foi interessante ver que na verdade todas as cidades e áreas são muito diferentes umas das outras no país. Então não há generalização.”
Por fim, ele mandou uma mensagem aos fãs brasileiros: “Antes de tudo, obrigado por todo o apoio e amor que vocês nos deram durante todos esses anos e estamos muito entusiasmados por voltar a tocar em seu lindo país e conhecer vocês, pessoas lindas e compartilhar algo muito especial em momentos inesquecíveis. Portanto, continue positivo e vamos compartilhar a diversão juntos.”