Eddie Van Halen, considerado um dos maiores guitarristas da história da música, teve seus últimos dias marcados por uma luta silenciosa contra o câncer e as limitações impostas pela pandemia de COVID-19. Em uma conversa como o apresentador Anderson Cooper no podcast All There Is With Anderson Cooper da CNN, Alex Van Halen, irmão e companheiro de banda, refletiu sobre o fim da vida de Eddie

Alex, baterista do Van Halen, revelou que a morte do irmão em outubro de 2020 foi um choque para todos ao seu redor. Apesar de anos enfrentando batalhas de saúde, incluindo um câncer de pulmão em estágio quatro e complicações de um tumor cerebral, Eddie sempre aparentava resiliência. “Ninguém realmente pensou que ele fosse morrer. Ele sempre se recuperou,” disse Alex (via Blabbermouth). 

O músico destacou o impressionante vigor do irmão. Nos últimos meses, as restrições da pandemia agravaram a distância física entre os dois. “Era difícil porque o sistema imunológico dele estava muito baixo. Então, muitas vezes, tínhamos que observá-lo de fora, pela janela,”. 

A despedida foi ainda mais dura por essas barreiras. Ele compartilhou que Eddie sofreu um derrame severo em seus momentos finais, e os familiares que estavam presentes no hospital foram impedidos de ter um contato mais próximo devido às regras sanitárias.

Confira o podcast na íntegra no link abaixo:

A luta de Eddie contra a dor e a doença

Ao longo dos anos, Eddie enfrentou uma série de complicações médicas. Para tratar o câncer, foi submetido a uma delicada operação chamada Gamma Knife, que embora tenha sido eficaz em conter a doença, causou um inchaço cerebral. Esse procedimento, associado ao uso de altas doses de esteroides, levou a um breve período de recuperação, descrito por Alex como uma “transformação em Superman”. 

No entanto, as dores persistentes e a deterioração física foram constantes. “A maioria das pessoas não tem ideia de que tipo de dor ele sentia — física, emocional, mental”.

No hospital, o músico esteve ao lado de Eddie até o último suspiro. Apesar de ser uma despedida dolorosa, ele descreve o momento como profundamente silencioso. “Não havia sinos. Não havia anjos. Tudo parou. O quarto ficou vazio,”. Para Alex, essa ausência de dramatismo reforçou a filosofia de que a vida segue seu curso, mesmo quando interrompida prematuramente.

Refletindo sobre o impacto do irmão na música e no mundo, o baterista lamenta não ter tido mais tempo com ele. “Ed ainda tinha tanto a oferecer. A vida inteira de Ed foi uma busca por algo. Talvez ele soubesse intuitivamente que era o fim.”

O luto de Alex Van Halen se manifesta não apenas na dor da perda, mas também na celebração do legado do irmão. Seu livro de memórias, Brothers, lançado em outubro, é uma homenagem a Eddie, mas também uma tentativa de entender e aceitar uma ausência que, segundo Alex, “ainda não faz sentido.”

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Jornalista, fotógrafa de shows e apreciadora de toda forma de arte. Apaixonada por metal e cinema, exploro as subculturas e escrevo sobre música com a mesma intensidade que sonho em viajar pelo mundo. Do emo ao extremo em menos de 1 minuto.