Problemas com o som atrapalharam apresentação do Dimmu Borgir que já não empolgava
O Dimmu Borgir é o tipo de banda que se beneficia da teatralidade. Portanto, da capacidade de envolver o público no espetáculo. Também ajuda se o espaço for suficiente para que os seis integrantes e os músicos de apoio façam seu teatro.
Ainda que o show fosse acompanhado por uma casa lotada e disposta a se aventurar no black metal sinfônico da banda, algo se interpunha na ligação entre público e artistas.
O Dimmu Borgir foi recebido com gritos quando entrou no palco, mas assim que começou com “The Unveiling” e “Interdimensional Summit” a reação não parecia ser a que a banda esperava. Alguns gritos e mãos para a cima saudaram as duas primeiras músicas, mas a maior parte da plateia não se mostrava empolgada.
Um dos motivos era o som. Quem estava perto do palco quase não conseguia ouvir os vocais de Shagrath (Stian Thoresen). Mais para trás, o problema era menor, mas o áudio não favorecia o vocalista e seus graves. Durante o encore, o público gritava para que “aumentassem o som”.
A banda também se esforçava para transmitir o conceito sombrio da apresentação. Porém, o tamanho reduzido do palco impedia que eles transitassem e tocassem com liberdade. As luzes ainda criavam um clima tenebroso que iluminava mais a plateia do que a própria banda. De longe, os integrantes pareciam estátuas estilizadas de um filme de terror.
O setlist enxuto contou com músicas que acordavam do torpor de assistir um espetáculo competente, mas hermético. “Gateways”, “Puritania” e “Progenies of the Great Apocalypse” (já no finzinho) foram as que fizeram os fãs realmente soltarem a voz. A técnica e a qualidade da banda ficaram claras mesmo com todas as dificuldades que tiveram.
Os fãs muito provavelmente não ligaram para nenhum desses problemas e ficaram satisfeitos em ver a banda seis anos depois da última passagem pelo país. Quem estava esperando um bom espetáculo de black metal pode ter saído menos animado do que imaginava.
Fotos por: Mila Maluhy
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