Aftershock 2022 encerra com Muse, The Pretty Reckless e bandas que você precisa conhecer

No domingo, 09, aconteceu o último dia do festival Aftershock em Sacramento, capital do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Com a primeira edição realizada em 2012, o evento vem crescendo rápido, ano a ano, em duração, atrações e público.

Vindo de um terceiro dia que, para mim, era o mais fraco dos dias em termo das atrações, o quarto dia foi bem interessante e um belo encerramento para o evento todo. Me pareceu que o line up desse último dia ficou mais diverso, de forma geral. Seja nos estilos e subgêneros de rock em cada palco, seja na grande quantidade de mulheres comandando ou constituindo completamente as bandas, ou ainda no país de origem dos artistas, o encerramento primou pela diversidade.

Não que os dias anteriores não tenham oferecido algumas pinceladas dessas possibilidades, mas andando pra lá e pra cá, entre os quatro palcos do Aftershock 2022, a sensação de ouvir e ver coisas diferentes mesmo foi maior neste final da festa.

Começamos o dia com a sonoridade punk/garagem do quarteto The Bobby Lees, que tem justamente uma mulher liderando nos vocais e outra no baixo, só para pontuar o que falei sobre diversidade. A banda se formou em 2018, mas já tem gente do calibre de Iggy Pop e Henry Rollins falando bem deles. Som sujo e pesado. A vocalista Sam Quartin enche cada palavra com sentimento, seja raiva, desespero, ou o que possa ser mais apropriado ao que ela está cantando no momento.

Bloodywood, que já tinha chamado bastante nossa atenção no festival Louder Than Life algumas semanas antes, surpreendeu mais um pouco, sendo com certeza a atração que trouxe mais gente para o palco menor, o DW Presents Stage, no castigante horário das 13:20. A banda começou fazendo covers metal de músicas pop indianas e internacionais, evoluindo depois para a criação de material original, com referências como Rage Against the Machine e System of a Down e um discurso atualíssimo sobre (vejam só vocês) diversidade. Muito peso com a pegada da sonoridade e ritmo da música indiana. Trocamos uma ideia com alguns integrantes da banda depois do show e eles estavam nas nuvens com a turnê norte-americana e toda a atenção que estão recebendo, além da oportunidade de poder assistir e interagir com muitos artistas que talvez jamais cheguem à Índia para se apresentar. Legal falar com eles.

Nosso último e bastante diverso dia ainda trouxe grandes nomes como The Pretty Reckless, Black Label Society, Shinedown e Muse, todos com seu garantido séquit (veja galeria no final do post)o, mas vou preferir aqui seguir apontando uma luz para alguns outros artistas menos conhecidos do grande público internacional e que com certeza merecem uma atenção. Vamos à eles:

The Warning: trio de irmãs mexicanas que já saíram em turnê com a Halestorm e tem um pouco da mesma vibe de rockstars “das antigas” que atribuí aqui à Lzzy Hale no outro dia. Muita segurança e personalidade no palco, apesar da pouca idade das meninas que têm entre 22 e 17 anos.

The Alive: outro trio, agora de meninos, com talento bruto de sobra e também pouca idade. Menos ainda que as meninas da The Warning. Aqui as idades dos integrantes do trio ficam entre 17 e 14 anos. O som e o visual deles parece saído direto da MTV do início dos anos 90, na melhor tradição grunge da época. Eles ainda são um tanto tímidos no palco e alguns probleminhas técnicos com os amplificadores da guitarra do frontman Bastian Evans não ajudaram muito, mas nada que tenha arruinado o show não.

Amigo The Devil: persona musical de Danny Kiranos com um show que mistura elementos de folk e country music com heavy metal, entre outras coisas. Humor ácido de sobra e muito sentimento. Conversamos com o Danny na área de imprensa e ele foi nada menos que agradável e interessante. Aconselho uma conferida no trabalho dele.

Jared James Nichols: mais na linha do hard rock dos anos 1970 e do blues, o cantor e guitarrista se apresenta em formato de power trio. Com muita presença no palco, Jared é figura de se olhar. Um cara grande e forte com uma vasta cabeleira loura ondulada, a Gibson Les Paul fica parecendo um ukelele nas suas mãos, mas o som que sai dali não tem nada a ver com o som de um.

Band-Maid: banda japonesa só de meninas que se apresentam vestidas como maids (empregadas) como nos maid café do Japão, contrastando o som pesado e rápido das guitarras com a imagem delicada e subserviente que os figurinos cosplay podem evocar.

The Interrupters: um intervalo mais leve, por assim dizer, no line up do dia, por conta do ska/punk da banda de Los Angeles. Bom humor e clima alegre, sem perder energia. Ah, e outra banda com uma mulher à frente.

E esse foi o último dia do nosso primeiro Aftershock da vida. Foi quente, suado e barulhento, mas temperado com muito Jack Daniels, Coca-Cola e com muita gente legal, em cima do palco e fora dele também. Tentaremos voltar!

Não se esqueça de ver a cobertura do primeiro dia, com Slipknot, e do segundo dia, fechado pelo Kiss, e do terceiro dia, que teve Papa Roach e My Chemical Romance.

Veja a galeria do nosso colaborador Rafael Beck com os melhores momentos do quarto e último dia de Aftershock 2022 abaixo (arraste pro lado para ver as fotos ou clique aqui se não estiver vendo a galeria de fotos).