Um dos álbuns mais icônicos da música, Abbey Road, dos Beatles, lançado em 26 de setembro de 1969, foi o penúltimo lançamento do grupo. Lendário, o trabalho foi marcado por uma capa icônica até hoje recriada na cultura pop, músicas que entraram na história e inovações tecnológicas ainda inéditas na época. Além de trazer à tona os conflitos entre os integrantes.

Capa de Abbey Road

Até hoje uma das mais famosas capas de álbum, Abbey Road traz o quarteto britânico atravessando a rua em frente ao estúdio da EMI em Abbey Road. A ideia veio de Paul McCartney que também sugeriu que a sessão de fotos fosse rápida.

A sessão durou menos de dez minutos e o fotógrafo Iain Macmillan conseguiu ao todo seis fotos de McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison.

O baixista e vocalista escolheu a foto que o mostra fora de compasso com o resto da banda e segurando um cigarro, além de estar descalço.

A capa do álbum transformou o local em ponto turístico onde as pessoas vão até hoje quando visitam Londres. A faixa de pedestres foi inclusive declarada como um “patrimônio de interesse especial” oficial no Reino Unido.

Fotos tiradas durante a sessão com o fotógrafo Iain Macmillan

Músicas de Abbey Road

O álbum traz 11 músicas no total, todas escritas por McCartney/Lennon com exceção de “Something” e “Here Comes The Sun” que foram escritas por George Harrison e “Octopus’s Garden”, por Ringo Starr.

A produção ficou a cargo de George Martin e é até hoje considerada uma das produções mais bem cuidadosas e discutidas dos Beatles.

Inovações tecnológicas

Um dos recursos tecnológicos utilizados na época no álbum foi o sintetizador Moog, que começava a ser utilizado em maior escala dentro do rock. Ele possibilita virtualmente qualquer som ser gerado eletronicamente. O Moog pode ser notado em músicas como “Here Comes the Sun”, “Maxwell’s Silver Hammer” e “Because”.

Este foi o primeiro álbum dos Beatles a ser lançado somente em estéreo, e não em mono, como era comum até então. Por seu trabalho em Abbey Road, os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip McDonald ganharam o Grammy.

Conflitos entre os integrantes durante Abbey Road

O álbum é considerado um dos melhores do grupo e ele veio em um dos momentos mais turbulentos para os integrantes da banda.

Após a morte do empresário Brian Epstein, Paul McCartney sugeriu que Lee Eastman, advogado de sucesso e pai de Linda Eastman, tomasse conta dos negócios, mas os outros Beatles, desconfiando e visando a uma proteção maior ao legado de todos, sugeriram que Allen Klein (que trabalhava com os Rolling Stones), devia ter o emprego. McCartney não concordou pois Klein cobrava uma taxa que ele acreditava ser absurda.

Após a separação da banda, Eastman foi advogado da carreira solo de Paul e Allen Klein foi à justiça por ter roubado dos Beatles. Os demais Beatles mantiveram contrato com Klein até 1977.

Quando o álbum foi lançado, Lennon já havia deixado o grupo, embora a saída só tenha sido anunciada publicamente até que McCartney também saiu no ano seguinte.

John Lennon e Abbey Road

Apesar de todo o sucesso do álbum e de ser considerado um dos melhores da música até hoje, John Lennon não gostava de Abbey Road.

Em uma entrevista à Rolling Stone EUA em 1971 ele falou sobre os detalhes de Abbey Road que o fazia se desinteressar pelo disco. “Aprecio o lado A, mas não gosto daquele estilo pop operático do outro,” afirmou.

“Talvez justamente porque parece um monte de retalhos costurados, ao invés de canções completas,” continuou Lennon. “Todo mundo elogia muito Abbey Road. Mas nenhuma das músicas tinha nada a ver umas com as outras (…) Nenhum fio condutor, apenas o fato de que as juntamos.”

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.