Texto por Joe Ribeiro, Helena Meireles e Indy Lopes

O coletivo Preto no Metal que hoje muitos conhecem e aqueles que estão tendo seu primeiro contato, surgiu primeiramente com a ideia de ser um ensaio fotográfico. O tema foi a representatividade negra na cena rock/metal da cidade de Porto Alegre no Rio Grande Do Sul. Com o trabalho de fotografia realizado, o próximo passo era divulgar o que foi feito e usando da atitude mais punk do faça você mesmo, as fotografias foram mostradas.

Após a criação das redes sociais e divulgação das fotos nas redes, seus idealizadores, Lohy, Indy e Dênis, perceberam que aquilo era bem mais que apenas um ensaio fotográfico – vale lembrar que todos os envolvidos não eram pessoas que estavam ligadas a cena de forma esporádica, todos os envolvidos desde fotógrafo e fotografados sempre tiveram e têm um envolvimento muito forte com a cena local do estado.

Desta forma, com um trabalho que poderia ter sido somente aquilo, foi levantando o questionamento que hoje é o forte do coletivo: em um estilo musical que se diz tão igualitário, representativo, aberto às diferenças, e o primordial, inclusivo, por que mesmo sendo filho do blues, as pessoas artistas e bandas pretas acabam tendo tão pouca visibilidade?

Ok! Com certeza até esta parte do texto muitos já devem ter virado a cara e como de costume alguém já deve ter soltado um:  Tudo mimimi.

A importância da representatividade e do indivíduo estar em um local que muitas vezes não é ocupada por alguém da sua mesma raça, gênero, etnia ou de mesma orientação sexual só é entendida por quem partilha do sentimento de falta de inclusão.

Infelizmente não podemos forçá-los a nos aceitar, porém, estaremos aqui com os pés cravados.

Falamos de modo geral que o mundo está cheio de pessoas que são orgulhosas em dizer que somos todos iguais e que no mundo há espaço para todos, porém é um ledo engano, o poder da representatividade e de a pessoa se ver em um lugar de destaque seja na música, cinema, teatro, é destinado aos brancos e a nós fazemos parte de algo muito maior que veio para mudar isso. Não vamos mais aceitar essa atitude.

O Preto no Metal não surgiu para diminuir ou desqualificar a história de bandas e artistas brancos renomados. O nosso ponto forte se faz pela necessidade de representação na cena, o que fazemos é manter viva a história de início do rock onde pretas, pretos e pretes são os criadores do estilo, mas que por puro preconceito foram colocados atrás da cortina sendo substituídos por outras pessoas para que fossem aceitas por uma sociedade branca e racista. Infelizmente a estética do rock é vista como para pessoas brancas, mas isso está mudando e existe agora esse resgate das origens onde cada vez mais Rosetta Tharpe é reconhecida como a mãe do rock. O rock é feminino, preto e gay.

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Link da última notícia sobre o Preto no Metal na mídia: G1 RS

Categorias: Notícias Opinião

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