Blind Guardian é um dos principais nomes do power metal mundial. Fundada na Alemanha, na década de 1980, a banda se destaca pela sonoridade épica e as letras inspiradas na mitologia nórdica, elementos clássicos e basilares deste subgênero. Mas, afinal, quem é o “Guardião Cego” do nome da banda?

A história da origem do nome “Blind Guardian” é menos misteriosa do que a figura sem rosto nas capas dos álbuns da banda poderia indicar. Na verdade, foi o receio de associação à cena do black metal que mudou os rumos de como seria chamado o projeto musical dos jovens alemães Hansi Kürsch, André Olbrich, Marcus Dörk e Thomen Stauch.

De acordo com o site oficial do Blind Guardian, o quarteto inicial lançou duas demos sob o nome de Lucifer’s Heritage (“herança de Lucifer”, em português), com músicas que seriam renovadas e usadas mais tarde para a discografia da banda como é conhecida atualmente. Com uma sonoridade mais voltada ao speed e thrash metal, esses lançamentos foram realizados nos anos de 1985 e 1986. 

Porém, esse nome inicial não combinava tanto com os novos rumos que a banda viria a tomar. “Os Bardos [integrantes da banda], relutantes em sucumbir ao mal sedutor das vendas de discos de Black Metal, abandonaram seu nome satânico”, explica o site da banda. 

A inspiração para o nome oficial de Blind Guardian veio do metal progressivo. Em 1986, o Fates Warning lançou o terceiro álbum de estúdio da carreira, chamado Awaken the Guardian, que possui uma música chamada “Guardian”.

Fates Warning – Trecho da letra de “Guardian”

Caminhando pelo corredor, homem cego
Por milhões de milhas de estrelas que sua mente viu
Pensa que ele pode viver na escuridão
Nós somos a escuridão, ele viu a luz do sonho
(…)
Eu permaneceria para testemunhar a dor
Eu estou além do silêncio sombrio
Eu voltarei como seu guardião

Agora com uma sonoridade diferente da trabalhada no Lucifer’s Heritage, finalmente adentrando no reino do power metal, o Blind Guardian estreou com o primeiro álbum, Battalions of Fear, em 1988. Logo neste primeiro álbum, a banda tem uma música bem similar ao nome escolhido: “Guardian of the Blind”.

Essa música, porém, não é sobre o tal “guardião cego” do nome da banda, mas uma obra inspirada na história de It, livro de Stephen King, narrando a jornada das sete crianças que lutam contra A Coisa. Na letra, a história é intercalada entre um narrador onisciente e a própria Coisa, que relata a estranha sensação de um guardião, um protetor dos cegos, que seriam as vítimas da criatura. 

Blind Guardian – Trecho de “Guardian of the Blind”

Por um ritual nós ferimos a Coisa, mas não a matamos
Pequeno Billy, você deve encontrar o seu caminho, não
Acreditamos em você, pedimos, mas onde? Nós nunca podemos encontrar
Deve haver um sinal para o Guardião dos Cegos

Guardião, Guardião, Guardião dos Cegos
Agora ele sente a maldição do céu
Guardião, Guardião, Guardião dos Cegos
Agora ele sente a maldição

Nas capas dos álbuns do Blind Guardian, é comum aparecer uma figura encapuzada que é entendida por muitos fãs como o “guardião cego” da banda. Porém, ao contrário de Eddie, do Iron Maiden, por exemplo, não há uma história construída ao redor do personagem. Apesar de não existir uma resposta definitiva para quem é essa figura, é possível traçar os caminhos que levaram a banda até esse nome, hoje eternizado no metal mundial. 

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