Em maio deste ano, Bring Me The Horizon lançou o aguardado álbum POST HUMAN: NeX GeN, sucedendo o aclamado POST HUMAN: Survival Horror, de 2020. A dupla de lançamentos iniciaria, segundo a banda, uma série de álbuns intitulada POST HUMAN.

O projeto – que será apresentado aos fãs brasileiros em novembro quando a banda se apresentará em São Paulo – foi concebido durante a quarentena da COVID-19, quando o grupo buscava lançar diversos álbuns interligados, porém com características individuais, em rápida sucessão.

“Levou mais tempo do que dissemos que levaria, eu sei…”, disse o vocalista Oli Syles durante uma entrevista à Kerrang!. O músico se refere aos quatro anos entre os lançamentos, uma distância que os fãs não esperavam e a banda não planejava.

A entrevista aconteceu à distância, com Oli em sua casa no Brasil, onde mora com sua esposa brasileira Alissa Salls e passou a quarentena. Durante a conversa, Oli disse que pensava que ficaríamos dentro de casa por anos e de repente se viu fazendo turnês para milhares de pessoas que tornaram Survival maior do que ele tinha imaginado.

Ao explicar o conceito do álbum e o visual da turnê que a banda adotou desde então, ele disse: “O primeiro álbum foi mais um grito de guerra: estamos com raiva, estamos assustados, basicamente apenas gritando sobre todas as coisas que nos assustavam, a pandemia e tudo mais, e o segundo é mais como, ‘Ok, o que fazemos com isso?’

Oli também começou a questionar sua saúde: “Eu achava que estava curado, mas na verdade eu estava distraído,” ele disse. “Estava alimentando todo o amor que a banda recebe, e o streaming e as turnês e tudo mais. E quando tudo isso desapareceu, eu voltei para as drogas em questão de meses.”

Oli sofria com a recaída e tentou encontrar cura em NeX GEn, porém havia um problema que não apenas atingia ele, mas toda a banda: a saída de Jordan Fish no final do ano passado. O músico, que servia como um complemento de Oli, se tornou uma perda enorme e fez com que o vocalista refletisse sobre como as coisas funcionariam no estúdio daqui para frente.

“Eu e Jordan éramos como uma força. Viramos o ‘Oli and Jordan Show’ sem realmente perceber”, ele disse durante uma entrevista à Revolver (via Loudwire). A parceria deixava de lado o guitarrista Lee Malia, o baixista Matt Kean e o baterista Matt Nicholls nas composições e produções.

“Desde que saí da reabilitação, pouco antes de Sempiternal (2013), eu realmente tive que focar em alguma coisa, e acho que foi música. Fiquei viciado em escrever e em aprender a cantar e produzir, e Jordan foi meu parceiro nesse tipo de busca. Nós escrevemos o tempo todo, eu não percebi o quanto afastamos os outros caras.”

O frontman ainda comentou que não falou com Jordan Fish desde o rompimento dele com a banda, e que ainda levará um tempo para que as feridas se curem. “Não vou mentir e dizer: ‘Oh, foi amigável e todos nós terminamos em bons termos (…) [mas] ao mesmo tempo, haverá algumas feridas em ambos os lados que vão demorar um pouco mais para cicatrizar [antes de voltar] a falar sobre os termos de comunicação novamente.”

“Eu nunca vou dizer uma palavra ruim sobre Jordan em termos da criatividade que ele trouxe,” continuou Oli. “Ele me ensinou a cantar. Ele me ensinou muito sobre música, e eu acho que ele provavelmente concordaria que eu o ensinei muito de uma maneira diferente. Mas eu sempre soube o que queria. Sempre tenho uma visão com nossos álbuns e nossas músicas. E então não importa com quem estamos trabalhando ou o que seja – chegaremos lá, de um jeito ou de outro.”

Segundo Oli, carregando o peso de uma quarentena, uma recaída e a saída do amigo da banda, ele entrou em seu processo criativo sentindo uma necessidade de ser fiel a si mesmo e criar a música que acredita verdadeiramente ser sua identidade e a da banda.

O Bring Me The Horizon virá ao Brasil para um show único em São Paulo, no Allianz Parque, no dia 30 de novembro – compre aqui seu ingresso. Esta será a única apresentação da banda no país. O show será acompanhado das bandas Motionless In White, Spiritbox e The Plot In You.

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.