Em entrevista inédita para a Veja SP, Eloy Casagrande falou pela primeira vez sobre o processo de sair do Sepultura e embarcar no Slipknot.
O baterista tocou na banda brasileira de metal por 12 anos antes de anunciar sua saída em fevereiro deste ano. Pouco depois iniciaram-se rumores de sua possível entrada no Slipknot, que também tinha acabado de se separar do baterista de longa data, Jay Weinberg. No final de abril, a banda de nu metal se apresentou pela primeira vez com o novo integrante e dias depois confirmou a identidade de Eloy Casagrande nas redes sociais: um feito inédito até então.
Na nova entrevista, Eloy contou detalhes em primeira mão sobre todo o processo que o tirou do Sepultura e o levou ao Slipknot. “Eu recebi o convite para fazer o teste depois do anúncio da turnê [do Sepultura]”, esclareceu. “O grande lance, da razão de eu ter aceitado fazer a audição, foi o final do Sepultura. A banda iria acabar, e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos de idade.”
“Rolou um papo com o Slipknot, perguntei sobre a agenda deles, se daria para conciliar as duas bandas, mas eles falaram que não, não teria como, eu seria exclusivo. Então foi uma decisão minha, pelo término do Sepultura. Foi complicado, eu comuniquei eles quando tinha fechado o acordo, no dia 5 ou 6 de fevereiro. Logo nesse dia eu convoquei uma reunião e expliquei a situação. Foi isso, uma decisão individual”, conclui.
De acordo com o Eloy, o convite para participar de uma audição formal para tocar no Slipknot surgiu em dezembro, através do empresário da banda. Ao aceitar, Casagrande conta ter recebido um contrato de confidencialidade para que não falasse sobre o processo com ninguém. Ele gravou vídeos e aproveitou uma viagem aos Estados Unidos para ensaiar pessoalmente com a banda e gravar algumas coisas. “Eles jogavam ideias novas para mim, para ver como era a minha composição. Eles queriam me testar em todos os sentidos”, conta.
Sobre o primeiro show com a banda, que aconteceu no final de abril, Casagrande revela que passou por alguns problemas técnicos devido à força com a qual estava tocando, o que ele atribuiu a misto de “nervosismo e felicidade”. “Foi um show menor, e acabei tocando mais forte do que o normal. Quebrei dez, quinze baquetas”, conta. “Esse adesivo de Kevlar caiu, e a cola residual continuou na pele. Então, quando eu tocava, o batedor grudava e não soltava. Tive de pegar terra do chão e jogar no adesivo, assim ele parou de grudar.”
Sobre seu tempo no Sepultura, Eloy expressa carinho e gratidão. “Foi um aprendizado gigantesco”, comenta. “Foram muitos anos, três álbuns de estúdio. Álbuns ao vivo. Muita composição. Muito tempo que a gente viajou junto. Olho para trás com um grande carinho e muita admiração. Além de um sentimento de muita gratidão, por todos esses anos.”
Confira a entrevista completa no site da Veja SP.