Texto escrito pelo WikiBrother Lucas David
O movimento LGBT+ no heavy metal sempre foi um tema complicado. Por mais que ele tenha ganhado mais destaque, devido às conversas sobre o assunto na sociedade em geral, ainda é algo que gera discussões de como o estilo não pode aceitar músicos que sejam homossexuais e que as bandas e sites especializados não deveriam falar do tema, já que o que importa para eles é apenas a música.
Esse preconceito já existia e ainda existe contra as mulheres. Muitos rockeiros não aceitam que elas estejam presentes em bandas, gostem do estilo ou usem a camiseta sem citar todas as músicas de um álbum (por exemplo).
Já a homofobia acontece mais do que poderíamos imaginar. Falar sobre esse problema, abordando grandes nomes do rock e metal que sejam parte da comunidade ainda não é um costume, o que reforça o pensamento que a música pesada é feita somente para homens heterossexuais. Rob Halford, vocalista do Judas Priest, se assumiu gay em 1998, o que foi uma notícia desagradável para alguns, e acabou gerando ataques por conta de sua sexualidade. Mesmo assim ele ainda é o Metal God e junto com o Judas Priest continuam sendo um dos maiores nomes do metal, assim como Freddie Mercury e o Queen.
Então qual seria o real incômodo? Observamos que na maioria das vezes isso acontece com artistas menores, que não são mundialmente conhecidos e assim vistos como “mais vulneráveis” para os ataques dos que acham que mandam no estilo. Lembrando que o Brasil segue no topo de países onde mais se mata LGBTs.
Uma das ultimas noticias que trouxe esse desconforto foi relacionada à artista pop Pabllo Vittar, que apareceu em suas redes sociais usando uma camisa da banda brasileira de metal extremo Manger Cadavre? (que tem a frente à vocalista Nata de Lima), deixando os fãs mais conservadores indignados, acusando a artista de ser “poser”. Porém a diva pop já demonstrou várias vezes conhecer o gênero, citando banda que nem mesmo os “rockeiros de verdade” conhecem.
O documentário LGBT+ no Heavy Metal Brasileiro que surgiu com a intenção de trazer a discussão sobre a sexualidade para entender a real importância dos artistas LGBTs que compõem a cena e principalmente trazer uma reflexão que todos possam ser pessoas melhores é ótimo para quem deseja saber mais a respeito do tema e como ele é abordado dentro do gênero, assim como o livro Black Metal Rainbows, que retrata o black metal como um estilo aberto e inclusivo.
Fica aqui o pensamento a respeito do black metal. Sendo considerado um dos estilos mais extremos do metal, ele tem em seu meio diversos artistas da comunidade LGBT+ que são vistos como verdadeiros revolucionários, que declaram guerra contra aqueles que veem o estilo apenas por invocações brutas de heterossexualidade. Exemplo visto com Gaahl, que já foi vocalista de várias bandas, ficando mais conhecido por seu trabalho no Gorgoroth. O mesmo recebeu em 2010 o prêmio “gay do ano” no Bergan Gay Galla, em uma cidade da Noruega.
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