Alter Bridge voltou ao Brasil na noite da última quarta, 08, para um show único no país. A apresentação foi no Espaço Unimed, em São Paulo, e o público não parou de cantar nem por um segundo. O aguardado retorno do Alter Bridge às terras brasileiras aconteceu após seis anos sem que a banda viesse ao país. Durante o último giro do grupo pelo Brasil, eles fizeram shows nos festivais Rock In Rio e São Paulo Trip, além de um show em Curitiba. Dessa vez, o quinteto veio para apenas uma apresentação nacional, totalizando três na turnê sul americana, que também passará por Buenos Aires e Santiago durante os próximos dias.
A saudade que os fãs do Alter Bridge tinham da banda é evidente, uma vez que não pararam de cantar uma música sequer, mesmo que em intensidades diferentes. O carinho do fã brasileiro por suas bandas favoritas é uma das melhores qualidades e amplamente elogiado por artistas internacionais que vêm ao país. Quando Myles Kennedy jogava os vocais para a plateia, o público não desapontava. A performance do grupo em São Paulo foi marcada pelo bom entrosamento entre os integrantes, que estavam claramente confortáveis e felizes com o carinho da plateia. Antes de o show se iniciar, o público gritava o nome da banda e sempre que possível, fazia novamente, sendo sempre agradecidos pelo vocalista.
Myles Kennedy, Mark Tremonti, Scott Philips e Brian Marshall estão finalizando a turnê de promoção de seu mais recente trabalho, Pawns & Kings, lançado em 2022, sucessor de Walk The Sky, de 2019. Como o próprio Tremonti disse, o novo registro do Alter Bridge traz uma série de riffs pesados, que tomam ainda maior proporção quando tocados ao vivo. O show já se iniciou com “Silver Tongue” muito bem recebida pelo público, que cantou o refrão da faixa em uníssono, algo que veio a se repetir em quase todas as músicas.
Em seguida veio “Addicted To Pain”, que levou o público a loucura logo no início e com o solo de Mark Tremonti sendo aplaudido. “Ghost Of Days Gone By” do AB III trouxe um clima mais leve após duas músicas intensas e ao final, Myles Kennedy fez a primeira fala da noite, quando elogiou o público e disse que todas as viagens “valeram a pena”.
“Sin After Sin” veio depois, num ritmo mais lento, mas poderoso antecedendo “Broken Wings”, muito aplaudida quando Kennedy anunciou. Uma marca registrada dessa passagem do Alter Bridge pelo Brasil, foram as palmas, algumas vezes provocadas pela banda e outras despertadas pelo próprio público. Aqui, o vocalista se despiu de sua guitarra, o que lhe deu uma maior mobilidade e ele passeou por todo o palco, emocionando aqueles que estavam do lado que ele ia.
O guitarrista Mark Tremonti assumiu os vocais de “Burn It Down” com boa performance e o público um tanto quanto mais tímido, mas ainda se fazendo presente. Na sexta música do setlist foi a vez de Kennedy fazer o solo de guitarra.
“Cry Of Achilles” se iniciou com o solo meio blues de Myles Kennedy, mas logo foi para a música, recebida com palmas e gritos. A música, que conta com uma bateria marcante e riffs de baixo poderosos muito bem executados por Brian Marshall, também se utilizou do jogo de luzes para ajudar a criar uma ambientação para a música.
Para uma quebra no ritmo acelerado que o show vinha tendo, as acústicas “Watch Over You” e “In Loving Memory” vieram em seguida. “Watch Over You”, um dos maiores clássicos do Alter Bridge, contou com uma performance emocionante apenas de Kennedy nos vocais e violão, acompanhado pelo público. Para “In Loving Memory”, duas cadeiras foram adicionadas ao palco, e Mark Tremonti acompanhou o vocalista no violão. As luzes, antes frenéticas, agora estavam focadas nos músicos criando um ambiente mais intimista que combinava com a música tão emocionante que levou muitos fãs às lágrimas.
O restante da banda retornou ao palco para tocar “Blackbird”, que começa calma e vai numa crescente emocionante, levando todos a cantarem com Kennedy, que mostrou todo o poder de sua voz. A dupla de guitarristas fez o solo juntos, com Myles iniciando Tremonti indo em seguida, com uma transição suave. “Come To Life”, também do álbum Blackbird de 2007, vem em seguida, mostrando-se melhor ainda ao vivo do que em estúdio.
Antes de darem sequência ao setlist, Myles Kennedy atendeu aos clamores de um fã e iniciou “Lover”, dizendo que ia fazer o seu melhor e que não tocava a música há tempos. Para quem não se lembrava muito bem da música, a banda tocou uma grande parte dela. Aos amantes do álbum Fortress de 2013, agradeçam ao fã que fez o Alter Bridge tocar “Lover” depois de tanto tempo.
A última faixa do álbum e que leva o nome do trabalho, “Pawns & Kings” foi introduzida como sendo “uma música que realmente conhecemos”. A faixa não vinha sendo tocada anteriormente na turnê do Alter Bridge, mas foi bem recebida pela audiência.
Já caminhando para o final da noite, “Isolation”, também do AB III foi a décima quarta música da setlist. Depois dela, o vocalista apresentou Scott Philips e o baixista Brian Marshall. O baterista fez uma introdução de “Metalingus” fazendo todo o chão do Espaço Unimed tremer e levou os fãs à loucura. Antes de retornarem ao último refrão, Myles agradeceu ao público, elogiando os fãs, e fez a clássica dinâmica de apontar a uma parte do público, que grita e levanta as mãos, com direito até à clássica ola. Após desejar um feliz aniversário aos fãs aniversariantes, o Alter Bridge finalizou a música com todo o público pulando
“You’re fucking the best. Obrigado!”, foi o que o frontman disse antes da banda sair do palco. O público clamava por “one more second” que depois virou “mais um” e foi atendido! A banda voltou ao palco para tocar “Open Your Eyes” do One Day Remains (2004), com a bandeira do Brasil à mostra. E para finalizar a noite, Alter Bridge tocou “Rise Today” que foi recebida com palmas e fechou com o público cantando a música junto à banda
E o show acabou da mesma forma que se iniciou, com o público gritando o nome da banda. Em uma performance rica de vocais marcantes, riffs pesados e uma bateria poderosa, o Alter Bridge deixou sua marca no Espaço Unimed. Os fãs da banda estavam com saudade do quarteto e esperamos que o grupo retorne o mais breve possível – não demorando mais seis anos para vir ao Brasil.
Nossa colaboradora Leca Suzuki foi ao show e registrou a noite. Confira a galeria de fotos logo abaixo.