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Não tenho o objetivo de causar nenhum tipo de rivalidade infantilizada entre os dois músicos em questão, vejo isto apenas como uma reflexão que sempre me vem a cabeça.”

Por César Costa

Sempre me faço essa pergunta, não apenas como apreciador destes dois grandes instrumentistas, mas também como baterista amador que sou. Quem conhece com mais profundidade o trabalho do Iron Maiden, consegue perceber nitidamente a grande mudança pela qual a banda passou, sua sonoridade mudou bastante depois da transição de bateristas pelos idos de 1982, durante a turnê Beast On The Road, cujo o intuito era divulgar o álbum intitulado The Number Of The Beast em territórios norte-americanos.

Com a saída do então senhor dos tambores, Clive Burr, que deixou a banda por motivos que não serão discutidos aqui, houve a adição de um novo membro, o carismático Nicko McBrain.

Vamos começar com Clive Burr. Ao meu ver, Clive tinha uma forma única de conduzir a música, com mãos velozes e pesadas, possuidor de uma pegada extremamente firme e consistente, cumpria com extrema maestria seu papel de baterista de heavy metal, mantendo uma batida firme como aço, que se encaixava perfeitamente com as linhas de baixo de Steve Harris, sem muitas firulas ou notas em excesso, com viradas matadoras e incisivas, o que provavelmente oferecia mais segurança a seus colegas de banda, no que diz respeito a performances conjuntas e entrosamento musical. Arrisco a dizer que Clive tinha uma leve influência punk em sua forma de tocar, com um toque de virtuosismo na medida certa.

Depois de sair do Iron Maiden, Clive seguiu trabalhando com outros projetos musicais, infelizmente sem ter a mesma notoriedade. Clive Burr faleceu no ano de 2013, devido a complicações decorrentes de uma grave doença degenerativa chamada Esclerose Múltipla. O grande trabalho de Clive durante seu breve período de tempo na banda ainda perdura perdura depois de algumas décadas, e pode ser conferido nos três primeiros álbuns da Donzela, o homônimo Iron Maiden, de 1980, o icônico Killers, de 1981, e o grande clássico The Number Of The Beast, de 1982.

Sobre Nicko McBrain, sem dúvida, o que chama atenção logo de início é o kit de bateria enorme, com uma imensidão de tambores e pratos, mas essa bateria não contribui apenas para o lado estético no palco, ao ouvir as linhas de bateria de Nicko, logo se percebe que o tamanho de seu instrumento é proporcional ao nível de habilidade do músico, outro ponto forte de Nicko é seu bom humor, além de ser um baterista muito habilidoso e com uma técnica impecável para um baterista de música pesada, é capaz de cativar o público com seu carisma, não ficando atrás de seu antecessor.

Já em seu primeiro álbum comandando as baquetas da banda, intitulado Piece Of Mind, de 1983, mostrou que entrou pra ficar, além de técnico, Nicko também é muito criativo, a faixa de abertura do álbum citado acima, “Where Eagles Dare”, juntamente com sua introdução matadora, são uma prova disso. sem dúvida o músico agregou muito a banda, tecnicamente falando, ao meu ver, as habilidades de Nicko proporcionaram novos horizontes criativos a serem alcançados, e o fato de proporcionar algo novo e desafiador, pode ter instigado e excitado mais aos seus colegas de banda a darem o seu melhor, seja no estúdio ou em performances ao vivo. O trabalho de Nicko pode ser ouvido em todas as gravações feitas pela banda a partir de 1983, até o lançamento mais recente, o álbum The Book of Souls, lançado em 2015.

Não tenho o objetivo de causar nenhum tipo de rivalidade infantilizada entre os dois músicos em questão, vejo isto apenas como uma reflexão que sempre me vem a cabeça. Afinal, quem foi o melhor? Clive ou Nicko? A resposta para isso é algo subjetivo e que depende muito do ponto de vista de cada um. Acho que o melhor a fazer é aproveitar o que há de melhor nestes dois grandes profissionais da música, seja você um amante de bateria ou não.

*Este texto foi elaborado por um Wikimate e não necessariamente representa as opiniões dos autores do site.

Categorias: Opinião

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