Judas Priest, Halestorm, Alice in Chains e mais
2018 foi um ano cheio de retornos e surpresas. Bandas consagradas como Judas Priest, Alice in Chains e Disturbed lançaram discos ilustres mesmo após décadas de carreira. Bandas mais novas como Halestorm, Bullet For My Valentine e All That Remains também encontraram seu espaço e surpreenderam seus fãs.
Aqui, nós viajamos pelos diversos subgêneros do heavy metal e rock como stoner, black, doom e metalcore, e mostramos os melhores lançamentos de 2018, de acordo com a nossa redação. Veja abaixo os 30 melhores discos do ano:
30. Pig Destroyer – Head Cage
Após seis álbuns de estúdio e duas décadas de carreira, o Pig Destroyer se prova mais forte que nunca. Primeiro disco com o baixista J. Bennett, Head Cage é um poderoso trabalho para os verdadeiros fãs de metal extremo.
Como todos os discos do grupo, Head Cage traz grandes pontos altos em relação ao vocal de J. R. Hayes, que sempre surpreende. Visceral e feroz, o trabalho se destaca na discografia da banda.
29. Daron Malakian and Scars on Broadway – Dictator
No meio do furacão de informações sobre um novo disco do System of a Down, Malakian se reuniu com o Scars on Broadway para o lançamento. O álbum, apesar de decepcionar os fãs de SOAD, mostra a força do músico fora da banda.
Muito do som de Dictator nos lembra os trabalhos da outra banda de Malakian, mas ao mesmo tempo soa como algo recém-produzido – apesar de ter sido preparado em 2012.
28. Sleep – The Sciences
Após 15 anos o Sleep retornou com um novo disco de estúdio, The Sciences. O trabalho sucede Dopesmoker (2003), um álbum difícil de superar, já que na época foi considerado uma obra de arte pela crítica internacional.
“Sonic Titan” e “Antarticans Thawed” foram compostas na época da gravação do Dopesmoker e por isso o disco, que tem apenas seis faixas, relembra a sonoridade original da banda, e apesar de honrar sua origem, faz com que o trabalho pareça pouco contemporâneo.
27. Turnstile – Time & Space
Famosos pelas suas apresentações anarquistas, o Turnstile traz à tona o hardcore punk em seu segundo disco de estúdio. Com alguns elementos surpresa, como um piano no meio de um mosh pit, a sonoridade pode ser familiar aos fãs de Rage Against The Machine.
Apesar de ser uma banda nova – com fundação em 2010 -, o Turnstile prova que o novo pode coexistir com o antigo, sem causar conflitos na identidade de cada época.
26. Amorphis – Queen Of Time
Primeiro disco com o baixista Olli-Pekka Kaine desde Tuonela (1999), Queen of Time se destaca pela maturidade de suas letras combinada com o vocal de Tomi Joutsen. O trabalho carrega em si um frescor ao mesmo tempo que um som familiar, uma energia serena, ao mesmo tempo que elétrica.
Para quem não conhece o trabalho dos caras do Amorphis, Queen of Time talvez não seja o melhor lugar para começar, mas mostra um interesse em se renovar após quase 30 anos de estrada.
25. Angra – Ømni
Os brasileiros se aventuram no mundo da ficção científica no novo disco. Ømni é um álbum conceitual que traz participações inusitadas como Alissa White-Gluz e Sandy na faixa “Black Widow’s Web”. Quando anunciado que a cantora brasileira faria parte do trabalho, os fãs ficaram confusos, mas o Angra surpreendeu e provou que a música não deve ter barreiras.
Ømni é um álbum que explora diversos caminhos musicais mas coerente com a trajetória da banda e seus quase 30 anos de experiência na estrada.
24. Saxon – Thunderbolt
Após flertar um pouco com novos desafios nas mãos do produtor Andy Sneap, o Saxon finalmente encontrou a sonoridade que buscava. A parceria resultou em um dos discos mais familiares e fortes da banda.
Em Thunderbolt, o Saxon consegue honrar seu passado e criar algo novo para a nova geração de músicos e fãs, sem decepcionar os fiéis amantes da banda.
23. Godsmack – When Legends Rise
O sétimo disco de estúdio do Godsmack é a prova que é possível inovar e ao mesmo tempo honrar o som que os tornaram bem sucedidos. Em When Legends Rise, o grupo não se transformou em algo mainstream, mas mantém as portas abertas para novas oportunidades.
Segundo o frontman Sully Erna, o disco é feito para todos, “Ele tem um pouco de cada coisa para todo mundo, ninguém sairá desapontado”. E é verdade.
22. Bullet For My Valentine – Gravity
Controverso entre os fãs de Bullet For My Valentine, Gravity leva os galeses a um novo patamar e até mesmo um novo subgêneros do metal, já que o disco destaca menos os solos – ou até mesmo não os apresenta de forma alguma em algumas faixas.
Duas das características mais fortes da banda foram mantidas: o vocal e os refrães de Matt Tuck. Em faixas como “Letting You Go” é possível encontrar a banda relembrando seu som mais familiar. Já em baladas como “The Very Last Time”, Tuck e companhia arriscam mais na nova sonoridade.
21. Clutch – Book of Bad Decisions
Em uma mistura de stoner rock, blues, funk americano, punk e metal, a banda Clutch continua se renovando cada vez mais. No 12º disco de estúdio do grupo, o produtor Vance Powell (Tyler Bryant & The Shakedown e The White Stripes) chega para criar algo majestoso e um dos LPs mais longos da atualidade.
O som relembra bastante o passado do Clutch e aqui, isso é algo bom. Apesar de manter a fórmula que criou nos últimos anos, o grupo é fiel ao seu som e continua criando álbuns fortes e dinâmicos, como Book of Bad Decisions.
20. Jonathan Davis – Black Labyrinth
Em seu primeiro disco solo, o vocalista do Korn brincou com as mais diversas influências. Com instrumentos originados da África, Japão, Índia e Oriente Médio, o trabalho mostra a diversidade que Davis não tem espaço para experimentar na banda.
Apesar de se afastar do Korn em sonoridade, Black Labyrinth nos leva de volta ao grupo pelo vocal único que Davis leva. O álbum viaja entre seu trabalho solo e o da banda e isso se dá pelo fato que foi idealizado nos últimos dez anos, enquanto estava na estrada com o grupo.
Talvez, quando declarar um hiato do Korn e se dedicar ao seu projeto solo, Davis consiga se distanciar um pouco mais da sonoridade tão familiar.
19. Amaranthe – Helix
Em Helix, o Amaranthe continua surpreendendo com sua formação inusitada de três vocais – Elize Ryd, Henrik Englund e Nils Molin, que acaba de entrar na banda para substituir Jake E.
A harmonia do trio fortaleceu o som da banda e o restante dos integrantes precisaram acompanhar a mudança. “The Score”, “365″ e a faixa-título são os melhores exemplos do amadurecimento do grupo que busca sempre unir o metal com música eletrônica – uma combinação que facilmente poderia dar errado.
18. Atreyu – In Our Wake
In Our Wake revive a força do rock do Atreyu apresentada pela última vez no Lead Sails Paper Anchor (2007). Os dois últimos discos desde então – Congregation of the Damned (2009) e Long Live (2015) – soam agora como um aquecimento para a nova fase da banda.
O disco é um dos mais melódicos do grupo até agora e a produção de John Feldmann teve uma grande influência nisso. Algumas das faixas poderiam ser de bandas como Asking Alexandria e Papa Roach – como “The Time Is Now”, “No Control” e “Nothing Will Ever Change” – o que mostra que apesar de sua experiência no metalcore, o grupo busca inovar, se inspirando no cenário atual.
17. At The Gates – To Drink From The Night Itself
O At The Gates finalmente marcou seu retorno com um ótimo trabalho. To Drink From The Night Itself sucede At War with Reality (2014), uma grande decepção para muitos fãs. Agora, é possível considerar o novo disco como uma extensão de Slaughter of the Soul (1995) e um bom serviço ao público.
Durante os anos que esteve em hiato, o At The Gates foi, organicamente, se tornando uma das maiores bandas de metal nos Estados Unidos, influenciando uma nova geração, incluindo Killswitch Engage, Black Dahlia Murder e Darkest Hour. To Drink From The Night Itself honra esse legado.
16. Breaking Benjamin – Ember
Ember pode não ser considerado um dos álbuns mais pesados e fortes do Breaking Benjamin quando falamos de sonoridade, mas o trabalho, com certeza, é pesado liricamente.
Ao falar sobre assassinato, como na faixa “Torn in Two”, e relacionamentos catastróficos, como em “Tourniquet”, o grupo mostra amadurecimento lírico. Além disso, Breaking Benjamin explora sua flexibilidade com baladas como “The Dark of You” e “Lyra”, a abertura feita no piano.
15. Underoath – Erase Me
Oito anos após seu último lançamento, Ø (Disambiguation) (2010), o Underoath marca seu retorno com o vocalista Aaron Gillespie em Erase Me. O trabalho viajou para um caminho mais rock que metalcore que a banda estava acostumada.
Mesmo com a pequena mudança na sonoridade, o Underoath continua navegando por mares conhecidos, provando que oito anos de hiato não teve efeito nenhum na química entre os integrantes.
Erase Me pode ser o último disco do grupo que aborda temas religiosos, visto que revelaram que não se consideram mais uma banda cristã.
14. High on Fire – Electric Messiah
Muitas vezes comparado com o Motörhead, o High on Fire trouxe, mais uma vez, um som arrebatador e dizer que eles estão se repetindo nesse disco não é algo ruim.
Com influências na banda de Lemmy Kilmister e outras lendas como Black Sabbath, Electric Messiah é um passo à frente na estrada musical, se distanciando de Sleep, outra banda do vocalista Matt Pike, um grande sucesso no doom metal.
“Sanctioned Annihilation” é um forte exemplo da sonoridade inspirada em grandes bandas do heavy metal com um toque pessoal do High on Fire. Electric Messiah é uma grande combinação de homenagens e inovações.
13. Memphis May Fire – Broken
Dois anos após o último lançamento, This Light I Hold, o quarto disco de estúdio do Memphis May Fire se destaca pela ausência do guitarrista Anthony Sepe, que saiu da banda em 2017. Mesmo sem o guitarrista, a banda conseguiu explorar sua sonoridade e seu lirismo nas dez faixas inéditas.
O disco explora a aceitação de se sentir quebrado em uma situação complicada. Ansiedade, depressão e auto-aceitação são os temas principais do trabalho e fazem com que o público se sinta um pouco mais próximo do grupo. Broken é o álbum com que os fãs podem mais se relacionar pessoalmente.
12. All That Remains – Victim of the New Disease
Lançado um mês após a morte do guitarrista e co-fundador Oli Herbert, o álbum marca o retorno do metalcore pesado da banda que nos últimos anos têm carregado em si bastante do heavy metal e hard rock tradicionais.
Apesar de ser um retorno ao subgênero, Victim of the New Disease é algo maior, é um amadurecimento e prova da experiência adquirida pelo grupo desde sua fundação, em 1998.
11. Paul McCartney – Egypt Station
No 18º álbum de estúdio da carreira, inovar é algo mais complicado do que parece e nem mesmo um ex-Beatles consegue apresentar algo tão diferente. Mas Paul McCartney continua sendo um compositor incrível e em Egypt Station ele prova exatamente isso.
Sempre antenado no que está acontecendo na cena musical atual, McCartney trabalha novos elementos enquanto utiliza de seus artifícios já conhecidos por todos nós. O músico se aventurou em novos sons, mas manteve seu rock familiar em faixas como “Come On To Me” e “Who Cares”, duas das canções que lembram New (2013).
10. A Perfect Circle – Eat the Elephant
Entre a confusão e expectativa do novo álbum do Tool, o vocalista Maynard James Keenan voltou a trabalhar com o A Perfect Circle, 14 anos após o último lançamento.
A expectativa estava alta e o grupo não decepcionou. O vocal de Keenan passa por grandes momentos de urgência e força enquanto carrega letras de motivação para agirmos mais em frente ao mundo e sermos responsáveis por nós mesmos.
9. Shinedown – Attention Attention
Considerado pela crítica internacional um dos melhores álbuns da carreira do Shinedown, Attention Attention pode ter passado despercebido para o público geral. Aqui, nós destacamos o trabalho pois mostrou um grande amadurecimento por parte do grupo.
Com 14 faixas, o álbum é cheio de energia e propõe uma divertida viagem de volta ao pós-grunge de 2000. Em Attention Attention, o Shinedown se mantém fiel ao seu som e honra sua origem, misturando o novo e o antigo.
8. Alice In Chains – Rainier Fog
Quase um tributo aos fãs de grunge, Rainier Fog carrega as características básicas do gênero enquanto se aventura em letras mais inspiradoras e líricas. O vocal de Jerry Cantrell se mostra mais evoluído e traz uma harmonia maior com a de William DuVall, os tornando uma dupla mais forte e consistente.
O disco tenta seguir um caminho diferente daquele que seguia quando Layne Staley liderava o grupo, mas ao mesmo tempo, tenta homenagear o trabalho e legado que ele construiu.
7. Slash Featuring Myles Kennedy & The Conspirators – Living The Dream
Slash e Myles Kennedy encontraram um espaço confortável no novo cenário musical. Enquanto o disco Living The Dream atende as expectativas dos grandes fãs do guitarrista, ele não traz nada de novo.
Apesar disso, o trabalho se apresenta o mais completo até hoje. Da primeira à última faixa, Slash caminha no seu já muito conhecido hard rock ao mesmo tempo que apresenta músicas como “Lost Inside the Girl” e “The One You Loved Is Gone”, que quebram um pouco a dinâmica singular do disco, sem trazer desconforto. Para os antigos fãs de Slash, o guitarrista se prova mais ativo que nunca.
6. Architects – Holy Hell
As expectativas estavam altas para o primeiro trabalho do Architects sem o fundador e principal compositor Tom Searle, que faleceu em agosto de 2016. Foi necessário criar muita coragem para lançar o disco tão pouco depois após a tragédia, mas os britânicos provaram que a perda os fortaleceu, principalmente o baterista Dan Searle, irmão gêmeo do falecido, que explora seu luto em cada batida.
Uma das maiores motivações de artistas é a dor e o Architects utilizaram exatamente isso para criar uma de suas obras mais poderosas. Holy Hell não é um disco fácil de ouvir, é forte, sombrio e emocionalmente devastador.
“A Wasted Hymn” resume o tom do disco: “Can you feel the empty space? / Can you feel the fire at the gates? / Can you live a life worth dying for?” (“Você pode sentir o espaço vazio? / Você pode sentir o fogo nos portões? / Você pode viver uma vida pela qual vale a pena morrer?”).
5. Deafheaven – Ordinary Corrupt Human Love
Mais focado na melodia contemplativa, o Deafheaven retornou com o som que conquistou tantos fãs. O sucessor de New Bermuda (2015) honra a influência black metal da banda mas de uma forma mais sutil.
Em Ordinary Corrupt Human Love, o vocal de George Clarke penetra em todas as camadas de sua mente com letras verdadeiras e cruas. Com a evolução do som que apresenta nesse disco, a banda anda um passo na jornada de se tornar um grupo sem gênero definido ao mesmo tempo que carrega em si uma mistura deles.
4. Halestorm – Vicious
Lzzy Hale continua surpreendendo com seu vocal poderoso e alarmante no novo disco, Vicious. Nele, a cantora fala sobre drogas, sexo e muito rock and roll, retomando a santíssima trindade do gênero.
Vicious não é uma grande inovação quando comparado ao seu antecessor, Into The Wild Life (2015), mas carrega uma musicalidade visceral e familiar que faz o público aumentar o som e bater cabeça a ele, principalmente nas poderosas “Uncomfortable” e “Black Vultures”.
3. Ghost – Prequelle
O quarto disco de estúdio do Ghost elevou a banda para um patamar mais forte. Apesar de ainda trazer contradições ao público, Tobias Forge apresentou músicas chicletes cheias de luxo, melodias e refrães.
Prequelle é a perfeita evolução musical que os fãs da banda procuravam sem deixar de lado a louca e inusitada mistura de heavy metal e música disco dos anos 1980.
2. Disturbed – Evolution
Três anos após o bem sucedido Immortalized, o Disturbed voltou com seu sétimo disco, Evolution. Logo na semana do seu lançamento, o trabalho chegou a número quatro na parada Billboard 200.
Evolution foi uma mistura de influências do rock clássico que o vocalista David Draiman carregou em si todos esses anos. As músicas mais pesadas agradam os fãs mais antigos da banda, enquanto as faixas mais calmas conquistam um novo público. A mistura quase balanceada dos dois estilos podem confundir algumas pessoas, mas também mostra a flexibilidade da banda em experimentar diferentes sons.
1. Judas Priest – Firepower
Em março desse ano, o Judas Priest lançou seu 18º álbum de estúdio e foi um grande desafio para a banda. Em meio ao boom do rap, novos subgêneros do rock e do metal e uma longa carreira a ser considerada, o grupo conseguiu superar as expectativas dos fãs.
Com 14 faixas, o disco prova que os veteranos do gênero ainda tem um grande espaço na indústria musical, onde todos os dias ele é questionado. Firepower pode ser um dos maiores sucessos do Judas Priest nos últimos 30 anos.