Texto por Patricia C. Figueiredo

Os finlandeses do Amorphis chegaram ao Brasil após diversos shows na América Latina para a turnê do seu mais recente álbum de estúdio, Halo, de 2022, e a primeira parada em solo brasileiro foi em Porto Alegre – a única cidade além do festival Summer Breeze Brasil, em São Paulo. O show aconteceu no Opinião no último dia 26. 

A banda nacional Exterminate abriu a noite, com um som extremo de guitarras distorcidas e vocal gutural, entregando o mais puro death metal que a banda faz. As melodias levaram o público ainda escasso a sacudir a cabeça e deixou uma ótima impressão, sendo fortemente aplaudidos pelo público. Por sinal, o Exterminate já está agendado para abrir o show do Napalm Death em setembro também em Porto Alegre, mais uma prova de que é uma banda de alta qualidade. 

Logo os seis integrantes do Amorphis tomaram o palco, abrindo o show com uma dobradinha do disco Halo, “Northwards” e “On The Dark Waters”. O público recebeu a banda calorosamente e, pouco depois, “Sky Is Mine” empolgou todo mundo e a ficha de que esse show seria sensacional já estava caindo. A precisão técnica da banda inteira é impressionante ao vivo, incrivelmente fiel às gravações de estúdio. A casa já estava um pouco mais cheia, mas dava para ver que seria um show mais intimista também. 

Uma faixa que deixou os fãs muito contentes foi “The Moon”, também do álbum Halo.  A iluminação estava fantástica, com feixes de luzes fúcsia iluminando os integrantes por trás, criando uma ambientação linda e sentimental, não só durante esta música mas também em outros momentos do show. 

E veio então a brutal “The Castway”, do terceiro álbum Tales From A Thousand Lakes, de 1994. com um coro enérgico vindo da plateia. Além desta, “Silver Bride” do álbum Skyforger, de 2009, também foi fortemente comemorada, aplaudida e cantada, provando que as diferentes fases da banda seguem sendo muito apreciadas pelos fãs.  

Um momento muito legal e descontraído do show é quando o vocalista Tomi Joutsen apresenta os colegas e cada um dá uma palhinha de um solo em seu respectivo instrumento e toca um trechinho de uma música muito conhecida. O guitarrista Tomi Koivusaari tocou o riff inicial de “Raining Blood”, do Slayer, Olli-Pekka Laine tocou “N.I.B” do Black Sabbath no baixo, Jan Rechberger tocou a introdução de “Run to The Hills” do Iron Maiden na bateria, o tecladista Santeri Kallio tocou “Perfect Strangers”, do Deep Purple, e o guitarrista Esa Holopainen puxou “Back In Black” do ACDC

Tomi Joutsen mostra todo o seu potencial vocal do início ao fim do show. Suas diferentes linhas vocais são incríveis e o controle que tem entre as mudanças do gutural para o vocal limpo são de deixar qualquer um boquiaberto. Isso é notável em diversas faixas, mas uma que se destaca é “Black Winter Day”, também do disco Tales From a Thousand Lakes, que trouxe mais um pouco do passado distante da banda à tona. Inclusive, o vocalista brincou que a banda é de fato bem antiga antes de tocarem “My Kantele” do álbum Elegy, de 1996, mais uma que deixou os fãs extasiados.  

Aproximando-se do final, Tomi convocou todos a cantarem com ele “House of Sleep” e o público não decepcionou nem por um segundo. Aliás, foi um dos pontos mais altos da noite. O show terminou com uma energia incrível com “The Bee”, e os fãs muitíssimo satisfeitos pela oportunidade de ter visto a banda em um show tão exemplar e que evidenciou a imponência do Amorphis e sua longa história no metal.  

Nossa colaboradora Sophia Velho registrou o show com fotos exclusivas que você pode conferir na galeria abaixo.

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