Texto e fotos por Rodrigo Simas
Às 19:30 em ponto do dia 30 de julho, a Air Force, banda Inglesa que vem abrindo os shows do British Lion nesta turnê, iniciou seu ataque no LAV (Lisboa Ao Vivo) para o público que ainda chegava aos poucos para assistir o grupo liderado por Steve Harris.
Com um heavy metal tradicional básico mas eficiente, totalmente calcado na NWOBHM, o grupo fez um bom trabalho enquanto não começava o show principal. Com repertório próprio, conseguiram empolgar os fãs, que pareceram curtir músicas como “Finest Hour” e “Sniper” e tiveram sua comunicação facilitada pelo vocalista português Flávio Lino. Uma outra curiosidade sobre o Air Force: o baterista é Doug Samson, que fez parte do Iron Maiden entre 1978 e 1979.
Mas não se enganem: estavam todos mesmo lá para ver Steve Harris de perto. E o que o baixista e líder do Iron Maiden faz nos seus dias de folga? Marca shows com sua outra banda, logicamente. É louvável ver Harris, com 66 anos, ainda se empolgar tocando em casas pequenas, como se fosse um jovem músico iniciando sua carreira. Talvez ele precise deste contato mais próximo aos fãs, que é impossível com o tamanho de seu grupo principal, mas o fato é que ele parecia tocar da mesma forma e com a mesma paixão que faz em estádios lotados.
Muito coesos, o British Lion já soa como uma banda com anos de estrada, mesmo que estejam apenas promovendo seu segundo álbum, The Burning. O setlist se baseou neste e em seu disco de estreia, e as músicas mais conhecidas como “Bible Black”, “Spit Fire” e “Lightning” foram recebidas com entusiasmo pela plateia.
Talvez se a banda tivesse composições um pouco mais fortes e com um vocalista mais carismático eles já estivessem em outro patamar, mas ainda assim qualquer ponto negativo é compensado com muita energia e entrega por parte dos músicos: a dupla de guitarristas (Graeme Leslie e David Hawkins) é excelente e Steve Harris é sempre incrível de se ver ao vivo, ainda mais de tão perto (o LAV comporta aproximadamente 1.200 pessoas, mas parecia ter pouco mais de meia casa cheia).
Uma noite memorável para os fãs de heavy metal em Lisboa e um grande aquecimento para o Iron Maiden, que se apresenta no dia seguinte na cidade.