Texto por Patricia C. Figueiredo

O renomado vocalista britânico Bruce Dickinson retornou a Porto Alegre na última quinta-feira, 25, exatamente um ano após a última passagem do músico pela cidade, quando fez uma apresentação com uma orquestra sinfônica em homenagem a Jon Lord, do Deep Purple. Desta vez, o show foi inteiramente autoral e fez parte da sua nova turnê The Mandrake Project, que leva o nome do seu mais recente trabalho lançado no início de março. 

O local da vez foi o Pepsi On Stage e a abertura ficou por conta do Clash Bulldog’s. A banda está abrindo os shows da turnê no Brasil e faz um som cru e pesado, mostrando grandes influências de stoner rock e se mantendo fiel ao heavy metal, com guitarras distorcidas e vocal rasgado. Uma pena que o som do palco estava completamente estourado, prejudicando bastante o show. 

Por volta das 22h20 (um tanto tarde para um show em plena quinta-feira), Bruce Dickinson e banda subiram ao palco ao som de “Accident of Birth”, do álbum de mesmo nome de 1997, entoada no refrão pelos fãs com fervor, como a devida boas-vindas do público ao cantor. O som já havia melhorado bastante e Bruce chegou com seus melhores agudos já agitando o público. 

Talvez o valor dos ingressos tenha sido um problema para quem prefere ver o Iron Maiden e não apenas Bruce Dickinson. A pista premium, cujos ingressos estavam entre R$480 e R$800 teve uma boa lotação, mas a pista comum e o mezanino estavam bem vazios. Parece que só os fãs mais fiéis toparam a brincadeira mesmo. 

Uma boa surpresa no setlist foi “Starchildren”, também do Accident of Birth, ainda no início do show. Representando o álbum mais recente, “Afterglow of Ragnarok” e “Ressurection Men” ficaram muito boas ao vivo, mas foi “Rain on The Graves” que empolgou mais. 

A música “Chemical Wedding”, do álbum homônimo de 1998 foi um momento mais sentimental do show e bastante curtido pelos fãs. Com mais uma faixa do mesmo álbum, ao fazer um breve discurso referenciando o poeta Willian Blake, os fãs logo perceberam se tratar de “Jerusalem” e comemoram a adição desta faixa ao setlist também.

É difícil falar sobre Bruce Dickinson e banda sem usar muitos superlativos clichês, mas de fato os músicos são todos fantásticos e suas habilidades foram postas em evidência com o cover da instrumental “Frankenstein”, de Edgar Winter Group, com direito a cenas do filme de mesmo nome original de 1931 no telão e com Bruce assumindo a percussão e até mesmo um teremim (instrumento conhecido de trilhas sonoras de filmes de ficção científica e de terror que se toca sem contato físico). 

Claro que não poderia faltar a clássica “Tears of The Dragon” neste show. O britânico chegou a brincar que ele não sairia vivo do Brasil se não a tocasse. Foi realmente o momento mais esperado da noite, a música embalou a todos e proporcionou grandes memórias. Já no bis, outra balada que não poderia faltar, “Navigate The Seas of Sun”, seguida por “The Book of Thel” e “The Tower”, estas tendo levado o público ao delírio. 

Quem conhece um pouco o músico já sabe que ele não pára um segundo no palco e nunca perde o fôlego, e foi nesse clima que o show se deu, com muita energia e dinamismo, vocal impecável e perfeição de todos os músicos no palco. Bruce Dickinson estava em casa, e fez a alegria de seus fãs mais fiéis em Porto Alegre.

Nossa colaboradora Sophia Velho também esteve no show e registrou a noite. Confira nossa galeria de fotos exclusivas logo abaixo.

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