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Deep Purple no Solid Rock em São Paulo

Cheios de clássicos, Deep Purple prova que é um dos pais do Hard Rock

Foto por: Rogerio Grassia

Foi o primeiro show do Deep Purple que assisti. Confesso que a possibilidade de nunca mais poder vê-los foi um fator que pesou muito pra que eu não perdesse a oportunidade.

O show começou com uma porrada daquelas que poucas bandas tem pra abrir uma apresentação: “Highway Star”. Que música! Foi fazendo dessas coisas que o Deep Purple se tornou uma lenda do Rock como poucas, realmente uma das grandes bandas da história do Rock. Sem parar pra respirar, após a execução fantástica desse clássico, já emendaram direto em “Pictures of Home”, do mesmo albúm clássico, o Machine Head, de 1972, uma das minhas várias favoritas.

Dizem que uma banda só é boa se o baterista for bom. Nisso o Purple sempre esteve garantido, porque Ian Paice está entre os melhores do mundo e é assustador o que esse senhor toca. Que groove! Que pegada! Um verdadeiro mestre!

Novamente sem parar pra conversar, já emendaram em “Bloodsucker”, que é uma paulada das boas. Na sequência, mais uma vez sem parar pra nada, emendaram em “Strange Kind Of Woman”, outro clássico do Hard Rock maravilhosamente bem executado. Acabada a música, me dei conta de que muitos anos atrás, o posto de guitarrista foi ocupado pelo gênio Richie Blackmore, de quem sou muito fã, mas de quem o mestre Steve Morse não deixou ninguém sentir falta. Convenhamos, não tem muita gente na face da terra que toca tão bem quanto Steve Morse, na minha opinião, o melhor do mundo. Ninguém melhor pra substituir Blackmore.

Parecia uma banda muito feliz, com uma energia muito boa, o que era muito sentido pela platéia completamente maravilhada com o show.

Na primeira pausa do show, fizeram com “Uncommon Man”, do álbum NOW WHAT?!, uma belíssima homenagem ao saudoso Jon Lord, o melhor tecladista da história do Rock.

Don Airey é um craque, que já passou por Rainbow e Ozzy e que, na minha opinião, nunca foi devidamente valorizado. Que bom que é ele ocupando o posto de tecladista do Deep Purple, com a devida benção do próprio Jon Lord, que já havia deixado a banda alguns anos antes de falecer. E Don Airey se encaixou perfeitamente à banda. Claro que ele não é um Jon Lord. Ninguém é. Mas o Deep Purple segue muito bem em termos de tecladistas.

O que falar de Roger Glover? O cara é uma máquina! No bom sentido, claro. Acredito que muito da solidez rítmica da banda venha dele, sempre discreto, servindo à música, sem querer aparecer, mas sempre absolutamente perfeito.

A apresentação seguiu com “Lazy”, outra do Machine Head, uma das que tem mais groove da história da banda. Gillan já não tem mais aquele alcance ultrassônico dos tempos de glória, mas continua sendo uma das vozes mais bonitas do Rock. Simplesmente não existe ninguém que cante sequer parecido com ele. Hoje, bem mais maduro, sabe usar muito bem a voz que tem, não deixando ninguém sentir falta dos agudos ou grandes gritos que o consagraram. Definitivamente um dos maiores vocalistas do Rock.

O show seguiu com “Birds Of Prey” do último álbum, Infinity, que não teve o mesmo brilho dos clássicos, mas que não deixou a peteca cair. Mas é covardia colocá-la entre “Lazy” e “Knocking On Your Back Door”, que incendiou o estádio. Que música maravilhosa! Uma das minhas favoritas, do Perfect Strangers, que marcou o retorno do Purple em 1984 e que está entre os maiores clássicos da banda. Não existe teclado mais legal do que o dela e as linhas de Jon Lord foram mais uma vez perfeitamente executadas por Don Airey. Aliás, não é qualquer um que substitúi Jon Lord ou Richie Blackmore. Airey e Morse estão de parabéns! Ninguém pode reclamar de absolutamente nada de suas performances ou de qualquer outro membro da banda. Ficou muito claro porque a banda é uma verdadeira lenda do Rock.

Após um belíssimo solo de teclado, onde tocou um trecho de “Aquarela do Brasil”, Don Airey começou a intro da clássica Perfect Strangers e aí não existia mais ninguém sentado no estádio. Sem dúvida uma das favoritas dos fãs. Não é à toa que seja um dos grandes hits da banda, maravilhosamente executada.

Novamente me lembrei de que Blackmore não estava lá e não estava fazendo falta, com todo o respeito. Todo mundo cantou junto e foi lindo de ver e ouvir.

Seguiram com “Space Trucking” e em seguida aquela que tem o riff mais icônico do Rock, o primeiro que 99% dos guitarristas aprendem na guitarra, a épica “Smoke On The Water”, que deixou óbvio ser a favorita do público. Que música pra encerrar o show!

Podia acabar ali, mas tinha mais. Depois de um curto break, voltaram para o bis com “Hush” e “Black Night” pra finalizar o que talvez seja a última apresentação da banda em São Paulo.

O Deep Purple deu verdadeira aula de Rock And Roll e mostrou pra todo mundo que são mais que merecedores do título de “Pais do Hard Rock” em sua carreira de quase 50 anos, que infelizmente está próxima do fim, mas que continua gloriosa como sempre foi.

Obrigado, Deep Purple! Foi uma honra!!!

Confira todas as fotos e o setlist do show do Deep Purple no Solid Rock em são Paulo.

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