Derrick Green, vocalista do Sepultura, enfrentou grandes desafios ao aceitar a difícil missão de substituir Max Cavalera na banda. Quando aceitou a posição e se mudou para o Brasil, o cantor não sabia nada sobre o país – e nem imaginava a fama do grupo por aqui. 

O ano era 1998 e o acesso à internet não existia como nos dias de hoje. “Eu não conhecia o Brasil, não sabia nada sobre a cultura ou o idioma. Não tinha nenhum amigo brasileiro. Não sabia nada, era completamente ignorante sobre o Brasil”, contou em entrevista ao V13.net (via Blabbermouth). “Mas fui à biblioteca, peguei alguns livros, porque não havia Internet de verdade na época. Eu tinha meu cartão da biblioteca. Eu estava, tipo, ‘Ok, deixe-me ver do que se trata este lugar’. E não fazia justiça [ao país]”.

Atualmente residente de Los Angeles, Green se mudou para São Paulo e viveu na cidade por 20 anos. A adaptação teve algumas dificuldades culturais, mas também com a fama da banda: o grupo era constantemente parado para autógrafos e fotos, ao ponto que “o país inteiro parecia” ser habitado por “super fãs” do Sepultura na visão do novato. 

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“Eu não sabia [desse sucesso], porque  não havia Internet nem nada. Depois de me mudar para lá, isso começou a acontecer comigo porque as pessoas começaram a pensar, ‘Ok, essa é a nova cara do Sepultura’ depois de alguns anos”, continuou. “Então eu tive que ajustar minha vida [para] ser reconhecido e meio que analisado toda vez que saía de casa. E isso leva algum tempo para se acostumar. Nunca imaginei isso; Nunca pensei que essa seria minha vida. Então foi difícil. Devo dizer que fiquei um pouco deprimido porque não sou esse tipo de pessoa. Eu meio que gosto de ficar na minha e observar”.

Apesar de não gostar de chamar atenção, a carreira e aparência de Derrick Green não ajudavam. “Eu sou um cara enorme de 1,90 de altura, com dreads e tatuagens”, reconheceu. “Então isso chamou a atenção também – apenas a minha aparência, e não só por estar na banda”. 

Felizmente, a atenção cotidiana era positiva em “99% das vezes”. “Brazil é um lugar que sempre acreditou no Sepultura com todas as mudanças que aconteceram. Eles sempre queriam ver o melhor para a banda porque ela é uma representação muito forte do Brasil fora do país”, finalizou Green. 

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