O guitarrista Andreas Kisser explicou como o casamento de Max Cavalera com a empresária da banda na época causou tensões dentro do Sepultura, mas negou a existência de uma “treta” com o ex-integrante.
Em participação no podcast Mais Que 8 Minutos, de Rafinha Bastos, Kisser deu a sua versão dos fatos. “Não tem uma coisa que rolou, é um processo.A gente vivia junto e ele acabou casando com a empresária, o que dificultou muito fazer business de uma forma racional e não tão emotiva”, começou. “No geral, foi isso que afastou a gente como banda, como amigo e compositor, meio que tirou o Max como uma coisa separada e deixou o resto como uma outra coisa. Nunca foi [assim], a gente sempre foi muito unido”.
Na visão do músico, esse tipo de situação é comum no mundo do rock e o auge da fama influencia o julgamento dos músicos. “É muita grana que começa a acontecer muito rápido, todo mundo fala que você e foda, tudo é muito fácil de conseguir: droga, álcool, mulher. Se você começa a acreditar muito no mito [isso acontece]”, continuou Kisser. “Aquela época foi muito difícil, a gente estava no auge com gravadora, fã, expectativas. E a gente não conseguiu segurar, não teve base principalmente emocional para lidar com as coisas”.
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Apesar dessa separação, o guitarrista não se arrepende e reconhece a importância de ter passado por essas dificuldades. “Tenho aprendizados. [A parceria foi] sensacional, fundamental para que o Sepultura pudesse conquistar seu espaço, principalmente depois do Chaos A.D., em 1994, uma coisa mais original nossa, um jeito Sepultura de ser. Nossa química sempre foi muito boa, quando a gente estava dentro do ensaio não tinha problema, o problema era empresário, família, todo mundo dando pitaco. ‘Por quê não faz isso? Por quê não faz uma coisa para tocar na rádio? Isso aqui está muito barulhento’”.
Em 1996, o Sepultura informou a Max a intenção de demitir a empresária Gloria Cavalera, sua esposa, o que causou a saída do co-fundador da banda para formar o Soulfly. Iggor Cavalera ainda permaneceu com o grupo até 2007, quando deixou o Sepultura e formou o Cavalera Conspiracy com o irmão, uma separação considerada “muito mais tranquila” por Kisser, até mesmo do ponto de vista jurídico.
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