20 de julho de 2017. Esse foi o dia em que perdemos o portador da voz que alimentou tantos adolescentes, daquela angústia que fez tantos se sentirem como se pertencessem a algum lugar nesse mundo conturbado. Chester Bennington faleceu naquele dia. O frontman de uma das maiores bandas do século 21 se perdeu nas dificuldades que enfrentava e cometeu suicídio.

Ao lado de Chester, Mike Shinoda, Joe Hahn, Dave Farrell, Brad Delson e Rob Bourdon venderam mais de 70 milhões de discos nos seus 17 anos de estrada. Sob o nome Linkin Park, o grupo lançou seu disco de estreia Hybrid Theory em 2000 que até hoje vendeu 27 milhões de cópias mundialmente.

Os discos que o sucederam mostraram a força que a banda possuía mas também expôs toda a dor e o sofrimento que os rodeavam. Com sete discos de estúdio, o Linkin Park se tornou a voz de uma geração. A banda falou por aqueles que tinham medo de se expressar ou se sentiam invisíveis a ponto de nem tentar.

Em seu último trabalho, One More Light lançado apenas dois meses antes da morte de seu vocalista, a banda buscou experimentar camadas de sons e sentimentos que nunca haviam mostrado ao público antes. E isso trouxe uma onda de incompreensão acompanhada de insultos.

Mesmo com críticas, a banda e, especialmente Chester e Mike, defenderam sua visão desafiando o ideal que muitos fãs possuem de que o som de um grupo deve se manter o mesmo ao longo de sua carreira, dizendo coisas como “Meu Linkin Park está morto”, “Isso não é Linkin Park” e se questionando “O que aconteceu com eles?”. Mal sabíamos sobre os demônios que assombravam Bennington e sua necessidade de levar algo novo aos seus fãs.

A arte é subjetiva e não podemos apontar defeitos ou qualidades em algo que não entendemos. Apesar de seu som diferente, a banda manteve seu papel na música e na vida de seus fãs. Muitos puderam superar suas dores e suas aflições ouvindo um novo disco do Linkin Park. Muitos se apoiaram na banda e nas letras que Chester e Mike cantavam com tanta paixão. Muitos usaram os temas das músicas como inspiração para se tornarem uma pessoa melhor, uma pessoa que se sinta bem nesse mundo tão conturbado.

Suas letras foram influenciadas por suas dificuldades de infância. Nascido em Phoenix o músico foi molestado aos sete anos, mais tarde seus pais se divorciaram e mudou-se para Califórnia onde se envolveu com drogas e álcool. Aos 16 anos resolveu mudar de vida após presenciar uma troca de tiros na casa de um amigo. A partir daí sua história melhorou, principalmente quando conheceu os colegas do Linkin Park e se juntou a eles. Não estamos aqui para explorar as dificuldades com quais ele lutou e sim para apontar aquilo que ele criou a partir disso.

Ele cantava sobre superação e sobre cansaço acumulado de uma vida sofrida. De sua alma corroída saíam letras que gritavam palavras de dor e angústia. Chester Bennington sofreu e ajudou muitos que também sofriam. O cantor foi uma das maiores inspirações e vozes de uma geração, e ele se mantém vivo através nós. Ele se mantém vivo através de suas músicas, suas composições e seus fãs.

“Quem se importa se mais uma luz se apagar? Bem, eu me importo” (One More Light)

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.