O ex-baterista do Slayer, Dave Lombardo, participou recentemente de uma entrevista no podcast The David Ellefson Show (via Metal Injection), comandado pelo ex-baixista do Megadeth, onde compartilhou como foram os bastidores de sua participação no show com o Metallica no Download Festival, em 2004.
Nesse dia, Lars Ulrich não pôde se apresentar devido a problemas de saúde. No dia do show, ele teve uma emergência médica enquanto viajava para o festival e precisou ser hospitalizado. Como o Metallica não queria cancelar a apresentação, eles rapidamente chamaram Dave Lombardo, Joey Jordison e o técnico de bateria do Metallica, Flemming Larsen.
Lombardo fala que se sentiu confiante em tocar as músicas mais clássicas da banda como “The Four Horsemen” e “Battery”. “Quando me disseram, eu disse: ‘Olha, eu consigo fazer as duas. Eu provavelmente conseguiria descobrir algumas das outras.’ Mas eles me fizeram subir e fazer as duas primeiras, e então Joey [Jordison], e obviamente, Flemming [Larsen] subiram e terminaram o restante das músicas”.
Durante os ensaios, sobre os quais Dave descreve uma atmosfera emocionante e divertida, ocorreu um momento especial. “Estávamos em uma daquelas… Acho que era uma pequena sala de ensaio portátil. Eles tinham uma bateria lá, seus amplificadores, tocavam, se aqueciam, se preparavam. E enquanto estávamos lá, pude ver a empolgação deles quando eu tocava a música. Eles estavam realmente envolvidos. E eu meio que acelerei tudo um pouco, só para dar um empurrãozinho neles.” Lombardo destaca o momento como uma experiência única que permaneceria viva em sua memória para sempre. “E foi divertido, cara”.
Embora a experiência tenha sido empolgante, Dave Lombardo explica como sua mentalidade mudou na hora do show: “Então subimos ao palco. E, obviamente, o modo profissional entra em ação – você precisa realmente se concentrar, garantir que tudo saia certo e dar o seu melhor naquele momento. Mas foi um desafio — um momento emocionante, divertido e gratificante na história, algo que nunca mais se repetirá.”
O baterista ainda compartilhou um momento privado com o guitarrista Kirk Hammett, mas ainda assim bem humorado: “Alguns dos comentários de Kirk, que manterei em sigilo, foram muito, muito engraçados, muito elogiosos e muito gentis da parte dele.”
A participação de Joey Jordison
Lombardo relata como Joey Jordison, então baterista do Slipknot, estava mais familiarizado com as músicas do Metallica do que ele: “Felizmente, o Joey tinha uma banda de covers do Metallica quando era jovem, antes do Slipknot ou talvez até durante o Slipknot. E ele estava muito familiarizado com vários dos álbuns mais recentes deles. Eu estava, obviamente, mais ligado nos três ou quatro primeiros — acho que até o Master of Puppets. E, embora no começo eu não gostasse do Black Album, eventualmente ele passou a me agradar, porque é uma obra-prima.”
“Tenho o maior respeito por esses caras. Meu respeito é absoluto”, conclui o baterista, expressando admiração pela banda.
Dave Lombardo destaca a importância de Lars Ulrich para o Metallica
Em 2021, em uma entrevista ao podcast Speak N’ Destroy (via Ultimate Guitar), Dave Lombardo falou sobre Lars Ulrich e sua importância para o Metallica : “Eu acho que o Lars é um bom baterista. Ele é um bom arranjador. Sem o Lars, não existiria Metallica. Então, você tem que dar o crédito a ele pelo que ele faz pela banda. É muito importante quando você tem química dentro de uma banda. São quatro membros na banda. Quando há química, tipo, uma interação especial entre os músicos, se você tira um músico, não é a mesma coisa. Se você tirar o Lars da equação, não será a mesma coisa.”
Os anos iniciais de Slayer e Metallica
Ainda na mesma entrevista ao podcast, Dave foi perguntado se ele se lembrava de como eram as primeiras interações entre Metallica e Slayer, e ele responde:
“Tocamos em um clube muito, muito pequeno, com capacidade máxima de 250-300 pessoas. Era Metallica e Slayer, Ron McGovney estava no baixo e Dave Mustaine na segunda guitarra. Dave Mustaine às vezes cantava algumas músicas, e em outras vezes [James] Hetfield cantava, mas a pessoa que falava com o público, que eu me lembro, era o Mustaine. […]E eu acredito que eles nos inspiraram de várias maneiras, porque então conseguimos a demo [‘No Life ‘Til Leather’ de 1982], e fomos definitivamente influenciados por eles.”
“Se você ouvir ‘Hit the Lights’ e ouvir ‘Aggressive Perfector’ elas têm quase a mesma estrutura. Há uma introdução muito semelhante, sabe, era quase uma cópia de ‘Hit the Lights’. O Slayer fez um bom trabalho no começo, mas sim, ouvindo essas músicas, você vê que elas têm seções muito semelhantes. Embora o riff, obviamente, não seja o mesmo – mas sim, dá para perceber que fomos influenciados.”
LEIA TAMBÉM: Dave Lombardo: “Desaprovo as pessoas que falam m**da sobre Lars Ulrich”