O Fever 333 se apresenta nesta sexta-feira, 5 de abril, no Lollapalooza Brasil

O dia 4 de julho de 2017, quando se comemora a Independência dos EUA, foi o dia em que a Febre começou a se espalhar. Um caminhão U-Haul alugado parou em frente a uma loja de Donuts em Inglewood, Califórnia. Algumas centenas de pessoas haviam seguido mensagens crípticas postadas no Instagram com a data, local e um logo de uma pantera. Do fundo do caminhão, surgem o ex-vocalista do LetLive, Jason Aalon Butler, o baterista Aric Importa do Night Verse e o guitarrista Stephen Harrison, ex-The Chariot. Foi a primeira “demonstração” do Fever 333.

A performance em estilo guerrilha contou com três músicas curtas e afiadas. Como o show não era autorizado, o planejamento foi praticamente militar. Deu certo. O trio completou a demonstração antes da polícia chegar e a semente da revolução do Fever 333 foi plantada.

Em entrevista para a Upset Magazine, Jason falou de onde veio a ideia de ir contra as leis e fazer o show. “Eu queria mostrar para as pessoas que essas restrições e ideias do que podemos fazer ou não na sociedade são apenas palavras em papéis. Elas não necessariamente devem nos segurar. Não podemos ter medo de falar o que pensamos e falar algumas merdas sobre os problemas que nos incomodam.”

Quando o LetLive acabou, Jason não pretendia se aposentar. O Fever 333 surgiu do desejo dele de colocar o que queria ver na música e na cultura em um projeto focado no senso de comunidade e na mudança.

Durante o Superbowl daquele ano, que acabou com o New England Patriots vencendo o Atlanta Falcons por 34 a 28, Jason se reuniu com Travis Barker, do Blink 182, na casa do superprodutor e Midas John Feldman. A conversa do pós-jogo rolava e uma ideia surgiu. Jason e Travis sentiam falta de bandas de atitude, engajadas socialmente e com um propósito claro de revolucionar, não só a música, mas também a sociedade.

Era praticamente inevitável que Aric e Stephen se juntassem a Jason no caminho revolucionário. Aric e Jason sempre compartilharam uma conexão artística, constantemente escrevendo juntos tarde da noite quando Jason tinha alguma ideia. Ele conheceu Stephen durante uma turnê e sempre disseram que era questão de tempo até fazerem música juntos. E, obviamente, todos compartilham a mesma visão sobre os problemas que querem solucionar.

Foi assim que surgiu o Fever 333. O nome, por si só, já carrega toda a ideologia da banda. “O 333 no final do nosso nome representa os três Cs”, explicou Jason. “C é a terceira letra do alfabeto e, para nós, representa comunidade, caridade e mudança. Essa é a missão, ter certeza de que tudo o que nós fazemos seja fiel a esses três Cs. Nós criamos uma comunidade, todo o dinheiro que fazemos arranjamos um jeito de levá-lo para a caridade. E, com sorte, no final disso seremos capazes de trazer algum tipo de mudança positiva que se estenda por anos.”

O grande objetivo do Fever é criar um espaço seguro para que todas as pessoas sejam o que elas querem ser. Que elas estejam onde elas queiram estar. Que usem as vozes e as mentes. A conversa e o debate devem vir em primeiro lugar, segundo o pensamento da banda. “Eu encorajo a discussão, mesmo as conversas mais desconfortáveis. Esse é o único jeito de ir para frente. Eu quero ter conversas desconfortáveis com as pessoas que têm a opinião diametralmente oposta à minha”, diz Jason.

O diálogo seria, numa visão da filosofia hegeliana, o caminho para uma síntese de ideias que pode ajudar o mundo. Todas as músicas do Fever 333 propõem ideias, às vezes as mais polêmicas, em prol de uma resolução. Nas palavras de Jason, a banda quer “escrever a trilha sonora da revolução”.

Com o lançamento do primeiro disco, Strength In Numbers, o Fever já alcançou patamares altíssimos numa velocidade ímpar. Turnês pelos Estados Unidos e pela América do Sul já tiveram o pontapé inicial. O braço latino dessa turnê culmina justamente no Brasil, com um sideshow e uma apresentação no Lollapalooza. O poder da banda tem se mostrado capaz de alcançar diversas culturas e nações. A Febre se espalha pelo mundo.

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