Texto escrito pela WikiSister Renata Carvalho para a coluna Scream For Me, WikiBrother
Há anos a morte do metal vem sendo anunciada; diversas mudanças na dinâmica do show business e no próprio gênero musical, somadas a uma certa tendência ao comodismo por parte dos fãs mais pessimistas, parecem colocar a sobrevivência do estilo em xeque.
A verdade, contudo, é que ano após ano uma nova safra de nomes de todos os subgêneros do metal aparece dando novo fôlego ao estilo e adicionando novos rostos e nomes à árvore. Algumas bandas com mais de uma década de estrada e mais de cinco álbuns no bolso, seguem em constante ascensão e já são capazes de ao menos um dos seguintes feitos: fazerem shows em arenas, darem o próprio nome a cruzeiro pelos mares, passarem por vários países em diferentes continentes em turnê, ou de figurarem em diversos festivais europeus de peso, a exemplo do Jinjer, do Sabaton, do Soen, ou do Dynazty.
Não parece haver tanto um real problema de “morte do estilo”, como inclusive a própria agenda de shows nacionais e internacionais, bem como a criação e o retorno de renomados festivais pelo Brasil mostram mas, talvez, um certo desinteresse dos fãs do gênero em acompanhar as novidades através dos inúmeros meios disponíveis atualmente.
Ainda temos revistas tradicionais dedicadas ao metal cobrindo tanto nomes bem estabelecidos quanto novidades promissoras, assim como criadores independentes em todas as redes sociais despejando diariamente conteúdo de todas as eras do metal e do hard rock, incluindo bandas novatas, sem falar no fácil acesso à música desde o advento do Youtube e das plataformas de streaming.
Segue aqui uma lista de bandas mais novas e com poucos álbuns no catálogo, todos lançados há menos de cinco anos, que merecem atenção:
1 – Jelusick – hard / prog / heavy metal
Para fãs de Van Halen, Nevermore, Animals as Leaders, Alice in Chains
Destaque: “Reign of Vultures” (Follow the Blind Man, 2023)
Quem ainda não conhece o vocalista Dino Jelusick, revelação da Croácia que se tornou figura recorrente nos sites de notícias sobre rock e metal desde que assumiu o posto de tecladista e backing vocal no Whitesnake, no que seria a turnê de despedida de David Coverdale dos palcos?
Jovem, mas já com uma considerável quantidade de trabalhos no currículo, Dino apresenta seu trabalho autoral na banda que leva seu sobrenome e conta com Ivan Keller (guitarra), Luka Brodarić (baixo) e Mario Lepogavlec (bateria) fazendo um som que transita do hard rock ao prog metal, com diversas influências entre uma coisa e outra. Com álbum de estreia lançado em setembro, a banda tem recebido avaliações bastante positivas.
2 – Ad Infinitum – modern melodic metal
Para fãs de Within Temptation, Amaranthe
Destaque: “Marching on Versailles” (Chapter I – Monarchy, 2020)
Para fãs de bandas sinfônicas com vocais femininos o Ad Infinitum é uma ótima pedida; nascido em 2018 como um projeto solo da vocalista Melissa Bonny, que responsável também pelos vocais guturais das músicas, a banda ainda conta com Adrian Theßenvit (guitarra), Niklas Müller (bateria), Korbinian Benedict (baixo).
Com o terceiro álbum em produção, o Ad Infinitum é uma das bandas mais promissoras do gênero atualmente, participando de turnês com nomes como Amaranthe e Beyond the Black bem como integrando o lineup de grandes festivais pela Europa.
3 – Bloodywood – nu / folk metal
Para fãs de Lorna Shore, System of a Down
Destaque: “Aaj” (Rakshak, 2022)
Direto de Delhi, na Índia, vem a banda que foi eleita uma das 12 bandas para ficar de olho em 2022 pela revista Metal Hammer. Fazendo um som que mistura nu metal com elementos folk da cultura punjabi, a banda formada pelo principal compositor Karan Katiyar, e pelos vocalistas Jayant Bhadula e Raoul Kerr, acabou tendo uma trajetória emocionante contada pela própria banda num divertido documentário em seu canal no Youtube, onde tudo começou, rumo aos palcos do Wacken Open Air em 2019, com a presença dos músicos Sarthak Pahwa (dhol), Roshan Roy (baixo), Vishesh Singh (bateria) para dar conta da responsabilidade da época. O resultado foi um sucesso.
4 – The Damnation – thrash metal
Para fãs de Megadeth, Crypta
Destaque: “Grief of Death” (Way of Perdition, 2022)
Primeiro nome do Brasil na lista, a banda formada por Renata Petrelli (vocal e guitarra), Aline Dutchi (baixo) e Ellen Tavares (bateria) foi uma das revelações do metal nacional no ano passado, e conta com uma sonoridade composta por subgêneros variados do metal, tendo como influências bandas como Kreator, Megadeth e Testament.
5 – The Hu – folk metal
Para fãs de western rock
Destaque: “This is Mongol” (Rumble of Thunder, 2022)
Cinematográfica. Assim pode ser descrita essa novidade vinda da Mongólia que produz videoclipes de tirar o fôlego, bem como compõe músicas com um leve jeitão de trilha sonora – e não, isso não significa dizer que parece Hans Zimmer. Formada por Galbadrakh “Gala” Tsendbaatar (morin khuur, vocais khoomei), Nyamjantsan “Jaya” Galsanjamts (tumur hhuur, tsuur, vocais khoomei), Enkhsaikhan “Enkush” Batjargal (morin khuur, vocais khoomei) e Temuulen “Temka” Naranbaatar (tovshuur, backing vocal) em 2016 a banda ascendeu rapidamente devido a sua sonoridade e identidade únicas.
6 – Eletric Mob – hard rock
Para fãs de Inglorious, Extreme, blues rock
Destaque: “Saddest Funk Ever” (2 Make U Cry & Dance, 2023)
Mais uma pedida nacional, o Eletric Mob é um achado de Curitiba que mistura rock, blues, talento e bom humor de um jeito irresistível. Provavelmente mais conhecidos por aqui como “a banda do vídeo com o Boça”, o grupo formado em 2016 e composto por Renan Zonta (vocal), Ben Hur Auwarter (guitarra), Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria), conquistou fãs no mercado europeu e americano, prometendo ser um ótimo expoente do rock nacional lá fora. O segundo álbum, chamado 2 Make U Cry and Dance foi lançado este ano e vale uma audição – ou várias.
7 – The Resonance Project – prog metal
Para fãs de Devin Townsend, Tesseract
Destaque: “End of Time” (Ad Astra, 2023)
Representando o prog metal na lista está o duo formado por Yas Nomura (guitarra e baixo) e Lang Zhao (bateria) fazendo um som altamente técnico, atmosférico e muito agradável. O duo convida nomes como Felix Martin, Chase Bryant, Bubby Lewis, e o brasileiro Mateus Asato para participar em algumas de suas músicas, o que acaba rendendo influências bastante variadas em seu som.
8 – Myrath – prog / melodic metal
Para fãs de Orphaned Land, Ayreon
Destaque: “You’ve Lost Yourself” (Shehili, 2019)
Próxima da sonoridade de um Orphaned Land, e formada em 2001 pelo então adolescente de 13 anos Malek ben Arbia, a banda passou por diversas mudanças no lineup até chegar a formação atual composta por Malek (guitarra), Anis Jouini (baixo), Morgan Berthet (bateria) e Zaher Zorgati (vocal), com a eventual ajuda do produtor Kevin Codfert nos teclados.
A banda tornou-se conhecida ao abrir shows para o Symphony X em 2016 em uma turnê pela Inglaterra. Atualmente produzindo seu sexto álbum, o Myrath se apresentou em terras brasileiras pela primeira vez em maio – e torcemos para que voltem logo!
9 – Dordeduh – atmospheric black / folk metal
Para fãs de Ihsahn
Destaque: “Descânt” (Har, 2021)
Essa banda romena formada em 2009, reúne os músicos Hupogrammos (vocal, guitarra e teclado), Flavius Misarăș (baixo), Sol Faur (guitarra, dividindo teclado e outros instrumentos com o vocalista principal), e Putrid (bateria e também demais instrumentos de percussão) apresenta um black metal atmosférico, moderno, com influência folk. A banda possui dois álbuns no currículo, sendo HAR, de 2021, o mais recente deles, disponível em todas as plataformas digitais de streaming.
10 – Manntra – industrial / folk metal
Para fãs de Samael, In Extremo
Destaque: “Ori Ori” (Monster Mind Consuming, 2021)
Outro achado vindo da Croácia, o Manntra foi formado em 2011, e conta com Marko Matijević no vocal, guitarra e teclado, Zoltan Lečei no baixo, Andrea Kert na bateria, Dorian Pavlović e Barren King na guitarra (também responsável pelos teclados e instrumentos folk) na formação atual. A sonoridade da banda é predominantemente industrial metal, com elementos folclóricos.
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