João Gordo firmou uma interessante e produtiva parceria com o produtor e guitarrista Val Santos durante a pandemia que resultou no disco Brutal Brega, lançado em outubro pelo selo Wikimetal Music.
O disco é um divertido tributo à música brega, contando com clássicos da música brasileira transformados em versões punk rock, e surgiu como uma brincadeira durante os tempos de isolamento da pandemia.
Nessa época, Val Santos começou a desenvolver as versões por diversão, como parte de um projeto ao vivo chamado “Sargento Brega”. Quando João Gordo ouviu as músicas, se interessou e pediu para cantar uma música.
Em pouco tempo, a parceria se solidificou e os dois haviam gravado dezenas de versões juntos, que resultaram no álbum. Com exclusividade aqui no Wikimetal, Val Santos nos conta os detalhes do projeto em um faixa-a-faixa da novidade:
1. “Fuscão Preto”
“Engraçado que a primeira música do disco foi a última a entrar. A gente estava vendo qual seria, aí gravamos o Fuscão Preto.Quando eu vi o João cantando o refrão, até coloquei um pra deixar parecendo que ele está cantando uma montanha, ficou muito boa. Falei, ‘Putz, essa tem que ser a primeira’, Isso foi unânime”.
2. “Tenho”
“Tenho foi a primeira que eu gravei com o João e essa é demais, o jeito dele cantar ficou muito feroz, muito pesado. Eu faço as músicas em rock, bem Ramones, algumas coisas mais pesadas também, mas eu não tiro as características da música original, né? Então, deixo todas as notas que são da música e os temas que são feitos em teclados, famosos de cada música, eu uso e faço na guitarra. Então, quem vai ouvir, reconhecer na hora”.
3. “Ciganinha”
“Essa versão é muito legal, muito hardcore. Ficou muito boa com o João, né? E essa tem um tom alto, eu não sabia que o João Gordo conseguia alcançar os tons mais altos assim. Ficou sensacional, adoro a versão que ele canta”.
4. “Domingo Feliz”
“Essa e ‘Não Se Vá’ possuem os tons mais altos e o João foi. Pensei, ‘Caralho, como é que consegue cantar com a voz com drive e um tom tão alto? Fiquei meio impressionado. E ficou demais, velho. É uma música divertida. Eu lembro quando eu assistia essa música no programa ‘Qual é a Música?’ do Silvio Santos”.
5. “A Namorada Que Sonhei”
“Esse foi um pedido do do João Gordo. É muito louco ouvir ele cantando uma música romântica e tem duas dessa [no disco]. Essa música ficou demais, cara. Muitos amigos meus mostraram para as mães assim minha mãe fica emocionada quando ouve a música que ela ela ouvia, quando ela era mais nova e a música é linda mesmo, é muito boa e ficou demais na na na voz do João Gordo. Pepino”.
6. “Pepino”
“Nós dois que escolhemos essa, tinha uma dupla chamada Jacó e Jacozinho e eles eram muito famosos no sertanejo assim nos anos 1970, essa música ficou muito famosa no começo dos anos 1980. A letra é muito engraçada, muito boa”.
7. “Não se vá”
“Essa é a única que tem participação especial, da Marisa Orth, e como ela canta! Quando a gente foi gravar, e essa tem um tom baixo do João Gordo e um tom muito alto na parte feminina, é impressionante como é alto pra cantar. Depois recebi as vozes em separado da Marisa, nossa, como ela canta muito! Além de cantar muito, ela tem um timbre muito bonito, lembra aquelas cantoras mais antigas tipo Angela Maria, cantava com vibrato. E é bem inusitado, né? O João Gordo cantando com a Maísa Orth, isso ainda acha que merece um clipe”.
8. “Amante Latino”
“Outra do Sidney Magal, maravilhosa também. Fiz uma versão mais punk dela, gosto muito do jeito que o Gordo canta as do Magal”.
9. “Verdes Campos da Minha Terra”
“Essa é outra música inusitada também, imagina o João Gordo cantar Agnaldo Timóteo. Eu amo essa música, acho a melodia dela sensacional, linda, mesmo na época do Agnaldo Timóteo cantando. Eu misturei um pouquinho de uma música romântica do Ramones, peguei os teclados de fundo e misturei com um rockão”.
10. “Eu Vou Rifar Meu Coração”
“Só o nome da música já é muito boa, essa ficou famosa na voz do Lindomar Castilho, tinha um vozeirão, pena que fez besteira na vida e acabou com a carreira. uma coisa interessante, as músicas não são tão simples quanto eu imaginava. Algumas até são, mas muitas tem muitas mudanças de acordes, algumas tem sete, oito acordes diferentes. As letras, tudo bem, são mais populares e mais simples, mas tem umas que tem umas melodias muito bonitas . Para falar a verdade, algumas acho meio sacanagem falar que é brega, mas é o jeito popular de falar, então deixa falar que é brega, mas acho que é popular”.
11. “Feiticeira”
“A versão também é outra bem hardcore. Adoro essas letras”.
12. “Tô Doidão”
“Essa foi uma sugestão do Gordo, eu não conhecia essa música do Reginaldo Rossi. Quando eu fiz a versão, ficou muito legal, tanto que essa acho que promete que a gente vai fechar os shows com essa para ser o ‘Rock and Roll All Nite’ do Brutal Brega”.