“Eu me senti como um recipiente muito, muito vazio”, disse Springsteen
Bruce Springsteen revelou detalhes sobre a própria luta por saúde mental.
À revista Esquire, Springsteen discutiu sua primeira crise depressiva aos 32 anos. Aconteceu durante o lançamento de “Nebraska”, em 1982. Mesmo que ainda não sabe qual foi o gatilho para a crise, Springsteen disse que a infância teve seu papel.
Tudo o que eu sei é que envelhecemos, o peso de nossa bagagem restante fica maior… muito maior. Há muito tempo, a defesa que eu construí para vencer o stress da minha infância, para salva o que eu tinha de mim mesmo permaneceu mais do que o necessário. Eu me tornei um abusador dos poderes que antes salvavam a minha vida.
Eu confiei neles erroneamente para me isolar, selar minha alienação, me cortar da vida, controlar os outros, conter minhas emoções em um nível tóxico. Agora, o cobrador está batendo na porta e o pagamento será em lágrimas.”
Quando adolescente, a descoberta da música ajudou no combate de estágios prévios da depressão. O pai de Springsteen também sofria da doença e a relação com o filho era difícil.
“Na minha infância, e adolescência, eu me sentia como um recipiente muito, muito vazio. E não foi até eu começar a enchê-lo de música que eu comecei a sentir meu poder pessoal e meu impacto nos meus amigos e no mundo em que eu estava. Eu comecei a sentir quem eu era. Mas veio de um lugar de uma solidão real.”
Ele continuou: “Minha mãe era amorosa e solidária com os sentimentos alheios. Ela passou pelo mundo com propósito, mas suave, leve. Eram essas coisas que alinhavam com meu próprio espírito. Eu era assim. Veio naturalmente para mim. Mas, meu pai via isso como fraqueza. Ele era muito depreciativo com quem eu era. E isso te leva numa jornada eterna pela superação.”
Agora, Springsteen diz que conhece os sinais dos distúrbios mentais e que os reconhece rapidamente. “Eu fiquei tão perto da doença mental que eu não era completamente eu mesmo. Eu tive que lidar muito com isso pelos anos. Eu tomo uma variedade de remédios que me deixam equilibrado. Caso contrário, ou posso balançar dramaticamente e as bases podem ceder um pouco. Então, precisamos ficar de olho, na nossa família. Eu tenho que ficar de olho nos meus filhos. Eu tive sorte com isso. Parece que a doença já foi embora da nossa família.”
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