Maria Alyokhina, uma das ativistas do grupo Pussy Riot, fugiu da Rússia disfarçada de entregador de comida para escapar da polícia e da crescente perseguição do presidente Vladimir Putin.
Em Vilnius, capital da Lituânia, Alyokhina conversou com o jornal The New York Times e falou sobre sua fuga. “Fiquei feliz por ter conseguido fazer isso porque foi uma despedida imprevisível e forte [das autoridades russas]”, afirmou ela. ”Ainda não entendo completamente o que fiz.”
Maria Alyokhina passou toda a vida adulta lutando para que a Russia respeitasse sua própria Constituição e os direitos humanos fundamentais, como a liberdade de expressão. Ela também escreveu um livro de memórias, o Riot Days, e viajou o mundo com um show baseado nesses princípios.
Antes de sua partida, ela fez um post nas redes sociais mostrando sua pulseira de monitoramento eletrônico de prisão domiciliar. A fuga acontece após Putin reprimir qualquer crítica a sua guerra, e as autoridades da Ucrania anunciarem que sua prisão domiciliar seria revertida para 21 dias de detenção em colônia penal.
Nos últimos meses, Alyokhina foi detida seis vezes, sempre com acusações forjadas na tentativa de calar seu ativismo político, segundo o New York Times. Porém os problemas de Maria começaram há um tempo. A primeira vez que ela chamou atenção das autoridades russas foi em 2012, quando a banda Pussy Riot realizou um protesto contra o presidente Putin na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Ela foi sentenciada a dois anos de prisão, tendo sido liberada em dezembro de 2013.
Segundo seu depoimento ao New York Times, Alyokhina se disfarçou de entregador de comida para escapar da polícia de Moscou, que estava vigiando o apartamento de amigos onde ela estava hospedada. Para evitar se rastreada, ela deixou seu celular para trás e um amigo a ajudou a chegar até a fronteira com Belarus, e, depois, chegou a Lituânia depois de uma semana.
Ela contou que espera poder voltar ao seu país em algum momento, mas diz não saber como isso será possível. “Se seu coração está livre, não importa aonde você está”, diz a ativista.