Ao longo da carreira, Edu Falaschi nunca deixou de lado a influência da música brasileira. E não foi diferente em Vera Cruz (2021), primeiro álbum solo do cantor, um disco que agradou até haters de power metal.
Durante entrevista ao The Wikimetal Happy Hour, o vocalista foi questionado sobre a postura do metal de se colocar distante de outros estilos musicais, apesar do sucesso de bandas como Sepultura e Angra ao permitir a sonoridade de ritmos brasileiros em suas músicas – e contou uma situação curiosa com um ouvinte.
“Eu acho que cada um faz o que quer, acho que em algumas bandas,[essa mistura] não tem a ver com o cara”, ponderou antes de tocar um trechinho de MPB, gosto que herdou do pai desde a infância. “Acho que tem que ser natural, não adianta falar ‘Ah, vou botar coisa brasileira porque vai chamar atenção lá fora’, não vejo muita vantagem”.
Comentando sobre a parte do público que se orgulha em apenas escutar metal, Falaschi não vê problemas, apesar de achar que “não é o ideal” na construção de repertório, especialmente para músicos.
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“Tem que respeitar, se o cara gosta só de metal, beleza, cada um é de um jeito. Tem cara que só gosta de samba e odeia metal. Tem cara preconceituoso com rock, conheço um monte de gente que fala ‘ah, é aquela coisa barulhenta?’, não fazem ideia”, continuou. “Não dá para generalizar, o mais importante é fazer o que gosta”.
O importante na vida, argumenta Falaschi, é não se limitar por motivos bobos. “Eu penso assim: a vida é muito curta. Essa pandemia mostrou isso para muita gente. A gente não tem que ter regra para nada, principalmente em questão de cultura. Quer amar? Ama! Não quer ouvir? Não escuta! A vida tem que ser simples”, disse.
Falaschi contou ainda sobre uma mensagem que recebeu de um hater de power metal. “Não gosto de power metal, mas fui ouvir e amei o seu disco, fiquei louco. E aí fiquei com raiva de mim porque eu não podia gostar daquilo”, contou o novo fã. “Como não podia gostar? Achei legal ele se abrir, mas não tem regra para nada”, comentou o vocalista com bom humor.
Assista ao trecho abaixo. Para ver a entrevista na íntegra, clique aqui.
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