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Dave Grohl

Dave Grohl. Créditos: Reprodução/Facebook

O dia que Dave Grohl do Foo Fighters viu Pantera ao vivo: “A banda mais pesada, certeira e fodona de todos os tempos”

“Jamais havia visto algo tão foda em todos os meus anos de estrada. Não era uma banda. Era uma força esmagadora da natureza”

Na última sexta-feira, 10 de janeiro, o líder do Foo Fighters lançou seu livro “Dave Grohl: O Contador de Histórias: Memórias de Vida e Música“. Entre inúmeras histórias que o ex-baterista do Nirvana conta, uma vale a pena destacar: O dia que ele viu o Pantera de perto pela 1a. vez!

Grohl conta que em 1996, o Foo Fighters foi convidado para tocar no Ozzfest no Reino Unido para substituir o Korn de última hora, algo como ele menciona “assustador pra caralho.”

“Não me entendam mal, eu era metaleiro inveterado, de carteirinha, desde sempre. De corpo e alma, do tipo que usava patches de bandas nas costas, colecionava fitas K7, assinava fanzines e se jogava do palco para surfar na plateia. Mas o Ozzfest? O Foo Fighters? Não fazia nenhum sentido para mim. Talvez a combinação mais bizarra de todos os tempos. Um desastre iminente…”

Dave Grohl prossegue: “Para piorar a situação, estávamos marcados para entrar depois do Pantera. A banda de metal mais pesada, certeira, do caralho e fodona de todos os tempos. Os reis da carnificina Cro-Magnon. A porra dos CAUBÓIS DO INFERNO.”

O line-up daquele Ozzfest tinha ainda Black Sabbath, Slayer e Soulfly e no livro Grohl se lembra da chegada ao show:

“O dia prometia um majestoso confronto metálico de proporções gigantescas. Chegando ao backstage, coloquei a cabeça para fora da janela do ônibus no intuito de talvez avistar algum dos meus ídolos. Tom Araya! Scott Ian! Tony Iommi! Max Cavalera! Lá estavam todos, de bobeira igual a nós, meros mortais.”

“Me escondi no nosso camarim por medo de ser devorado vivo. Sem contar que não tinha coragem de caminhar até o palco e contemplar o destino certo que nos aguardava perante aquela massa humana pulsante coberta de couro e tachas. Inquieto, tentava conceber um setlist um pouco mais para Motörhead, vasculhando nosso repertório. Mais do que causar uma boa impressão na plateia, queria causar uma boa impressão nos meus ídolos do rock pesado, na esperança de que eles reconhecessem que eu também era um metaleiro.”

“Conseguindo enfim reunir coragem para me aventurar fora do forno da cabine pré-fabricada, fui até a lateral do palco e testemunhei o que só posso descrever como a mais incrível, brutal e vulgar exibição de força do universo conhecido, o Pantera.”

“Como já imaginava, eles estavam destruindo o palco. Vinnie Paul, o mestre, a lenda, descia o sarrafo com violência na sua trovejante montanha de tambores. Phil Anselmo urrava feito um condenado, como se possuído por todos os espíritos malignos de filmes sobre exorcismo juntos. Rex Brown mantinha-se à espreita, segurando seu baixo como se fosse um enorme lança-chamas voltado para a plateia. E Dimebag Darrell… um presente dos deuses à guitarra, roubava o show com tal facilidade, tal bossa, tal pose, fazia queixos irem até o chão sobre a poeira do verão.”

“Em dado momento, olhei para trás da bateria, e lá estava um fã sem camisa enlouquecido quebrando garrafas e dando mosh sozinho, urrando cada verso das letras como se sua vida dependesse daquilo. AQUELE era um verdadeiro fã do Pantera. Não que os outros 64.999 presentes ali não fossem, longe disso, mas o sujeito estava delirando a literalmente não mais que uns poucos metros da bateria. Ele então se agachou para ajeitar o suporte de um prato que havia saído do lugar de tanto que Vinnie Paul o golpeara impiedosamente. Que estranho, pensei. No fim das contas, aquele fã sem camisa enlouquecido era Kat, o roadie de Vinnie. Olha, vou falar para vocês, nunca, jamais havia visto algo tão foda em todos os meus anos de estrada. Aquilo não era uma equipe de palco. Era uma gangue de foras da lei. Não era uma banda. Era uma força esmagadora da natureza.”

“Por um momento, cheguei a esquecer que também iríamos tocar. Estava entregue à música a ponto de não lembrar que, após aquela performance histórica, entraria eu com a minha versão de rock alternativo pós-grunge (podem enfiar o dedo na garganta).”

Dave Grohl ainda se recorda de conhecer os membros do Pantera depois do show do Foo Fighers: “Depois tivemos a honra de conhecer e passar tempo com o Pantera, e os que já tiveram essa oportunidade sabem que não é para os fracos. Para início de conversa, nunca houve uma banda tão calorosa, hospitaleira e pé no chão quanto o Pantera. Não fazia a menor diferença quem você era, o que fazia, de onde vinha. Eles o acolhiam, colocavam uma cerveja na sua mão e um shot na sua boca e o faziam rir mais do que você jamais rira.”

Esta e muitas histórias aparecem no recém lançado livro “Dave Grohl O Contador de Histórias Memórias de Vida e Música” pela Editora Intrínseca.

Dave Grohl O Contador de Histórias Memórias de Vida e Música

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