Lacuna Coil é uma das — se não a principal — bandas de metal formada na Itália. Lar de grandes cantores de ópera, como Andrea Bocelli, o país não é um grande produtor de bandas de som mais pesado que tenham atingido a fama internacional.
Contando com os vocais marcantes de Cristina Scabbia e Andrea Ferro, a banda retorna ao Brasil para uma apresentação no festival Summer Breeze, que acontece entre os dias 26 e 28 de abril. A performance deles será no dia 27, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao Wikimetal, Ferro falou sobre o vindouro trabalho da banda, o cover “Enjoy The Silence”, a cena de metal na Itália e mais!
Há mais de vinte anos, o Lacuna Coil lançou uma versão cover de “Enjoy The Silence”, originalmente do Disturbed, que fez um sucesso muito grande. O músico disse que a banda, que está trabalhando em um novo álbum, também pretende trazer mais covers para este novo registro. Com relação a quais seriam estas músicas, ele não revelou, mas disse que “são [de] bandas que foram muito populares, digamos, nos anos 1980, 1990, não bandas de metal, mas sim, bandas de rock ou música que não é estritamente metal. E gostamos de tentar transformar essas músicas em metal.”
O novo álbum já está encaminhado: “Estamos em um bom ponto no momento. Temos as demos de quase todo o álbum. Quase, tipo, talvez duas ou três músicas ainda para serem concluídas. Obviamente, vamos ouvir um pouco e ver se ainda gostamos delas depois da turnê. Vamos sair em turnê em abril, maio, e depois que voltarmos, ouviremos tudo e veremos se ainda gostamos de tudo, e então poderemos estar prontos para entrar em estúdio.”
Ele comentou sobre o cenário headbanger na Itália, refletindo sobre o fato de o Lacuna Coil ter conseguido “trabalhar” em todos os lugares do mundo, mesmo que em graus diferentes de popularidade, mas que o mesmo não acontece com outras bandas do país.
“Na Itália, a cena é muito underground. Quer dizer, há muitas bandas, e acho que as bandas estão crescendo também aqui na Itália. Mas não há tantas bandas que possam se tornar tão mainstream como nós, especialmente com ‘Enjoy The Silence’ e músicas como essa.”
“Estávamos em todos os programas de TV, em todas as rádios, não apenas em rádios de rock ou de metal. Então, às vezes conseguimos sair do metal e do underground e ser expostos a um público maior. Mas a maioria das bandas de metal são mais, só para gente do metal, sabe? Mas há uma boa cena. Existem muitos fãs que ouvem a música. Talvez ainda não haja tantas bandas que cheguem a um grande nível, mas está crescendo. Acho que está crescendo.”
É muito comum, em especial em anos mais recentes, a participação de bandas de metal na trilha sonora de filmes e jogos, especialmente de terror. Um exemplo disso, é a música “Swamped”, que faz parte de Resident Evil 2: Apocalypse 2. Perguntado sobre se isso seria um bom sinal para o metal, Ferro respondeu:
“Acho que o metal agora está um pouco mais aberto para misturar coisas diferentes. Tipo, estávamos fazendo uma colaboração com a DC Comics em Batman, e fomos desenhados na capa do Batman em um episódio especial chamado Batman death metal. E agora há mais possibilidades de abertura para diferentes colaborações. Tínhamos uma música, nossa última música, “Never Done”, que também foi usada para o trailer e para a divulgação de um jogo, um jogo de tabuleiro com miniaturas chamado Zombicide. Portanto, há diferentes cruzamentos com coisas diferentes agora em comparação com o passado.”
Ainda em um tópico parecido, Andrea Ferro falou sobre se ser uma banda de metal mainstream era ou não uma coisa boa. Ele explica que é bom existirem bandas mainstream como o Metallica, porque “todo mundo pode conhecer a música deles e eles podem expor o gênero para muito mais gente, fazendo com que eles entendam que tem qualidade também nessa música, mas também é bom ter as bandas underground, as bandas mais extremas que trazem um sabor diferente sem muitos compromissos ou censuras.”
“Porque por um lado, você tem a possibilidade de bandas trabalharem em maior escala e fazerem turnês maiores e expor como qualquer outro estilo musical, enquanto você também tem bandas que mantêm viva a chama de algo mais experimental ou mais tradicional de certa forma.”
Falando sobre o retorno ao Brasil, o vocalista promete surpresas e relata que estão muito empolgados para o show: “Estamos muito entusiasmados [com o] fato de voltar a tocar ao vivo, porque já faz um tempo que terminamos a turnê, e estamos focados principalmente no estúdio, trabalhando nas músicas há muito tempo. Então, estamos entusiasmados por poder ir lá e tocar, e vamos ao Brasil, e depois iremos também à Costa Rica pela primeira vez. E depois temos alguns festivais na América do Norte com alguns outros shows.”
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