Debrix lançou recentemente o EP Tales From The Rabbit Hole, uma obra conceitual que mergulha em temas como confiança, superação e renascimento. Com cinco faixas intensas, o trabalho reflete experiências profundas e traz uma sonoridade que combina hard rock, grunge e classic rock.
Para falar mais sobre o projeto e o futuro da banda, os músicos conversaram com a Wikimetal. Durante a entrevista, compartilharam detalhes sobre a criação do EP, as influências musicais e os próximos passos da banda.
Wikimetal: Vocês são uma banda relativamente nova, mas já estão conquistando um espaço importante no cenário nacional. Qual foi o impacto de abrir os shows do The Calling na carreira de vocês, tanto em termos de visibilidade quanto de aprendizado?
Debrix: Foi uma experiência incrível, sem dúvida. Estar ao lado de uma banda grande de sucesso no mundo todo é algo que valorizamos muito. Ao mesmo tempo, acho que nossa maturidade como banda nos permitiu viver isso sem deslumbramento. Desde o começo, nossa visão sempre foi muito ambiciosa, então, de certa forma, já estávamos preparados para essas oportunidades.
Não foi perfeito, claro, mas encaramos tudo com muito profissionalismo. O foco estava em fazer nosso melhor e absorver a experiência. É sobre entender como reagir antes, durante e depois de momentos como esses. Foi um passo importante para a banda, mas apenas mais um na nossa caminhada.
WM: O EP Tales From The Rabbit Hole traz uma narrativa profunda, explorando temas como confiança, superação e renascimento. Como surgiu a ideia de construir essa jornada conceitual, e como vocês decidiram usar as metáforas presentes nas músicas?
Debrix: Não houve um processo de ideação sobre narrativa e conceito antes de começarmos a compor. Fizemos muitas músicas na mesma semana e isso criou naturalmente uma conexão entre as letras e o mood geral dos sons. Os temas das letras falam das consequências e sequelas de abuso psicológico e emocional. Depressão, ansiedade, problemas graves de autoestima e personalidade. Tudo isso está no EP em forma de contos. Já a figura do coelho apareceu por um motivo aleatório. Eu crio quatro coelhas em casa e as observo muito. Coelhos são presas universais, estão constantemente no “fight or flight”, sempre acuados e na defensiva, assim como grande parte das pessoas hoje em dia. Porém, nosso som é pra cima e a narrativa das músicas e do EP apesar de trazerem a carga emocional, trazem também um plot twist transformador no final.
WM: Com cinco faixas que abordam diferentes aspectos emocionais, o EP tem um impacto poderoso. Existe alguma música que vocês sentem ser o coração desse trabalho, ou que melhor sintetize a mensagem que vocês quiseram transmitir?
Debrix: Da forma que vemos, cada som é uma parte de um todo, mas diria que “Thunderstorm” e “Bullseye” são as de maior impacto. Uma por trazer mais intensidade emocional e a outra pela energia explosiva evocando a ideia de que somos capazes de sair do zero e buscar a vida com tudo.
WM: A recepção ao Tales From The Rabbit Hole tem sido extremamente positiva. Como vocês têm lidado com esse retorno do público? Houve algum momento especial com fãs ou em shows que marcou vocês desde o lançamento?
Debrix: Sentimos que isso está começando a acontecer, não com um fã específico, mas com o público em geral. Os últimos shows que fizemos foram diferentes, deu pra notar que já tinha uma galera que foi para ver a gente, vimos nossas camisetas rodando na pista e o pessoal chegando cada vez mais perto do palco.
WM: Em 2025, a Debrix segue em ascensão. O que os fãs podem esperar de vocês neste ano? Há novos lançamentos, clipes ou planos para turnês que possam compartilhar conosco?
Debrix: Essa é fácil, direta e reta: Composição de álbum em andamento com muitas músicas em português do nosso Brasil.
WM: A banda combina influências de hard rock, grunge e classic rock, criando uma sonoridade própria e autêntica. Quais artistas ou bandas mais moldaram essa identidade musical, e como vocês equilibram essas influências com o desejo de inovar?
Debrix: A gente nunca se sentou para definir que “vamos seguir essas influências específicas”. Desde o início, o processo foi muito orgânico. Antes mesmo de começarmos a compor, já estávamos tocando juntos, e a química foi algo que apareceu de imediato. O que trazemos para o som são as influências individuais de cada um, os gostos pessoais e aquilo que consideramos boa música, tanto na estrutura musical quanto na narrativa.
Nosso processo criativo é intuitivo. Durante as composições, insights surgiram de forma natural, e só depois percebemos quais influências estavam presentes. O resultado reflete um escopo muito amplo: hard rock, metal, groove, hip hop, grunge, big bands e outros estilos que não associamos imediatamente ao rock. Essa diversidade transborda para as músicas de forma genuína.
WM: Para quem já acompanha vocês e para quem está conhecendo a banda agora: que mensagem vocês gostariam de deixar sobre o que a Debrix representa e sobre os aprendizados e conquistas ao longo dessa jornada?
Debrix: Estamos manifestando nosso propósito, compartilhando nossa experiência de vida em forma de arte. Superar grandes traumas e enfrentar o julgamento do mundo é algo muito difícil, mas totalmente possível e a expectativa é que as pessoas se conectem com a nossa música, experiência e empatia para que elas também possam passar por cima das suas angústias e manifestar o seu melhor.